quinta-feira, 30 de junho de 2011

Estranho julho

Vale como curiosidade ou estímulo ao exercício mental dos supersticiosos. Este julho que está começando é diferente de tudo que até hoje conhecemos na história dos calendários. Ele terá cinco sextas-feiras, cinco sábados e cinco domingos, o que só acontece uma vez em cada 853 anos.
Os políticos não se interessam por isso, porque nenhum deles viverá para testar a interessante conjunção dos dias da semana.


Grande fartura

Como tem sido dito, e ninguém mais ignora, cresce o interesse dos partidos na escolha de nomes para disputar a vereança. Nenhum deles acha que é muito cedo para tratar do assunto. Outro dado aferido é a tendência de formar chapas próprias. Persistindo essa intenção, formadas chapas completas, quando chegar outubro de 2012 o eleitor terá diante de si cerca de 600 candidatos a vereador.


Qual o recado?

Quanto aos candidatos a prefeito, daqui a pouco a cidade começa a se interessar pelo discurso que eles vão trazer ao eleitorado. O que eles têm a dizer? Quais serão suas promessas?
O que dirão sobre a administração do prefeito Custódio Mattos?, até agora o único a anunciar que estará na disputa. É certo que todos vão querer tosá-lo.


Caça ao voto

Por falar eleição, quem anda se articulando, como candidato a uma vaga na Academia de Letras, é o jornalista e escritor Aristóteles Dummond, membro de
uma família de escritores ilustres. Está desembarcando em Juiz de Fora. Aqui, atualmente, o voto que pode conquistar é do acadêmico Almir de Oliveira. Há alguns anos, a cidade tinha mais dois acadêmicos: Wilson de Lima Bastos, falecido, e Eduardo Almeida Reis, que se transferiu para Belo Horizonte.


Confusão nas drogas

Ontem, foi realizado, no auditório do Banco do Brasil, o Seminário Políticas Integradas sobre Drogas, com quatro horas de debates. Quando se derem ao trabalho de avaliar os resultados, os promotores, vinculados ao Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos, certamente chegarão a uma conclusão preocupante: na cidade, as políticas de combate às drogas não estão integradas, atuam totalmente desarticuladas e vão se atropelando num problema que se agrava.


Um bom assunto

Os vereadores têm revelado grande disposição para promover audiências públicas, e uma das mais recentes preocupou-se com os campos para a prática das peladas nos bairros... Tão animados, talvez pudessem dedicar uma dessas audiências a discutir as soluções físicas para o tráfego urbano, sem preocupação de ordem política. Não só discursos, críticas ou elogios, mas ideias extraídas das experiências do dia a dia. E mais: debater o que fazer com o que já temos, sem sonhar com soluções impossíveis.


(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Suplência na berlinda

Ontem, o deputado petista Domingos Dutra protestou, em Brasília, contra a demora do Congresso em corrigir a distorção causada pela suplência de senador, uma figura sem sentido de ser. A discussão é bem antiga, mas faz 15 anos que surgiu no Congresso o primeiro projeto que pretendeu, e ainda pretende, extinguir o senador suplente, figura perfeitamente dispensável em se tratando de eleição majoritária. Em rigor, na substituição ou sucessão do titular, quem deve ser convocado é o segundo na escala dos mais votados.
Como o critério contempla a suplência, dá-se que, na maioria das vezes, o suplente é um desconhecido que ascende ao Senado sem ser dono de votos. Nesses últimos anos, 40 deles exerceram o cargo, alguns em caráter definitivo.


Combatentes

O Instituto Histórico e Geográfico, que tem sede no Credireal, encerra hoje as atividades do semestre. O presidente Vitor Valverde programou para as 19h30m uma palestra sobre a campanha da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial. Quem fala é o presidente da Associação Nacional dos Combatentes, Antônio de Pádua Inham.

Prestígio

O Tupi mostrou que anda alto seu prestígio junto aos vereadores. Na solenidade em que o clube apresentou seu novo patrocinador na série D do campeonato nacional cinco deles estavam presentes, ao mesmo tempo em que a Câmara realizava uma importante audiência sobre a Guarda Municipal.


Bem avisado

Sobre nota da coluna de ontem, onde se comentou o risco de candidaturas lançadas antes da hora, que se queimam, dois veteranos do PMDB comentavam que a advertência, mesmo não tendo sido direcionada a endereço certo, serve bem para o seu partido. A explicação é a seguinte: qualquer que seja o candidato peemedebista, ou de outro partido que tenha seu apoio, será um veterano. Os veteranos sempre são os mais prejudicados quando lançados fora de hora.


Expectativa

A equipe médica que assiste o senador Itamar Franco, em S.Paulo, aguardava, ontem, os resultados das primeiras setenta e duas horas de combate à infecção pulmonar que o atingiu durante o tratamento da leucemia. É um período crítico, porque a infecção leva certa vantagem sobre um organismo já debilitado pela agressão da quimioterapia.


Drogas

O Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos de Juiz de Fora, que está comemorando o terceiro aniversário de sua fundação, encerra hoje uma semana de promoções, iniciadas no domingo, escolhido pela Organização das Nações Unidas como Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura e também Dia Internacional de Enfrentamento ao Uso Abusivo e ao Tráfico Ilícito de Drogas.
Hoje, fechando a programação, de 18h às 22h, no Auditório do Banco do Brasil, Halfeld, 770, é realizado o I Seminário " Políticas Integradas sobre Drogas", com entrada franqueada a todos os interessados.

