quarta-feira, 27 de julho de 2011

Acervo abandonado

Recentemente, os jornais denunciaram o abandono em que se encontra o acervo do professor Silva Mello doado por ele, em testamento,a Juiz de Fora. Eduardo Mello da Costa Cruz, seu sobrinho-neto, diz que com tristeza se repete aqui o descaso que no Brasil e as autoridades dedicam às artes, ciência e cultura em geral. “Silva Mello homenageou sua terra natal ao legar-lhe parte de seu patrimônio, mesmo em detrimento de nós, os familiares, mas a cidade, ou melhor, seus administradores, desprezou a homenagem, atirando seus bens em um depósito de inservíveis na periferia da cidade”, queixou-se.
Silva Mello foi uma vida dedicada à ciência, em uma época na qual o Brasil ainda era país quase selvagem. Estudou medicina no Rio e preferiu concluir seu curso na Alemanha, onde se destacou como médico exemplar e cientista preeminente, tendo sido um dos precursores no estudo das aplicações da radioatividade na medicina. Lembra seu sobrinho-neto que ele foi assistente do Instituto do Radium da Universidade de Berlim, depois clínico em hospital na Suíça durante a I Guerra Mundial. Ainda assim, decidiu voltar ao Brasil, praticando a medicina moderna que aprendera da Europa. Escreveu cerca de 20 livros sobre antropologia, sociologia, psicologia, medicina e filosofia. Membro da academia Brasileira de Letras desde 1960. Clinicou até sua morte, aos 87 anos.
Em 1979 foi inaugurada a Casa Silva Mello, iniciativa do prefeito Mello Reis. “Reunimo-nos então, vários familiares, muitos hoje já falecidos, em restaurante conhecido da Rio Branco, para comemorar o reconhecimento de Juiz de Fora a seu filho ilustre”, lembra Eduardo, para denunciar que, 30 anos depois, a obra do grande juiz-forano está abandonada num depósito da Prefeitura na Vila Ideal.


Um teste

Com mais quatro assinaturas de adesão, a bancada oposicionista no Senado terá número regimental para constituir a CPI que investigará a corrupção no Ministério dos Transportes. O senador paranaense Álvaro Dias, otimista, acha que nos contatos de fim de semana completará o requerimento.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é tudo que o governo não deseja, no momento em que se esforça para conter a crise naquele setor.


O retorno

Os deputados mineiros não podem dizer que tiveram um primeiro semestre produtivo, embora pese a seu favor que estavam iniciando a legislatura, onde muitos são novatos, como marinheiros de primeira viagem. O vice-governador Alberto Pinto Coelho, que tem experiência na casa, e representantes da Mesa Diretora andaram conversando sobre a forma de se agilizar uma pauta mínima, que tem de estar organizada até o final da próxima semana.


150 anos

O prefeito Custódio Mattos é quem preside, amanhã, a solenidade comemorativa dos 150 anos da inauguração da Estrada União e Indústria . Será no Parque do Museu Mariano Procópio, às 13h30m.
Certamente haverá alguém para sugerir a ele acrescentar à solenidade um serviço simples, mas altamente significativo: a proteção do último monumento que resta do início da construção da estrada, atualmente abandonado no cemitério da Glória.

(( publicado também na edição desta quinta-feira no TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 26 de julho de 2011

desonasiderar postagem anterior

        O presidente do PPS, Roberto Freire, é o primeiro a tratar publicamente do assunto, embora sobre ele muitos já refletissem. É que todos os responsáveis por prática de irregularidades no Ministério dos Transportes são egressos do governo Lula, o que  faz prever como inevitável o choque entre o ex-presidente e o gabinete da presidente Dilma.
         O desencontro poderia ocorrer quando os defenestrados fossem pedir apoio ao ex-chefe.


As alianças

         Em breve, certamente antes do fim do ano, será possível testar a capacidade de os dirigentes estaduais dos partidos que estão na base do governo estenderem ao interior o modelo de alianças que já começam a ser acertadas na capital. Como seria, por exemplo, em Juiz de Fora uma aliança, informal ou não, entre PSDB, PSB e PP? Os tucanos, já definido o projeto de candidatura do prefeito, conseguiriam atrair o PP e os socialistas?
         No caso local, é certo que o PSDB não aceita ajustes informais e nem se contentaria acordo que incluísse apenas PPS e PV.


Conversa franca

         O governador Antônio Anastasia chega ao Japão num momento considerado adequado para tratar de investimentos nipônicos no setor extrativista. O país está tentando se recuperar da maior crise que viveu desde a Segunda Guerra Mundial, já não mais por causa das bombas, mas graças aos terremotos. Precisa ampliar seus negócios no Exterior.
         O que se espera de Anastasia é que, ao contrário de outros governos, exija da Nippon contrapartida ambiental na extração do minério, pois, até agora, nessa história Minas acaba ficando apenas com os buracos. 


Candidatos

         A um ano das convenções partidárias que vão indicar os candidatos, uma informação que pode parecer fruto de exagero, mas não é. O dado corresponde ao levantamento realizado entre os principais partidos que já conversam sobre as chapas de vereadores: os pré-candidatos a vereador, isto é, os que já procuraram os diretórios e os deputados, chegam a uma centena.


Preservando

         Corre o último semestre do sesquicentenário da estrada União e Indústria. Ainda há tempo para que a prefeitura marque sua presença na história de uma obra tão importante. Para tanto, basta que mande limpar, cercar, preservar e iluminar o derradeiro marco do início da construção da rodovia, que se deu dois anos antes de sua entrega ao tráfego. Esse marco, tombado há dez anos no conjunto da igreja da Glória, está esquecido no cemitério dos redentoristas.


Em cascata

         Dependendo do fôlego do governo para lidar com crises intestinas, quando estancar o sangue do Ministério dos Transportes será a ver da Saúde, depois Educação, Em ambos há denúncias de irregularidades.
         Fala-se também no setor de Pesca, que tem status ministerial. Mas aqui, ainda que não haja corrupção a apurar, é preciso apurar o que fez para justificá-lo. Com o litoral e os rios que tem, o Brasil podia ter peixe a preço de banana.