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É tarefa difícil manter um bom número de deputados e senadores em Brasília, a bela e solitária cidade onde eles desejam ficar de terça a quinta-feira; ou dia nenhum, quando acontece um abençoado feriado em meio de semana. É preciso que os presidentes das duas casas abram uma campanha junto aos parlamentares para mostrar que Brasília existe. Aliás, há bastante tempo. Pelo menos no papel, pois estamos comemorando os 120 anos da Constituição de 1891, que reza no artigo 3º: “Fica pertencendo à União, no Planalto Central da República, área de 14.400 quilômetros quadrados para a construção da futura capital”.


(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sol e chuva

Nem sempre é sincera a preocupação dos políticos em antecipar candidaturas, principalmente quando se trata de eleição majoritária. Sob a capa do entusiasmo e da simpatia, pode se esconder o plano de provocar o desgaste de um nome potencialmente em condições de participar da disputa. Há casos em que a precipitação é de amigos e correligionários honestos, mas sua inocência não deixa de torná-los prejudiciais.
Situações assim não são raras, quando se trata de candidato a prefeito. Ele é lançado ou cogitado com mais de um ano de antecedência, quando se sabe que não há quem possa suportar tanto tempo de exposição ao sol e à chuva, mais inclementes quando vêm da disputa pelo poder.



Reformulação

Entre os partidos mais antigos está o PTN, que passou ileso por crises e sem contestações quanto à sua presença no cenário político em Minas. Volta a ser falada a reorganização do partido em Juiz de Fora, missão que pode ser confiada ao ex-deputado Amílcar Padovani, recordista de sete mandados consecutivos na Assembleia.


De carona


A Copa do Mundo é um evento esportivo e social que vai além das grandes capitais que sediam os jogos. Cidades próximas podem tirar proveito, tomando carona nas promoções agregadas e na prestação de serviços às delegações visitantes. Hoje, às 10h, na Câmara, pessoas e entidades interessadas vão conversar sobre isso. O deputado Bruno Siqueira promete trazer ideias, baseadas
em uma realidade favorável: a proximidade de Juiz de Fora em relação ao Rio e Belo Horizonte, boas rodovias, estrutura de serviços básicos e os aeroportos local e regional.


Aniversário

Internado na CTI do Hospital Albert Einstein, o senador Itamar Franco completou 81 anos, ontem, sem poder receber o cumprimento dos amigos, preocupados com seu estado de saúde. O tratamento para combater a leucemia tem apresentado resultados, mas a infecção pulmonar ainda não cedeu.
Em nome do Congresso, o presidente do Senado, José Sarney, verá Itamar, tão logo ele possa recebe visitas, que estão suspensas.


Disponível

A Casa Marina Silva, criada pelo advogado José Elias Valério, ponto de referência em Juiz de Fora e na região para atividades culturais ligadas à senadora, não pertence ao Partido Verde, embora a ele tenha prestado muitos serviços. Se Marina se desfiliar, como se espera que aconteça logo, o PV não poderá reclamar o imóvel, que é propriedade de Valério.


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O voto proporcional é o mais fecundo dos arranjos inconfessáveis para ganhar adesões, e sua abolição vem sendo reclamada pelos mais lúcidos estudiosos das questões institucionais, como observa o jurista Saulo Ramos. Além do despropósito, esse voto acaba derrotando muitos entre os mais votados e elege os menos escolhidos nas urnas. Uma inversão que condena às favas o desejo do eleitor.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 28 de junho de 2011

Cooperação Minas-Rio

As Assembleias Legislativas do Rio e de Minas resolveram juntar forças e medir seu prestígio, chamando à responsabilidade a Concer, que administra o trecho Juiz de Fora – Rio da BR-040. Querem apurar responsabilidades em relação a um serviço caro e de duvidosa qualidade.
Mesmo que os deputados dos dois estados não consigam proteger os usuários, a iniciativa não deixa de ter valor, porque pode estar abrindo caminho para uma colaboração mais estreita entre as casas legislativas, sabendo-se que há muitas questões de interesse comum entre os dois estados. O policiamento da divisa é uma delas.


Caça à guerra

O anúncio feito pelo presidente Obama de que vai ser iniciada a retirada de soldados do Afeganistão devia ser um festejado alívio. Mas sabe ele, como sabemos todos, que a indústria bélica dos Estados Unidos alimenta uma fome insaciável de guerras, para poder vender armamentos em série. A pergunta, portanto, é qual o país onde Washington vai descobrir novos perigos de comunismo e terrorismo. Feita a descoberta, os mariners ali desembarcarão, sem terem sido chamados e sem saber por quanto tempo ficarão.

Sob pressão

A facção do PT que reage à aliança com o PSB para disputar a prefeitura de Belo Horizonte ganhou um argumento: pesquisa realizada pelo jornal “O Tempo” indica que o ministro petista Fernando Pimentel é que tem condições de ganhar de Márcio Lacerda. Com Pimentel, portanto, a chance de o partido retomar o poder municipal sem ter de dividi-lo com bons amigos.

Despedida

A senadora Marina Silva vê esgotados os argumentos para manter sua presença no PV, e deve formalizar a desfiliação ainda hoje. É um baque para o partido, que tem na senadora seu principal e bem sucedido teste de urnas. No ano passado, disputando a presidência da República, ela “faturou” 20 milhões de votos. A queixa da senadora, que caberia em qualquer outro partido, é que, em nome de interesses de sobrevivência, a legenda se tornou excessivamente pragmática.


“Intriga”

O deputado Marcus Pestana foi a S.Paulo para visitar o ex-presidente Fernando Henrique (foto), e que o encontrou muito bem humorado, fazendo piada com os 80 anos, que acaba de completar. FHC faz blague com a idade: diz que tem menos, e atribui a velhice a “intriga” do PT.


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Fala-se, com ironia, dos sábios de Bizâncio, que discutiam a questão transcendente do sexo dos anjos, enquanto a cidade era invadida pelos inimigos. Exemplo do excessivo apego às teorias e aos diagnósticos, com o sacrifício da objetividade. Mas, muito antes, Hamurabi já prevenia contra esse vício, que punha em risco sua Babilônia colossal.
Acumularam-se os séculos, e ainda hoje perde-se tempo nas reuniões das comissões do governo, enquanto os problemas passam ao largo, e vão se agravando.



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Enfim, o aeroporto

É uma data que, ainda que ninguém soubesse dela, sempre foi ansiosamente aguardada: 4 de agosto, dia em que o aeroporto regional da Zona da Mata começa definitivamente a operar, com a empresa Azul realizando o primeiro voo de passageiros e transporte de cargas entre Goianá e Campinas, sendo que a cidade paulista servirá de referência para interligação com outros aeroportos. Os voos terão horários divulgados nos próximos dias. Com destino a São Paulo às 6h30m e retorno às 21h, haverá tempo suficiente para que os usuários possam tratar de seus negócios.
Ainda não se falou em inauguração oficial, o que certamente ficará na dependência da agenda de Anastasia e da recuperação do senador Itamar Franco, em cuja gestão, como governador, foram iniciadas as obras.


Quanto menor, melhor

Muitos não entendem por que os pequenos partidos vão se revelando mais ágeis que os grandes, mais interessados em discutir as listas de candidatos a vereador. Por quê? Eis o porquê: os menores sabem, desde agora, que poderão eleger vereadores sem grande quantidade de votos, atrelados a um cociente eleitoral mais generoso, e, pelo menos na fase inicial, não são tão dependentes dos deputados. Candidato a vereador em grande partido, sem lastro político ou sem muito dinheiro, entra na arena já condenado a ser engolido pelos leões...


O desafio
dos hackers


Numa hora em que setores de segurança do governo sentem-se animados a prorrogar o segredo de documentos sobre a ditadura de 64, temerosos de que a publicação ofenda as Forças Armadas, uma rapaziada entendida nos labirintos da internet mostra que a tecnologia pode comprometer esse zelo. São os hackers, que desde a semana passada vêm tirando o sono dos guardiães dos segredos oficiais, depois de terem invadido a intimidade de órgãos da União e prefeituras.
No bojo das justificadas preocupações, pede-se que sejam tomadas providências, ainda que não se saiba exatamente por onde começar. As preocupações deviam se tornar mais amplas se pensarmos que em breve estaremos no ano eleitoral. Estariam os hackers dispostos a desmoralizar a soberana garantia dos técnicos do TSE, que insistem na inviolabilidade de nossas urnas eletrônicas?



Jardim reincorporado

Ouviu-se do vereador Flávio Cheker que é chegado o momento de o poder público municipal propor à União entrega ao município do jardim estilo imperial, que, sendo parte do conjunto do Museu Mariano Procópio, esteve agregado à sede da Quarta Região, já transferida para Belo Horizonte. Alega o vereador que, na reorganização dos serviços militares, o jardim não é mais relevante para o Exército. Não se pode garantir que tenha sido preservada toda a flora original do solar em que residiu Frederico Lage, mas é certo que ficou boa parte, mais que suficiente para justificar a conservação.
O diretor do Museu, Douglas Fasolato, há meses encontra-se empenhado no mesmo projeto. O Ministério da Defesa não o ignora, mas sobre ele ainda não se pronunciou.


Convenções intocadas

Faltando exato um ano para que os partidos políticos realizem as convenções que indicarão seus candidatos e decidirão sobre coligações e alianças, é certo que o Tribunal Superior Eleitoral não tem planos de alterar substancialmente o modelo, tanto para o próximo ano como para 2014, até porque já não há quem seja capaz de apostar nas listas fechadas para a eleição proporcional, esta talvez capaz de exigir mais dos convencionais.
Ideal é que o TSE, mais uma vez sem esperar iniciativa pertinente às atribuições do Congresso, encontrasse a forma de valorizar a importância dos filiados aos partidos, que são chamados apenas para votar a formação das chapas de candidatos. Mas perderam sua importância nos últimos vinte anos, quando o quórum deixou de ser exigido. Decide-se com qualquer número de convencionais, e os dirigentes partidários nem precisam paparicá-los.