(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

Inevitável

        O presidente do PPS, Roberto Freire, é o primeiro a tratar publicamente do assunto, embora sobre ele muitos já refletissem. É que todos os responsáveis por prática de irregularidades no Ministério dos Transportes são egressos do governo Lula, o que  faz prever como inevitável o choque entre o ex-presidente e o gabinete da presidente Dilma.
         O desencontro poderia ocorrer quando os defenestrados fossem pedir apoio ao ex-chefe.


As alianças

         Em breve, certamente antes do fim do ano, será possível testar a capacidade de os dirigentes estaduais dos partidos que estão na base do governo estenderem ao interior o modelo de alianças que já começam a ser acertadas na capital. Como seria, por exemplo, em Juiz de Fora uma aliança, informal ou não, entre PSDB, PSB e PP? Os tucanos, já definido o projeto de candidatura do prefeito, conseguiriam atrair o PP e os socialistas?
         No caso local, é certo que o PSDB não aceita ajustes informais e nem se contentaria acordo que incluísse apenas PPS e PV.


Conversa franca

         O governador Antônio Anastasia (foto) chega ao Japão num momento considerado adequado para tratar de investimentos nipônicos no setor extrativista. O país está tentando se recuperar da maior crise que viveu desde a Segunda Guerra Mundial, já não mais por causa das bombas, mas graças aos terremotos. Precisa ampliar seus negócios no Exterior.
         O que se espera de Anastasia é que, ao contrário de outros governos, exija da Nippon contrapartida ambiental na extração do minério, pois, até agora, nessa história Minas acaba ficando apenas com os buracos. 


Candidatos

         A um ano das convenções partidárias que vão indicar os candidatos, uma informação que pode parecer fruto de exagero, mas não é. O dado corresponde ao levantamento realizado entre os principais partidos que já conversam sobre as chapas de vereadores: os pré-candidatos a vereador, isto é, os que já procuraram os diretórios e os deputados, chegam a uma centena.


Preservando

         Corre o último semestre do sesquicentenário da estrada União e Indústria. Ainda há tempo para que a prefeitura marque sua presença na história de uma obra tão importante. Para tanto, basta que mande limpar, cercar, preservar e iluminar o derradeiro marco do início da construção da rodovia, que se deu dois anos antes de sua entrega ao tráfego. Esse marco, tombado há dez anos no conjunto da igreja da Glória, está esquecido no cemitério dos redentoristas.


Em cascata

         Dependendo do fôlego do governo para lidar com crises intestinas, quando estancar o sangue do Ministério dos Transportes será a ver da Saúde, depois Educação, Em ambos há denúncias de irregularidades.
         Fala-se também no setor de Pesca, que tem status ministerial. Mas aqui, ainda que não haja corrupção a apurar, é preciso apurar o que fez para justificá-lo. Com o litoral e os rios que tem, o Brasil podia ter peixe a preço de banana.

(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Retroceder ou avançar

A semana parece ser decisiva para a presidente Dilma, depois de se ver empurrada contra a parede pela crise no Ministério dos Transportes. Duas semanas convivendo com esse problema, tendo mandado demitir nada menos de 16 altos funcionários suspeitos de prática de irregularidades, ela se encontra na situação de quem não pode mais retroceder, sob pena de ver o governo desmoralizado. Mas, de outro lado, deve saber que, se mantiver o pulso firme, terá dificuldades políticas.
No PR, partido que transformou aquele ministério em despachante de interesses políticos, já surgem ameaças: a presidente está brincando com fogo, disse um deputado insolente. O ex-presidente Lula sai em defesa do PR e opina que esse partido, apesar de todos os problemas, deve permanecer na base do governo.


Proibir tudo faz
bem à saúde?


Em tempos sombrios da Idade Média radicais malucos pregavam que não devia haver vinho por causa dos bêbados. Talvez não quisessem a noite por causa dos ladrões, nem a luz por causa dos delatores, nem mulheres por causa do adultério.
Na semana passada, em sua meia página do “Estado de Minas”, Eduardo Almeida Reis criticou um vereador de Belo Horizonte, Paulinho Motorista, autor do projeto que proíbe copos e garrafas de vidro nos bares e restaurantes, porque em caso de briga podem servir de arma.

Para Almeida Reis, ironizando, o vereador deveria pensar na proibição de garfos, facas e pratos, também perigosos em caso de briga. E os fogões? Também não, pois podem causar incêndio. Acabemos com a vitrinas, pois os vidros se quebram e ferem.
É incrível como deliram os legisladores despreparados.



De olho
na verba

Vários municípios mineiros que têm verbas pendentes no Ministério dos Transporte colocaram-se em estado de alerta. Sabem que a crise que se abateu sobre esse setor do governo, da qual já resultaram inúmeras demissões, pode evoluir para uma situação de congelamento de recursos, e, em consequência a suspensão de muitos serviços, sobretudo de conservação. Faz sentido, porque Minas detém a mais extensa malha rodoviária do País. Quem tem mais, também sofre mais quando as liberações são suspensas. No caso de Juiz de Fora, no momento, apenas a BR-440, que, no auge de uma crise, pode ter sua prioridade contestada.
O que têm feito os municípios? Na semana passada, suas lideranças começaram a correr atrás dos deputados. Querem vê-lo de plantão na boca do cofre.

Um Conselho
para as drogas


O vereador Flávio Cheker informou ao Fórum Permanente de Direitos Humanos que encaminhou ao Poder Executivo, no dia 14, pedido de informação, protocolado sob nº 0157, sobre as sugestões apresentadas pelo Fórum para a formação do Conselho Municipal de Políticas Integradas sobre Drogas (COMPID). E quis saber ainda quando a prefeitura vai enviar à Câmara um projeto de lei a respeito dessa proposta .
Entre os militantes há uma grande ansiedade, pois admitem que as políticas integradas podem representar um progresso significativo no combate às drogas. Por isso, não compreendem a demora no encaminhamento do projeto. Há dois meses foram pedidas sugestões do Fórum de Direitos Humanos, em caráter de urgência. As entidades analisaram a minuta do projeto em prazo recorde, apontaram sugestões de mudança no texto, e o vereador Cheker fez o encaminhamento imediato ao gabinete do prefeito.