Fórum dos Direitos
Humanos: três anos
ativo em JF


Ontem, o Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos comemorou o terceiro aniversário de sua fundação em Juiz de Fora, e, para marcar a data, entidades e pessoas que participam do Fórum organizaram uma programação, que vai se estender até quinta-feira. O 26 de junho foi escolhido pela ONU como Dia Internacional de Apoio às Vítimas de Tortura e Dia Internacional de Enfrentamento ao Uso Abusivo e ao Tráfico Ilícito de Drogas.
O domingo foi também o Dia Municipal de Enfrentamento à Violência, e, por recomendação do Vicariato da Caridade da Arquidiocese, nas missas foram lembradas pelos católicos as vítimas de tortura contra o uso de drogas.
Hoje, às 17h, na Câmara, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, vereador Flávio Cheker, faz um pronunciamento sobre as vítimas de tortura e das drogas, como também o aniversário do Fórum DH/JF.
Amanhã, às 10h, haverá uma visita ao Centro Socioeducativo de Santa Lúcia, liderada pelo presidente da OAB - 4ª Subseção , Wagner Parrot. O objetivo é apurar denúncias de tortura nesse estabelecimento de internação de adolescentes em conflito com a lei.
Concluindo a programação, na quinta-feira, de 18h às 22h, no auditório do Banco do Brasil, Rua Halfeld, 770, será realizado o I Seminário " Politicas Integradas sobre Drogas".


( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS )

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Resistência do PMDB

A intenção do deputado Newton Cardoso de promover uma reformulação nos diretórios do PMDB no interior esbarra na resistência da executiva estadual, presidida pelo deputado Antônio Andrade, ligado ao grupo do ex-ministro Hélio Costa. Como são grupos antagônicos medindo forças, os diretórios preferem não se manifestar. Como o caso de Juiz de Fora.


Sem descanso

Os fatos políticos se recusam a dar trégua à presidente Dilma, que vem colecionando crises, umas em cima de outras. Não tem podido respirar. Os problemas anteriores ainda são fumegantes e ressuscita o caso que se tornou conhecido como Os Aloprados. Rememorando: em 2006 veio a público o famoso dossiê de denúncias e suspeitas contra o PSDB, principalmente contra José Serra. Para afetar o governo Dilma, o assunto está sendo desenterrado, colocando como pivô o ministro Mercadante. Mas parece ter sido aprendida a lição do caso Palocci: o Palácio do Planalto não vai esperar que a crise se esvazie por si mesma, e mandará o ministro ir ao Congresso dar explicações.


Pelo meio

Na noite de segunda-feira, quando falou para filiados do PSDB, em reunião no Hotel Constantino, o deputado Marcus Pestana analisou, otimista, o futuro da social-democracia, a começar pelas experiências na Europa. Ela são ideias e projetos que procuram ocupar espaços deixados pelo socialismo e capitalismo, passando pelo meio deles, aproveitando os pontos em que foram bem sucedidos.


Sinalizando

O presidente estadual do PT, Reginaldo Lopes, não tem deixado escapar oportunidade de estar na cidade, prestigiando eventos locais e regionais, principalmente quando centralizados pela Universidade. Indício, segundo observam alguns de seus correligionários, de que vai dedicar especial interesse pela eleição do próximo prefeito.


Teste direto

O vereador Wanderson Castelar deve imaginar o volume das resistências a serem enfrentadas por seu projeto que obriga agentes públicos a terem os filhos matriculados em escolas públicas, como forma de testar a qualidade do ensino que ali se pratica e corrigir as deficiências. Ele não desconhece que tentativa semelhante chegou a ser proposta pelo senador Cristóvam Buarque. As resistências são explicadas: os políticos sabem, com ou sem razão, das limitações da rede pública de ensino, e não querem seus filhos lá.


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A propósito da emperrada reforma política, quem ninguém sabe explicar, ao certo, porque não consegue andar, o escritor Carlos Heitor Cony chega bem próximo da razão:
“Quando a classe política, como um todo, atinge um consenso operacional, a experiência ensina que nada será feito para concretizar o circunstancial consenso. Ele servirá apenas para declarações bem intencionadas e para a formação da seguinte estratégia: se todos estamos de acordo neste assunto, por que não o deixar para mais tarde?


(( publicado na edição de hoje do TER Notícias ))

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A difícil adoção

Há dias, em canal fechado de televisão, o senador Aécio Neves e o padre Fábio de Melo trocavam ideias a propósito de adoção ou apadrinhamento afetivo de crianças órfãs, quando a conversa esbarrou nas dificuldades burocráticas enfrentadas por famílias de boa índole, que são obrigadas a enfrentar o calvário da papelada. O rigor da lei pesa sobre quem pretende adotar, embora não tenha pesado antes sobre a paternidade irresponsável.
Hoje, o Brasil tem 29 mil crianças nos abrigos. Vinte e sete mil famílias, das 4 mil regularmente cadastradas, prontas para recebê-las.
Já se perdeu na poeira tempo a história da primeira adoção. Talvez venha do tempo das cavernas, quando se recolheu o filho de quem não conseguiu retornar de uma caçada. Seja como for, nunca a aventura do homem sobre a Terra conheceu gesto de tamanha grandeza. Transcendente na sua própria natureza, tanto que vamos encontrá-lo em dois momentos fundamentais das Escrituras: no Velho Testamento, Moisés, saído das águas, foi adotado pela princesa egípcia para libertar seu povo e com ele partir rumo à Terra Prometida. No Novo Testamento, Jesus torna-se filho adotivo do carpinteiro José, sem o que o Cristianismo não teria dado ao mundo o dogma da concepção imaculada.
(A História não esconde casos de adoções mal sucedidas, mas são exceções. Tanto que, ao tombar apunhalado junto à estátua de Pompeu, o que deixou César mais escandalizado não foram os traidores, mas ver entre eles Brutus, o filho adotivo).
A grandeza do gesto, o maior da solidariedade humana, nunca encontrou a definição perfeita. Quem esteve próximo foi Padre Vieira, notável sermonista. Pregando em São Luís do Maranhão, na festa do Carmo, em 1659, diria:
_ O filho natural ama-se porque e filho; o adotivo é filho porque se ama.