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O patrimônio em ruínas
Faz dez anos, talvez um pouco mais, que entidades culturais de Juiz de Fora e da região se uniram num movimento que tinha como objetivo salvar da destruição total o velho casarão Registro de Paraibuna, na divisa de Minas e Rio de Janeiro. A campanha ruiu, ao contrário casarão histórico, que, mesmo em estado de abandono, está resistindo, com seus ares mal-assombrados, como se quisesse guardar o antigo aspecto da passagens e detenção de escravos e contrabandistas, de quem a polícia da Corte desejava tirar pedras e pepitas sonegadas. Tentou-se, sem êxito, que a prefeitura de Simão Pereira se interessasse pelo restauro e preservação. Depois, em novo fracasso, foi pedido de apoio do Instituto do Patrimônio de Minas. Já citado pelos viajantes desde 1778, e oficialmente chamado de Registro do Paraibuna a partir de 1830, esse imóvel já não terá como resistir por mais muito tempo.


Em nome do Museu

Há dias, referindo-se à sua chegada aos 80 anos, o ex-presidente Fernando Henrique lembrou que, quando nasceu, o País tinha apenas uma estrada pavimentada, a União e Indústria, de Mariano Procópio. A referência foi lembrada na Câmara pelo deputado Marcus Pestana, para dizer que também a Mariano deveu-se o Museu de Juiz de Fora, que o filho, Alfredo, mais tarde, doaria ao município. Pestana aproveitou para pedir do Ministério de Cultura que destine recursos ao Museu, atualmente fechado à visitação pública.



(( publicado também na edição de hoje do TRR NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Pauta positiva

A assessoria da presidente Dilma estuda, em caráter emergencial, algumas iniciativas governamentais positivas, como forma de apagar a crise no Ministério dos Transportes. Há um reconhecimento geral em relação à demissão de todos os envolvidos em irregularidades naquela pasta, mas já se sente também que isso não é suficiente. Dilma acredita nos resultados do PAC e vai apostar mais algumas fichas nele.


Os culpados

Não faltam exemplos para confirmar que boa parte da proliferação dos corruptos na política é da responsabilidade do eleitor, que não avalia corretamente os candidatos; e, quando avalia, é condescendente com os maus. Ainda agora, a Justiça descobre mais uma do deputado mineiro Jaime Martins, do PR, que fez viagem de recreio a Fernando de Noronha, com a família, utilizando-se de verba da Câmara.
Pois esse deputado, já exercendo o quinto mandato, foi reeleito com 180 mil votos, no mesmo momento em que a Justiça denunciava suas malandragens.



Ao abandono

PMDB e PT promovem há nove meses a gestação de algo que possa redimi-los da derrota que seus desacordos impuseram a Hélio Costa na disputa do governo de Minas. Já se falou muito sobre o destino do ex-ministro e sua convocação para o govnerno. Mas só se fala.


No arrocho

O deputado mineiro Lincoln Portela vive momentos delicados como líder da bancada do PR - Partido da República. Seu partido é mais ou menos dono do Ministério dos Transportes, onde se descobriu o maior foco de corrupção do governo. Ele é um homem honrado, campeão de frequência às reuniões da Câmara, mas no recente episódio fica entre a cruz e a espada. Não pode compactuar com a corrupção, mas tem deveres com o partido.
Com esse papel somado à assiduidade, ele teria tudo para gozar de grande influência no Palácio do Planalto.


Há o bastante

Analisa-se a disposição de ministros e técnicos do Tribunal Superior Eleitoral e não se percebe disposição ou simpatia em relação à criação de novos partidos, não apenas pelo fato de as atuais legendas parecerem suficientes para acolher ideias e projetos de todos os segmentos políticos, mas também porque as novas propostas conhecidas se mostram eivadas de vícios e oportunismos. O caso mais recente é patrocinado por alguns deputados do PR, temerosos dos desgastes da legenda no Ministério dos Transportes. Querem criar o PDN Partido do Desenvolvimento Nacional e nele desembarcar antes da eleição.
Tentativa como essa são inúmeras. No TSE estão protocolados nada menos de 19 pedidos de registro de partidos.


__

Dividem-se os amigos do ex-presidente Lula sobre o comportamento que deve adotar em relação à atualidade política. Para uns, sendo o maior patrocinador da vitória de Dilma, ele tem direito de opinar a até interferir; outros, ao contrário, recomendam que se afaste e viva dos louros do prestígio pessoal. Quer dizer, sair de cena para evitar a desintegração do mito.
Nada mais difícil que o momento da retirada. É preciso ser grande. Churchill e De Gaulle saíram da vida pública para chega em boas condições à História.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

Quem sai

Diz o senador José Sarney que está cumprindo seu último mandato, prometendo sair de cena em 2014, quando terá 84 anos. A partir de então, ameaça dedicar-se à literatura. Sarney tem mais de meio século dedicado à politica, já sem tempo para ajudar a sair da indigência o estado do Maranhão, onde é uma espécie de vice-rei.


Imposição

Nota sobre possível candidatura de Antônio Anastasia ao Senado já evoluiu para uma quase confirmação. Ainda que sonhe em se recolher à vida privada, sua eleição seria parte dos interesses que pretendem sustentar a candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
Já se prevê que Anastasia teria como adversário o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.


Por extensão

No município de Fronteira, no Sul de Minas, a Justiça fez o que tinha de ser feito: mandou prender todos os vereadores, que sobrecarregavam as contas indenizatórias. Onde gastavam dez, mantavam faturar trinta, para embolsar vinte.
Mas é preciso que se diga: se a Justiça estendesse essa decisão a todo o interior de Minas teria de fechar metade das câmaras municipais. Não só nos gastos de gabinete, onde despesas são superfaturadas e garantem o “por fora”, mas também nas viagens.
Viagens de vereador “a serviço”, em sua maioria festivas, costumam ser uma orgia de notas frias ou “engordadas”, nem seja pelos queijos e bombons para a família.
Para confirmar: se o rigor que se viu no Sul de Minas se estender não haverá celas para tantos vereadores.


Meta 2014

A campanha do PSDB para as eleições em Minas começa em agosto, quando encontros regionais serão realizados, simultaneamente, em 45 municípios. Há um objetivo central, o fortalecimento dos diretórios para que seja ampliada, a partir de janeiro de 2013, a representação partidária no interior. Hoje, perdendo apenas para o PMDB, no conjunto dessas forças os tucanos mineiros contam com 160 prefeitos, 141 vice-prefeitos e 1.056 vereadores. Há quem sonhe com aumento de 20%, confiante no governador.


Terminologia

As referências que se fazem ao Ministério dos Transportes, antro dos escândalos mais recentes no governo, vem ganhando na imprensa expressões que retratam o ambiente que a presidente Dilma pretende sanear. O que mais se fala é sujeira, imundície, tumor, faxina, sujidade e falta de asseio moral.
Dilma não tem como escapar de uma limpeza em regra, ainda que nisso ocorram algumas injustiças.


Ao abandono

PMDB e PT promovem há nove meses a gestação de algo que possa redimi-los da derrotada que seus desacordos impuseram a Hélio Costa na disputa do governo de Minas. Já se falou muito sobre o destino do ex-ministro. Mas só se fala.

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quarta-feira, 20 de julho de 2011

UFJF e cultura

Na segunda-feira à noite, no Teatro Central, momentos antes de se apresentar a Orquestra Barroca do Festival Internacional de Música Colonial, o reitor da UFJF, Henrique Duque, falou sobre a incorporação do Centro Cultural Pró-Música, ocasião que lhe pareceu oportuna e adequada para destacar o trabalho que o professor José Alberto Pinho Neves vem realizando no campo das atividades culturais. A ele se atribuiu o projeto que levou para a Universidade a entidade que há 40 anos é mantida por Maria Isabel e Hermínio Santos.
A propósito do professor José Alberto, vale o registro de um fato que entra para história da cultura de Juiz de Fora: em menos de um mês, sua Pró-Reitoria comandou três grandes iniciativas: a incorporação do Centro Cultural Pró-Música, a doação à Universidade do acervo documental do presidente Itamar Franco e a transferência para Juiz de Fora de 30 telas e documentos de Murilo Mendes, que serão parte do museu que tem o nome do grande poeta. Para tratar da importação, o reitor e José Alberto viajam no fim do mês para Portugal.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Novo senador?

O governador Antônio Anastasia diz não ver a política cruzando o seu futuro. Quer concluir o mandato e voltar para casa. Mas não é bem assim, segundo rumores na capital, coincidindo com a viagem a Juiz de Fora. Dava-se como certo que ele tem tudo para ser candidato ao Senado em 2014, pelo PSDB, para ocupar a cadeira que foi de Eliseu Resende e acabou sendo do suplente Clésio Andrade.
Pode ser que ele prefira o ostracismo, mas a decisão está longe de acontecer, porque nem sempre o que o político deseja é o que a política determina.


Divergentes

Já não é mais mera suposição, mas realidade do fato. Os posicionamentos da presidente Dilma em relação à corrupção no Ministério dos Transportes têm resistências dentro do governo. São veteranos do Ministério, que insistem em negar a existência de malandragens, apesar de todas as evidências.
O que os velhos assessores não dizem é o que Dilma devia fazer, em nome de um mínimo da desejável probidade.


Convite

Na semana passada surgiu a informação de que o ex-deputado Amílcar Padovani estava sendo convidado a comandar um projeto de reorganização do PTN em Juiz de Fora. O assunto não evoluiu.
Consta que está em curso um outro convite. Agora, é para ingressar no Partido Verde.


Não se fez

Ocupado em descobrir a forma de explicar os motivos que continuam impedindo a evolução da reforma política, o Congresso teve um primeiro semestre de escassa produtividade. Ficou muito por fazer.
O deputado Marcus Pestana, analisando a 54a. Legislatura, diz que, pelo menos, três grandes temas ficaram emperrados: o equacionamento do financiamento do SUS, a reforma tributária e a reforma do sistema político-eleitoral.


Abstêmio

Com o incidente policial vivido pelo deputado Romário, que recusou submeter-se ao teste do bafômetro, depois de interceptado pela polícia, não faltou em Juiz de Fora quem o defendesse, e com razão. Nas suas noites pelas boates da cidade, principalmente no
Privilège, nunca faltou quem sempre o visse incursionando pelas garrafas de guaraná.


Ver para fazer

No mês passado, surgiu entre os vereadores a proposta de se adorar na cidade antiga proposta do senador Cristovam Buarque para que os filhos de políticos sejam matriculados em escolas públicas. Sendo assim, é possível que os pais poderosos sentissem o que passam os filhos dos pobres. Imaginava-se que o senador já tivesse esquecido do assunto. Mas, ontem, ele voltou à proposta. Acha que é o jeito de o governo fazer alguma coisa.


((publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O dever de casa

Os presidentes da Câmara e do Senado não têm revelado pulso suficiente para impedir que o plenário das Casas continue sendo desinteressantes diante da maioria dos parlamentares. Obter quórum para a votação de projetos torna-se um esforço muitas vezes fracassado.
Ainda agora, o terceiro representante de Minas no Senado foi empossado em sessão na qual apenas quatro de seus pares estavam presentes.
Na Câmara não tem sido diferente. Bastaria lembrar que, no primeiro semestre, da bancada mineira de 53 deputados apenas quatro - Jairo Ataíde, Jô Moraes, Mário de Oliveira e Lincoln Portela – tiveram 100% de frequência para as sessões de votação de projetos.


Os vereadores

Há quatro pontos importantes para a análise dos muitos novatos que desde já vão manifestando interesse em disputar a vereança. Dois pontos positivos e dois negativos.
Os positivos: as cadeiras, que atualmente são 19, passam a ser 23 em janeiro de 2013; o cociente eleitoral não terá mudança substancial em relação 2008, ficando em torno de 14.000 legendas.
Os negativos: todos os atuais 19 vereadores disputarão a reeleição, e levam a vantagem de já terem o poder do cargo a seu favor; os grandes partidos revelam disposição de não aceitar coligações, o que impede os menores de receber ajuda dos mais votados.


Quem fiscaliza?