Reforma relegada

O governo tem vivido problemas internos e nas relações com o Congresso mais que suficientes para explicar o fato de reforma política estar, de novo, relegada a segundo plano. Há quinze dias não se fala no assunto, para isso contribuindo, sucessivamente, a acidentada votação do Código Florestal, a queda do ministro Palocci e os desencontros na escolha do novo titular para a Articulação Institucional. É o destino da reforma política, que conhecemos há mais de vinte anos: um projeto sempre pronto a ceder o espaço e a vez para outros temas, sejam eles importantes ou não.


Tempo de migração

O segundo semestre pode começar trazendo mais novidades do Partido Verde, depois de ter sido surpreendido com o pedido de licença do vice-presidente José Elias Valério. O partido poderá receber, nos próximos dias, a filiação de políticos atualmente ligados ao PP, incluindo o vereador Tico-Tico. Em Belo Horizonte, os dirigentes também demostraram que gostariam de contar com a filiação do empresário Cláudio Horta.


Prioridade é vereador

Uma referência válida para todos os partidos: hoje, sua principal preocupação não são possíveis candidatos a prefeito, porque a prioridade geral é a avaliação de nomes que poderão compor as chapas para a Câmara Municipal. Quando o assunto é esse, há duas preocupações que se sobrepõem às demais: convocar quem evidencia a capacidade de ter mais votos, e fazer com que nas chapas estejam representadas as categorias profissionais mais representativas. Uma terceira preocupação é contemplar candidatos dos bairros mais populosos.


Museu nonagenário

Uma das raras homenagens entre as que são prestadas pela Câmara Municipal é a Moção de Aplausos. Mas é o que vamos assistir amanhã, às 17h, tendo como alvo o Museu Mariano Procópio, para celebrar os 90 anos de sua fundação. A iniciativa é dos vereadores José Sóter Figueirôa, Flávio Cheker e José Laerte. A homenagem será prestada na pessoa do diretor Douglas Fasolato, que terá oportunidade de informar como andam as obras de recuperação do Museu, que Alfredo Ferreira Lage organizou e doou ao município em 1936.
A inauguração se deu no dia 25 de maio de 1921, coincidindo com o centenário de nascimento de Mariano Procópio.


Aguça a curiosidade saber a razão de o Congresso Nacional jamais cobrar prestação de contas ao Ministério do Planejamento, onde se supõe devam ser traçadas metas e prioridades para o País num futuro imediato. Nada se faz sem planejar, principalmente quando se trata de uma Nação. Entretanto, ninguém sabe realmente o que se tem feito, objetivamente, naquele Ministério. Provavelmente pouco ou nada.
Eduardo Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia, não estava brincando quando disse que, aposentando-se, gostaria de trabalhar em planejamento para o governo. Moleza. A razão é simples: ali você planeja o que não executa, e depois avalia o que não fez...



(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tempo de paz

Não interessa ao PSDB correr o risco, neste momento, de criar dificuldades de convivência interna, porque isso seria contribuir para o fortalecimento do governo. É com base neste raciocínio que os tucanos esperam ver o senador Aécio Neves insistir na harmonia, o que significa propor a mineiros e paulistas adiar, tanto quanto necessário, as disputas pela presidência na campanha de 2014.
Nem todas as coisas precisam ser ditas claramente para serem entendidas.


Mudanças

O PV entrou em compasso de espera, aguardando os rumos que a senadora Marina Silva vai tomar, depois de ter ameaçado deixar o partido, mesmo sem dizer a qual sigla se filiaria. A ameaça deixa os verdes em suspenso, e com razão, pois há oito meses faturaram com ela 20 milhões de votos, um patrimônio eleitoral que não se pode jogar fora.


PPL em cena

Willhans Moraes telefona para dizer que não há fundamento na notícia de que o PPL – Partido Pátria Livre está ausente, nem mesmo em Juiz de Fora. Ele garante que estão em curso importantes adesões, inclusive de parlamentares e que a legenda age em todo o País.
Quanto a Juiz de Fora, onde também estariam sendo colhidas assinaturas de filiados, a previsão é que em julho se promova ato público de apresentação da comissão provisória municipal.


Adesão

O vereador Wanderson Castelar dá a entender que deseja ver o PT mais integrado ao movimento das lideranças regionais em torno de propostas para o desenvolvimento da Mata, movimento que no dia 20 culmina com a entrega de um memorial a outro petista, o ministro Fernando Pimentel. Ontem, o vereador sugeriu ao deputado estadual André Quintão que adira a essa campanha.