Já em vigor a Lei 12.436, sancionada pela presidente, que proíbe qualquer estabelecimento comercial, mas principalmente lanchonetes, pizzarias e restaurantes de utilizar o trabalho de motociclistas com base em propostas que ponham em risco a vida desses entregadores. Não se pode mais estimular a velocidade.
O que ainda não se definiu é a responsabilidade de fiscalizar o cumprimento da lei, embora algumas empresas, como a Habib's, tenham tomado a iniciativa de suspender promoções que prometem a entrega de lanches em 30 minutos, no máximo.

Em recesso

A Câmara dos Deputados entra em recesso amanhã, depois de um semestre que tem tudo para figurar como um dos mais improdutivos. Mas pode ser também um alívio para os envolvidos nos escândalos do Ministério dos Transportes, que estão sob os holofotes da oposição. Porque no Brasil, em se tratando de corrupção, 15 dias são suficientes para que tudo caia no esquecimento.


Possíveis aliados

Recomenda o vice-presidente da República, Michel, que seu partido, PMDB, tenha candidatos próprios às prefeituras nas principais cidades, o que inclui Juiz de Fora, que chegará a outubro de 2012 com cerca de 400 mil eleitores. Por que esse interesse? Porque o partido tem planos para um futuro imediato, e é de todo conveniente o controle do poder político municipal.
As intenções do PMDB estarão fortalecidas se obtiver êxito num segundo passo do projeto, que é trabalhar para aliança com o PT, que indicaria o vice na composição.

__

Em Brasília, num exercício de hipocrisia, parlamentares ligados ao governo insinuam que é preciso ter cuidado na apuração das irregularidades no Ministério dos Transportes. Corre-se o risco de saírem comprometidas as relações entre os poderes, e para tanto lembram a lição de Montesquieu sobre a necessária convivência. Mas podiam aproveitar o mesmo célebre pensador do Iluminismo e sua teoria da separação dos poderes para dizer que todos temos direito à verdade.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dois problemas

Foram pouquíssimos, apenas quatro, o senadores em plenário que ouviram o suplente Zezé Perrella assumir, como suplente, a cadeira que era de Itamar Franco. Nem por isso escapou de começar já vivendo dois problemas que ainda podem resultar em dificuldades. O primeiro foi a negativa de falar à imprensa, depois de reconhecer que não se dá bem com os jornalistas. Outro problema é que, confessando integrar a base política do senador Aécio Neves, que faz oposição ao governo, Perrella recebe recado de seu partido, o PR, para que não se afaste da linha de apoio à presidente Dilma.
O novo senador não precisa pautar mais problemas. Os dois citados já são suficientes.



Pesquisas

Longe de emprestar significado imediato, quando ainda faltam 15 meses para a eleição do prefeito, os partido têm procurado se orientar, ainda que com dados distantes do pleito, com pesquisas, quase todas estimuladas e raras espontâneas. As que foram realizadas até agora sempre destinam o primeiro lugar à professora Margarida Salomão, que na última capaaz xarlaim purd . Garantia de que, se quiser, o PT pode começar logo as articulações em torno de seu nome.


Aliança certa

Wadson Ribeiro já disse que o PCdoB vai buscar condições que o habilitem a disputar a prefeitura em faixa própria. Mas, para alguns de seus correligionários, interessante para ele seria ajudar logo o PT a eleger Margarida. Simples de entender: ela é a primeira suplente do partido na bancada mineira, e não trocaria a prefeitura por Brasília. Sendo prefeita, Wadson, que também é suplente, fica mais próximo de assumir. E eventualidade é que não falta.


Nova sede

O ex-deputado Edmar Moreira, que não se reelegeu, continua vinculado ao DEM, mas pode acabar pensando em um novo partido, modesto e sem donos aparentes, para recomeçar sua vida política. Não é o que ele diz, mas é o que pensam membros de seu grupo, raros deles ainda participando da administração municipal.


Nosso leite

Notícia que corre à margem do Congresso Nacional de Laticínios é que o governo chinês tem interesse em comprar da Zona da Mata o leite que a região ainda não tem em quantidade suficiente para atender aquele imenso mercado.


Cheiro de pólvora

Por mais que se esforçassem os tucanos comedidos, e são muitos, não deu para esconder sob panos molhados a refrega recentemente protagonizada pelo ex-governador José Serra e o deputado Marcus Pestana, não propriamente por causa da briga, que quase chega às vias de fato. O que mais deixou preocupados os moderados é que o episódio pode estar sinalizando o tempo quente que poderá presidir o PSDB, quando chegar o momento de se decidir por um mineiro ou um paulista na disputar da sucessão de Dilma. Se hoje a discussão anda tão quente, é de se imaginar o caldeirão de 2012. Essa é que é a questão.


(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sinais para 2012

1) Muita gente do PP começou a desembarcar, desde o fim de semana, no Partido Verde, que, de imediato, está recebendo cerca de trezentas fichas. Essa opção é muito bem recebida pelo secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge Marques, e pelo PPS. Pode estar nascendo, entre os dois partidos, a primeira aliança para as eleições do próximo ano.

2) Na reunião que acabam de realizar os novos membros do PV, pareceu aos dirigentes que não haverá problemas para que se cumpra a exigência de se reservar às mulheres 30% das vagas na chapa de candidatos a vereador. Já constou que, fosse hoje a convenção, o partido teria as 12 mulheres para disputar

3) A propósito da lei que deu às mulheres garantia de 30% nas chapas de candidatos a vereador, sua autora, a ex-deputada Maria Elvira, esteve em Juiz de Fora, participando de caminhada ecológica feminina. Recebida pelo prefeito Custódio Mattos, conversaram sobre assuntos da atualidade política em Minas.

4) Um dos temas que ganha atenção nas rodas políticas é o fato de que, pela primeira vez nos últimos 50 anos, a eleição municipal não terá a participação de Itamar Franco, morto na semana passada. Era filiado ao PPS, mas isso não não o impediria de apoiar o PMDB, se o candidato a prefeito fosse o deputado Bruno Siqueira. É certo que nesse partido nenhum outro nome o motivaria.

5) O reitor Henrique Duque já desmentiu, formalmente, que tenha feito sua inscrição partidária, embora pessoas a ele ligadas, no campus, garantam que ele se filiou ao PMDB.

6)Outra indagação que já está nas rodas políticas é como vai se comportar, em relação à política de Juiz de Fora, o novo senador Zezé Perrella, suplente de Itamar que, com a morte do titular, vai ocupar a cadeira por 90 meses. Até agora, ele não deu sinal de qualquer interesse em participar.

7) Até o final de agosto estarão definidas as 200 cidades brasileiras que processarão as eleições de 2012 pelo sistema biométrico. Num primeiro estudo, conhecido em março último, Juiz de Fora figurava entre elas.


Última homenagem

A missa da ressurreição, celebrada no fim de semana pelo arcebispo do Gil Antônio, foi a última homenagem que a cidade prestou a Itamar Franco; a cidade oficialmente representada pelo prefeito Custódio Mattos. Com a catedral tomada por familiares, amigos e veteranos correligionários, o celebrante dedicou sua homília a algumas das passagens mais importantes da vida do ex-senador, que estava sendo lembrado na mesma igreja em que ele havia batizado, oitenta anos atrás.
Dom Gil propôs que o ato religioso fosse, além de um memorial, uma celebração de ação de graças, pelo que a vida permitiu que Itamar fizesse, destacadamente a nova ordem econômica que implantou quando presidente da República e a conduta de probidade pessoal de impôs ao governo.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Mister Moore

Transcorre hoje o cinquentenário da morte do professor Mister Walter Harvey Moore, que ficou na história de Juiz de Fora como o homem que consolidou a grandeza do Granbery,
colégio que dirigiu por duas décadas. Em julho de 1961, aos 75 anos, morreu nos Estados Unidos, de onde saiu para cuidar do colégio, mas na cidade foi muito além: tornou-se símbolo do educador perfeito, e por isso tem seu nome ligado a uma das principais ruas do centro.
Muita gente celebre passou pela gestão de Mister Moore. Jacob Goldberg, psicólogo e autor de vários livros, conta que em uma Semana Santa os colegas quiseram agredi-lo, por ser filho de judeus. Escondeu-se no sanitário, e foi socorrido pelo professor, que, falando em hebraico, sugeriu que lembasse ter sido judeu também.


Uma diferença

No primeiro semestre de seu governo a presidente Dilma enfrentou crises políticas bem parecidas com as de seu antecessor. Uma diferença fundamental, que vem em seu favor, é que nos dois casos em que os ministros foram acusados de corrupção ambos caíram. Com Lula provavelmente teriam se mantido.

Ao regaço

Às 11h, no cemitério municipal, as cinzas de Itamar Franco descem ao túmulo de sua mãe, num ato que será marcado pela simplicidade. É sua volta ao regaço materno, tal como sempre desejou.
Mais tarde, às 19h, o arcebispo dom Gil Antônio celebra, na Catedral, missa por alma do ex-senador.


Novidade

Quando Aécio Neves chegou à segunda metade do primeiro mandato a organização das forças de apoio tinha em vista que ele podia e desejava disputar um segundo mandato. Agora, o governador Antônio Anastasia impedido de cumprir o mesmo roteiro, pois se efetivara anteriormente por nove meses, a composição dos partidos não terá de cuidar de reeleição. Pode não parecer, mas há diferenças, a começar pelo fato de que todos os candidatos serão de primeira viagem.


Novidade 2

Ainda que muito distante do número desejado de representantes na Assembleia Legislativa, Juiz de Fora entra neste segundo semestre com mais um deputado. Agora, além de Bruno Siqueira, Rodrigo Mattos. Seriam três, não fosse a ida de Lafayette Andrada para a Secretaria de Defesa Social.
Vale lembar que o município tem eleitores suficientes para eleger seis deputados à Assembleia. E os elegeria facilmente, não fosse o grande número de votos dados a candidatos de outras regiões.

Desgaste

A Secretaria de Defesa Social, que é a velha Secretaria de Segurança Pública com outro nome, figura entre os setores da administração estadual capaz de provocar maiores desgastes políticos. Há quem a considere um verdadeiro “triturador de secretários”, daí a sugestão a Lafayette para que fique muito tempo por ali.


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O padre Antônio Vieira, notável orador sacro, podia ser acusado de tudo, menos de proferir discursos defasado no tempo, mesmo tendo vivido entre 1608 e 1697. Principalmente se continuasse morando e pregando no Brasil. Num dia daqueles tempos ele escreveu:
“Não são só ladrões os que cortam bolsas e espreitam os que vão se banhar, para lhes colher as roupas; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, os governos das províncias; ou a administração das cidades, os quais, já com manha, já com força roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos.”


(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Como Herodes

A presidente Dilma, num esforço para revelar confiança em sua equipe, decidiu que as denúncias de graves irregularidades no Ministério dos Transportes, o que inclui tráfico de influência e superfaturamento, serão apuradas pelo pessoal do próprio ministro. Eles mesmos erraram, eles mesmos vão apurar, eles mesmos vão se isentar de culpa. Os suspeitos julgando seus próprios crimes é como se atribuísse a Herodes apurar o que aconteceu com as criancinhas de Belém.


Busca dos jovens

O PSDB se diz disposto a intensificar a busca dos eleitores jovens, e, tanto quanto possível, engajá-los na vida partidária. Quem afirma é o deputado Marcus Pestana, ao avaliar dados divulgados pelo Tribunal Regional Eleitoral, onde se revela que a mocidade não quer mais tomar conhecimento dos partidos.As filiações se dão entre homens e mulheres com idade que vai de 45 a 59 anos.


As cinzas

As cinzas que restaram do corpo incinerado do ex-senador Itamar Franco chegam hoje à cidade, trazidas por familiares. Amanhã, às 11h, após a bênção concedida por monsenhor Miguel Falabella, elas serão depositadas no túmulo do cemitério municipal onde está sepultada dona Itália Franco.


Rumos do DEM

O Democratas vem de uma longa temporada sem atividades em Juiz de Fora, para isso contribuindo a morte do senador Eliseu Resende e, depois, seu líder, Edmar Moreira teve de se dedicar a tratamento de saúde. Agora, o partido pode ser reativado, quando vai ganhar cadeira na Câmara, com a posse de Romilton Faria, suplente de Rodrigo Mattos.