Faixa própria

Comentário ouvido de peemedebistas (pelo menos três deles) que participaram da última reunião do partido: parece que, de conclusões úteis, apenas a certeza de que o diretório não teria como se explicar se, em junho de 2012, abandonar o projeto de candidatura própria à prefeitura. Até porque o diretório estadual não vai abrir mão de um nome para disputar.


Em tratamento

Está fixado em 28 dias o período de tratamento do senador Itamar Franco, acometido de leucemia. É o tempo em que tem de permanecer hospitalizado. Findo o prazo, desejando, pode prosseguir o tratamento em Juiz de Fora, viajando em avião do governo do estado, já colocado à disposição.



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Bom para o governante é poder administrar os diferentes sentimentos de que se ocupam os grupos que o cercam. Porque há os que veem tudo às mil maravilhas, e ofuscam a realidade das coisas, como também os pessimistas, que só enxergam o lado ruim. Desde o prefeito à presidente é preciso temperar as coisas com os racionalistas.
Foi para esses que escreveu Robert White, citado por Eduardo Almeida Reis:
“O otimista acha que o copo está muito cheio; para o pessimista, muito vazio; os racionalistas acham que o copo tem o dobro do tamanho que devia ter.”


(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Civilizadamente

Nem todos os correligionários e colaboradores da presidente Dilma aplaudiram, mas não podem negar que foi um gesto simpático e cortês a carta que ela enviou a Fernando Henrique Cardoso, que está comemorando 80 anos. A mensagem em nada a compromete politicamente, nem mesmo quando atribui ao ex-presidente um papel importante na estabilização econômico-financeira do País. Cuidadosa, ela também fez referência às questões divergentes que os separam.


Quintão em JF

O deputado André Quintão, da bancada do PT na Assembleia Legislativa, está hoje em Juiz de Fora a convite do vereador Wanderson Castelar, para participar de uma agenda que começa às 9h30m, na Universidade Federal, onde ele faz palestrar sobre ”Poder Legislativo e Políticas Públicas”. À tarde, visita o prefeito Custódio Mattos, depois assiste à inauguração de um posto de serviços em Monte Castelo e, às 21h, encontra-se como apoiadores.
Quintão está cumprindo seu terceiro mandato.



Pimentel


O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, já é presença confirmada, na segunda-feira, para assistir, no Museu Murilo Mendes, à apresentação do documento em que lideranças regionais traçam diretrizes para o desenvolvimento da Mata. É uma presença importante, porque, como se verá, dois terços das propostas estão direta ou indiretamente ligados ao seu Ministério.
O encontro promete repercussão, pois do estado, também para receber o manifesto, virão seis secretários.



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O governo federal continua ouvindo protestos, até do Exterior, poe causa da tolerância do Ministério da Educação em relação a uma cartilha maluca de tolerância a agressões grosseiras em relação ao idioma. Da África, onde muita gente fala Português, vêm protestos formais. É o quer faz lembrar o poeta Virgílio Ferreira:
“A língua portuguesa é um bem precioso eu une povos que o mar separa, mas que a afetividade aproxima.”


(( Publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

terça-feira, 14 de junho de 2011

Clube da Luluzinha

Não se pode acusar a presidente Dilma de relegar as mulheres a segundo plano, quando se trata de preencher cargos dos altos escalões. Helena Chagas, na estratégica Secom, e mais recentemente Gleisi Haffman para substituir Antônio Palocci na Casa Civil são dois entre os principais exemplos. Mexeu na Coordenação Política, e de novo a presença feminina, com a chegada de Idali Salvati, o que foi surpresa geral pois esse é um cargo que exige jogo de cintura, paciência e capacidade de diálogo, virtudes políticas que ela não cultiva.
Mas, ainda não é o suficiente. No fim de semana, realizou-se, em Salvador, o congresso da União Brasileira de Mulheres, quando se reclamou mais avanço delas sobre os postos de comando, ainda que a eleição de Dima Rousseff para a presidência da República tenha sido uma vitória importante para o processo de “empoderamento” das mulheres. Uma decisão: propor jogo pesado com os partidos que não garantirem à representação feminina 30% em suas chapas de candidatos.


Acerto de contas

Há oito meses, quando disputou e perdeu o governo de Minas, o PMDB pôde confirmar que
não rendeu votos suficientes para o candidato Hélio Costa sua aliança com o PT, mas não tinha como revidar e nem como castigar os correligionários circunstanciais. O mesmo não ocorre em relação à gente de casa, isto é, os peemedebistas que enrolaram a bandeira, abandonaram a batalha, deixando a candidatura de Hélio entregue à própria sorte. No segundo turno, foram multidões que deixaram o partido para aderir a Antônio Anastasia, numa espantosa velocidade.
Dirigentes do partido traído não assimilaram o abandono, e o desejo de acertar contas ainda não é coisa do passado. Sinal de que as feridas ainda sangram está na análise, iniciada ontem, em Belo Horizonte, de uma centena de pedidos de intervenção em diretórios municipais e dissolução de comissões provisórias. Geralmente, são casos em que os dirigentes não apoiaram Hélio Costa, mas ele próprio não parece interessado na aplicação de sanções disciplinares. Em muitos casos, são os deputados interessados em extinguir comissões que não lhes agradam, abrindo campo para políticos de sua confiança.



Valério licenciado

Fundador do PV e seu principal defensor em Juiz de Fora, além de presidente de honra, o advogado José Elías Valério decidiu licenciar-se, como está revelado em carta que encaminhou ontem aos dirigentes. O afastamento, por um tempo que ele não definiu, inclui a função de vice-presidente da comissão executiva. Valério não fala sobre preocupações com a conduta do partido na cidade, nem descontentamento com filiações suspeitas. Ele fala da necessidade de tratar de assuntos particulares.


PPL sumiu

Depois de promover rapidíssimos contatos com sindicalistas de Juiz de Fora, mas sempre centralizado em S.Paulo, saiu de cena o PPL – Partido da Pátria Livre, e dele não se tem mais notícia. Na verdade, está desaparecido desde abril de 2009, exceção apenas quando divulgou nota de apoio ao governo Lula. Fora isso, o partido vinha se preocupando apenas em lembrar Getúlio Vargas e João Goulart, e condenar a “orgia entreguista” de FHC.


Consultas

Interessado em cuidar, desde já e com grande antecedência, da formação de seus futuros candidatos a vereador, o PSL tem conversado muito, procurando ouvir opiniões e sugestões de políticos militantes. Ouviu o ex-prefeito José Eduardo Araújo,que, contudo, continua filiado ao PR.


Bancada unida

Tratado há dias neste espaço, como um dos principais desafios para as lideranças da região, a necessidade de maior integração das bancadas parlamentares ganhou a preocupação do senador Clésio Andrade, depois de lembrar que os nordestinos, sempre muito unidos, tiram grande proveito disso.
Clésio lembra que a bancada de Minas no Senado tem ele apoiando o governo, enquanto Aécio Neves e Itamar Franco são contra. Mas garante que isso não vai impedir que os três
caminhem juntos em relação a alguns projetos de interesse do estado, como a duplicação da BR-040 entre Ouro Preto e Ressaquinha.



Vento e chuva

Se bem comparados com as ocorrências dos últimos anos, os ventos e as chuvas das últimas semanas têm mostrado maior poder de destruição. Acentuadamente em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, que, por serem os maiores produtores e consumidores de energia, não podiam deixar de ser os mais prejudicados.
O fato de Cemig e Light estarem em linha de excelência de serviços não é suficiente para poupá-las de graves problemas. Na quinta-feira, 1,8 milhão de habitantes de Belo Horizonte estavam à luz de vela, e nos municípios do Sul de Minas afetados, os serviços só puderam ser restabelecidos no sábado. Como as condições climáticas estão passando por grandes transformações, é preciso que nos acostumemos com problemas na energia elétrica.
Em alguns casos, e aí entra em Juiz de Fora, além de chuvas e ventos, os riscos para o
abastecimento pode se agravar com a precipitação de raios.


Quase Palocci

“Não fossem José Dirceu e Francenildo, Palocci provavelmente ocuparia a cadeira presidencial”, e não Dilma, segundo exercício de prospecção do deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, em artigo que publicou na edição de domingo do jornal “O Globo”. A observação foi parte análise do que o deputado define a “crise precoce” do atual governo, que teve, além das suspeitas do enriquecimento do chefe da Casa Civil, as dificuldades de convivência com a bancada evangélica, a acidentada condução a votação do Código Florestal e as ameaças da inflação.
A observação de Pestana faz retornar à memória momentos cruciais em que o PT tinha de deidir o nome de seu candidato. Lula teria optado por ele, não fosse os obstáculos surgido. Quando esteve na faixa do quase ainda não se conhecia essa história da fortuna que se multiplicou vinte vezes em quatro anos.

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É comum ver e ouvir apelos ao Congresso Nacional e às Assembleias para que elaborem leis, mais leis, a fim de que com elas possamos resolver nossos problemas, embora saibamos que nós já as temos em número mais que suficientes. O que ainda não aprendemos é aplicá-las. Sendo numerosíssimas, acabam morrendo no papel.
Lao Tse, 650 aC, já gritava contra o excesso de leis. O excesso leva à corrupção do povo.
Muito mais radical foi o Abade Sieyés, no Ensaio sobre os Privilégios, pouco antes de se reunirem os estados-gerais de França:
“As leis, em lugar de promover a igualdade, são elas mesmas, cúmplices dos privilégios”. ´

(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

quinta-feira, 9 de junho de 2011

As convenções

Em junho de 2012, portanto dentro de um ano, os partidos políticos que desejarem participar das eleições estarão iniciando suas convenções para definir candidatos ou celebrar alianças. Não há previsão de que até lá a legislação introduza mudanças nas regras que regem essas assembleias.
Há anos, pelo menos nas três últimas décadas, que o modelo é o mesmo, com o grave defeito de que, na maioria dos casos, os convencionais são meros figurantes, chamados a decidir quando as decisões já foram tomadas pelos dirigentes. Aos líderes não convêm mudanças e aos lideram sobra desinteresse.

Longa espera

Informou-se na Câmara que a recém-criada comissão para propor políticas de defesa e promoção dos idosos vai aguardar um diagnóstico sobre a situação dessa faixa da população, e, a partir daí, agir. Ideal é que a comissão comece a caminhar com os dados e informações que já conhece, porque os diagnósticos, em geral, são peças protelatórias. Vide caso dos flanelinhas, entre muitos outros.