Governo ganha

No dia 1º de fevereiro, quando se instalou a nova legislatura, a bancada de Minas no Senado tinha dois votos na oposição ao governo federal – Aécio Neves e Itamar Franco. Clésio Andrade o governista. Agora, com a morte de Itamar e a posse de Zezé Perrella, a presidente Dilma fica com a maioria. Perrella já recebeu orientação do PP para aderir. Oposição mineira no Senado é só Aécio.


Homenagem

Mesmo depois de o prefeito Custódio Mattos propor o nome de Itamar Franco para atual Avenida Independência, são muitos os que consideram ser mais justo e adequado perpetuar o nome dele no aeroporto de Goianá, que deixou quase pronto, quando governador de Minas, e que começa a operar em agosto.
Puxando pela memória: Itamar, quando prefeito em 1967, teve algumas dores de cabeça para fazer prevalecer seu desejo de chamar aquela avenida de Independência. Porque, originalmente, ela era um inexpressivo e curtíssimo trecho, que ia da Rio Branco ao Clube Caiçaras. Chamava Carolina Brochado, mãe do tabelião José Brochado. Desejou a família que, aberta a avenida em toda a sua extensão, permanecesse o nome, o que Itamar achou inadmissível. Escolheu Independência, e por isso perdeu a amizade e uma feroz oposição de toda a família daquela senhora.

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A política e o destino dos povos se fazem tanto caminhando como tropeçando, dependendo do poder do imponderável. Se Napoleão não perdesse em Waterloo, o mapa da Europa não teria sido retalhado; portanto, provavelmente não haveria a Primeira Guerra Mundial; não havendo a Primeira não haveria a Segunda. E por aí vai a imaginação.
No Brasil, a Constituição outorgada em 1969 mandava cassar o mandato de quem mudasse de partido. Fosse assim, Tancredo não teria sido eleito presidente, o PSDB não teria sido criado, Fernando Henrique não teria surgido em 94. E talvez hoje tudo fosse diferente.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sétimo dia

A Missa da Ressurreição, em memória do ex-senador Itamar Franco, será na sexta-feira, às 19h, na Catedral, celebrada pelo metropolita, dom Gil Antônio, quando o município ainda estará sob luto oficial. No mesmo dia, por iniciativa de amigos, outras celebrações religiosas ocorrerão em Brasília e Belo Horizonte.


Ato discreto

Confiadas à família as cinzas de Itamar Franco, ainda não foi decido como e quando serão depositadas junto ao túmulo da mãe, no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, em atenção a um desejo que ele deixou expresso. É possível que se opte por ato simples e reservado aos familiares, pois já foram prestadas as homenagens oficiais e dos amigos.


Contra a maré

O deputado Marcus Pestana está publicando “Debate e Democracia – Remando contra a Maré”, onde reúne alguns dos principais artigos e discursos que publicou em jornais. Um tema frequente nos 19 artigos são as lutas para a consolidação da democracia representativa.
No pronunciamento que fez na Câmara, em fevereiro, último do livro que editou, Pestana quer salvar o Congresso da onda de desprestígio, ao garantir que ”com qualidades e defeitos, é aqui que a democracia se manifesta na sua complexidade e plenitude”. Mas, logo depois, uma advertência:
Muitas vezes somos caracterizados por certa voracidade legiferante, com uma profusão de milhares de leis que traduzem, em certa medida, nossa visão de um estado paternalista, onipresente e onisciente.
O deputado entende que é preciso cuidado com a multiplicação das iniciativas difusas.


Só boato

O boato que correu, ontem, entre políticos, era que o reitor da UFJF, Henrique Duque, havia se filiado ao PMDB, passo inicial para que fossem sustentadas as especulações sobre sua candidatura a prefeito em 2012. Em Brasília, onde se encontrava, ele desmentiu a filiação, garantindo que não tomaria essa iniciativa ausente de Juiz de Fora e sem antes conversar com as lideranças partidárias.

Novo comando

Deve ocorrer, ainda hoje, o comunicado oficial do Partido Verde sobre os novos dirigentes da comissão provisória de Juiz de Fora. Quem assume o comando é Sidnei Scalioni, podendo ficar a vice com a atual presidente, Jane Ferraz.

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O presidente João Pinheiro, consagrado como um dos mais importantes a passar pelo governo de Minas (1906), várias vezes era chamado a explicar seus êxitos na administração pública, quando o estado era carente em tudo, principalmente de recursos financeiramente. Hábil na solução das crises políticas, dizia, e depois dele muitos governadores disseram, que o segredo mineiro é o caminho do meio; governar pelo centro é conter os excessos. Nos extremos não há solução.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTICIAS ))

terça-feira, 5 de julho de 2011

Legado póstumo

O senador Itamar Franco, a quem o destino permitiu que cumprisse apenas cinco meses de um mandato de oito anos, deixou para trás alguns projetos que caberá aos demais membros da Casa encampar ou não, segundo suas convicções. Mas deixa também, como legado post mortem, o convite ao debate sobre a suplência de senador. Sua experiência, mais que as anteriores, recomenda a reflexão: assume o suplente sem votos, enquanto o segundo mais votado, Fernando Pimentel, com milhões de votos, fica ausente; e, na sua ausência, sem representação os que lhe deram preferência.
Não se sabe quem tomará a iniciativa de abrir discussão objetiva, partindo de uma distorção que ninguém pode contestar: a eleição de um senador se faz pelo sistema proporcional, quando o critério é o majoritário, isto é, elege-se quem tiver mais votos.


O memorial

Antes de se pensar no destino do grupo político do ex-senador Itamar Franco, vai ser preciso definir o destino do Instituto que leva seu nome, mantenedor do memorial que guarda documentos, peças, impressos, móveis e objetos que lembram de sua trajetória de meio século de vida pública. O memorial ainda se encontra em fase de organização. Por doação, dele também faz parte um apartamento que Itamar tinha em Belo Horizonte.

Sobre Collor

O senador Fernando Collor veio para a última homenagem a Itamar Franco. Houve quem o vaiasse, quando subiu a escada da Câmara. Sem considerar o mérito dessa manifestação, é de justiça lembrar que o senador por Alagoas praticou um ato nobre deslocando-se para a cidade na manhã de domingo. É que Collor não tem dúvida de que em 92 Itamar, seu sucessor natural, nada fez para ajudá-lo a se salvar do impeachment. Tendo ou não fundamento sua suspeita, ao se colocar diante do corpo do adversário ele superou o sentimento de aversão.


Força conjunta

Os planos dos novos dirigentes que estão chegando ao Partido Verde preveem um número não inferior a duzentos de novos filiados. Com todas as evidências de que a reformulação da comissão provisória sofre influência do PPS, é natural que se espere disso uma nova força para atuar na sucessão municipal de 2012.


Sem festa

Os decretos de luto oficial em Minas e no município, pela morte de Itamar Franco, justificam o cancelamento da solenidade de inauguração, na sexta-feira, da Avenida Deusdedt Salgado e celebração de convênio para a reurbanização do Parque da Lajinha. O governador Antônio Anastasia é quem marcará a nova data.

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O pudor da morte, se for possível dizer isso, é que ela obriga a olhar o alto, e adverte que, sendo inevitável e irremediavelmente final, é nela que faz morada a fúria dos destinos. A vida é instantaneidade, ao contrário dessa que Manuel Bandeira chamou de indesejada das gentes. Mas, sempre vencedora da última batalha, ela põe fim a todos os embates humanos. Por isso, Padre Vieira diria que, alfim, a morte amança tudo.
Com ela, queiramos ou não, é o nosso retorno à natureza cósmica, escreveu Darcy Ribeiro, num dia patético. Portanto, a grande coisa que há na vida é o nascimento da morte.

(Publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um sonho na orfandade

Poucos dias antes de sua hospitalização, num encontro que estávamos longe de imaginar que seria o último, perguntei a Itamar Franco se lhe fosse possível, diante de tantos compromissos assumidos durante a campanha, cumprir apenas um – nada além de um – disse que se sentiria feliz se pudesse contribuir para uma lei que garantisse ao cidadão o seu primeiro direito, o direito à privacidade. Preocupava-o o fato de a tecnologia dos tempos atuais correr tão rapidamente, que já não se consegue mais impedir a violação de dados pessoais. Até mesmo um satélite, do espaço sideral volta-se para a cidade, para a rua, para a casa de uma pessoa, arranca imagens das salas e dos quartos e, em seguida, disponibiliza tudo isso à avidez do mundo.
“Se falo das questões que interessam, indistintamente, a todos os brasileiros, estejam eles onde estiverem, seja qual for seu status social, destaco esse problema, cuja pertinência se acentua no dia dia das pessoas: a preservação do direito à privacidade”, disse ele, ao manifestar a disposição de aprofundar a discussão sobre o tema e indagar o que tem a nos dizer sobre isso o Código Penal.
Itamar havia percebido que já não é mais suficiente pedir abrigo ao Artigo 5º da Constituição Federal, que define a individualidade. Cabe buscar caminhos que assegurem a vida privada na sua essência, “a despeito dos bancos de dados, das mensagens não desejadas, do GPS, do google-earth ou quaisquer outros instrumentos existentes ou projetados”.
Ainda refletindo sobre o problema, o senador lembrava a luta de gerações anteriores para retomar as perdidas liberdades de expressão, de ir e vir, de decidir politicamente. “Agora, a luta que se há de travar é pela privacidade, pois sem ela não há respeito, não haverá dignidade”, acrescentou.
Sobre essa preocupação, Itamar certamente morreu pensando no que havia sentenciado Ayn Rand (1905–1982 ): “A verdadeira civilização só se for em direção à privacidade. Toda a existência do selvagem é pública, regulada pelas leis de sua tribo. A verdadeira civilização é o processo da libertar o homem dos homens”.


O novo PV

O Partido Verde entra, nesta semana, na anunciada fase de reestruturação da comissão provisória de Juiz de Fora, podendo acontecer, com a brevidade possível, sua transformação em diretório, o que lhe dará maior poder de articulação política. Quanto aos nomes convidado para integrar o comando, sabe-se apenas que a presidência será ocupada por Sidnei Scalioni, que administra a Acispes, o mais importante e bem sucedido projeto de assistência médica para as populações de baixa renda.
Em relação ao PV, a semana deixa em aberto outra questão: o que sucederá ao partido ao se confirmar a desfiliação da senadora Marina Silva?



Elvira ausente

A ex-deputada Maria Elvira, que no mês passado deixou o PMDB, esteve em Juiz de Fora no fim de semana, hóspede do empresário Pedro Halfeld. Distante da política partidária, ela tem se dedicado a projetos ambientais e divulgação dos programas de cavalgadas ecológicas.
Na sua passagem pela Câmara, marcada principalmente pelo esforço para engajar as mulheres na vida política, ela também se destacou como autora da lei que determinou aos partidos destinar a representantes femininas 30% das vagas em chapas de candidatos em eleição proporcional.


Espaço às ideias

A partir da edição de hoje, e em todas as segundas-feiras, o TER Notícias terá espaço destinado à publicação do pensamento e das ideias de personalidades convidadas. A iniciativa vem atender uma das propostas do jornal, que é acolher a palavra de quem pode contribuir para o enriquecimento da política, da cultura e do bem estar da população. Para cumprir uma tradição da imprensa, quem abre a série é o primeiro representante da cidade, o prefeito.


Novo conselho

Instala-se hoje, em Belo Horizonte, o conselho político do PMDB, destinado a ajudar o partido a coordenar soluções que impeçam correntes internas de radicalizar seus interesses. Esse conselho resulta de uma sugestão do vice-presidente Michel Temer, a quem havia sido levada a preocupação de peemedebistas mineiros em relação às divergências do deputado Newton Cardoso com a executiva estadual. Newton aplaudiu a solução.


Outros tempos

Hoje, quantos serão os cafezais na zona rural de Juiz de Fora? Há quem diga que nem mesmo para o consumo da família do produtor floresce um único pé. A rubiácea que aqui se bebe vem do Sul de Minas ou de São Paulo.
O dado vale, a título de curiosidade, para lembrar que há 90 anos, ao anuncia que a safra anual de Minas havia atingido 3,8 milhões de sacas, a Junta de Corretores de Mercadorias do Rio de Janeiro anunciava que de Juiz de Fora estavam saindo 120 mil sacas.


(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))