Maturação

Sobre a reforma política, a mais falada e menos realizada: as expectativas mais otimistas sugerem que, se algo acontecer, não será antes de 2018. Uma das dificuldades, entre muitas, para que a matéria avance é que ela é estudada por diferentes comissões nas duas casas do Congresso. Compatibilizar as propostas pode ser outro calvário.


Apoio suficiente

Já se sabia, mas teve confirmação ontem, por via de fontes diversas, que a queda do ministro Palocci, depois de ter perdido apoio de importantes áreas da base do governo, resultou de conveniências de Dilma e Lula. O desgaste dele chegou a um ponto em que passou a ser perigoso para o governo e os grupos que influem no Palácio.
Quando alguém do governo se desgasta demais, melhor é abandoná-lo ao seu destino. Doutor Azeite, antigo assessor do prefeito Olavo Costa, gostava de dizer que defunto a gente leva até à sepultura. Não vai junto.


Eleitor algemado?
Em outubro do ano passado, os encarcerados no Ceresp, denominados presos provisórios (ainda não tinham sentença da Justiça), foram à urna eleitoral algemados. Quem presenciou o fato constatou as dificuldades do eleitor em exercer seu direito de voto, pelas limitações impostas pelas algemas, o que ocorreu não apenas em Juiz de Fora. O constrangimento foi levada ao Fórum Permanente de Defesa de Direitos Humanos, onde os militantes avaliaram que a medida da unidade prisional causou dificuldade ao eleitor que estava no exercício de seu direito.
Mas já se sabe que o TSE vai determinar o banimento da algema, enquanto o preso estiver votando.

O sucessor

Logo após partir para o segundo ano de seu mandato, isto é, já no primeiro semestre de 2012, o governador Antônio Anastasia estará lendo nos jornais as especulações em torno de sua sucessão. Mas hoje, com essa enorme antecedência, há quem diga que o candidato natural do governo será o atual vice, Alberto Pinto Coelho.




Os donos dos privilégios resistem a tudo. Não querem a reforma política, nem a tributária, muito menos a financeira, não reduzem impostos nem dividem lucros. Não cedem nem concedem. Não há inteligência nisso. Até porque, se bem em entendida a sabedoria, é preciso mudar para que as coisas continuem como são, diria o príncipe de Salina, em Il Gattopardo, de Guiseppe Lampedusa. As velhas aristocracias têm de ceder um pouco, para não serem engolidas pela História.



((publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS))

Sobre a reforma

O vereador José Figueirôa, que coordenou a exposição do jurista Dalmo Dallari sobre reforma política, convidou a coluna a contribuir nas intervenções que se seguiram. A contribuição deixada certamente não enriqueceu o encontro como esperava, mas procurou mostrar que, em rigor, não estamos tratando de reforma política, mas de uma reforma partidária e eleitoral. Pretendessem as mudanças atuar verdadeiramente na estrutura política, estaríamos cuidando da introdução do parlamentarismo, que é por onde começa a modernização do Estado e por onde se aperfeiçoa a democracia representativa.
Ainda tentando contribuir, a coluna manifestou a certeza de quem a escreve e dos que com ela colaboram que reformas, sejam grandes ou modestas, só caminham e só se realizam se forem o resultado do desejo e da participação da sociedade. E, até agora, o povo não se manifestou, ignora o assunto. Talvez porque o projeto em discussão se apresente com muitos e variados temas. É como se estivéssemos tentando praticar, a um só tempo, várias cirurgias sobre um mesmo corpo enfermo. Talvez tivéssemos progredido se a reforma viesse em doses homeopáticas; uma coisa de cada vez.

1) O presidente da Subseção da OAB, Wagner Parrot, anunciou a disposição de promover seminário capaz de aprofundar as discussões em torno da reforma, em colaboração com a Câmara e com entidades interessadas. A sugestão havia partido do ex-prefeito Tarcísio Delgado, do próprio Dallari e do jornal TER Notícias.
2) Sob a presidência do vereador Isauro Calais, a Câmara tem agora comissão especial que também vai cuidar da reforma, particularmente nos pontos em que ela pode afetar o trabalho dos legislativos municipais. Serão convidados a participar vereadores de todos os municípios da Zona da Mata.

3)Discutia-se o sistema unicameral. Dallari acha que o Senado é uma casa dispensável, contestado pelos que veem nisso um risco para a unidade federativa, particularmente para os estados do Norte e Nordeste, que se empobreceriam. No contra-ataque, Dallari disse que, fosse assim, o Maranhão seria muito forte, não seria a pobreza que, nem líder de mortalidade infantil. Ter esse tipo de senador (referência a José Sarney) é melhor não ter senador.

Data única

O PSB já definiu, com sua bancada no Congresso, que tem posição fixada em favor da unificação da data das eleições, de forma que em apenas um dia, de uma só vez, o eleitor escolhe desde o vereador ao presidente da República. Seria a maneira de evitar que, além da preocupação do eleitor, os políticos tenham de se dedicar às campanhas de dois em dois anos, como comentou o deputado Júlio Delgado.
No Senado, Eduardo Azeredo,do PSDB, também vem defendendo a coincidência, e tem projeto nesse sentido.

Estratégias

Comentário que não tem faltado nos meios tucanos é que o PSDB de São Paulo, sem desconhecer o projeto presidencial do senador Aécio Neves, vai adotar a estratégia de permitir que ele avance, até o momento em que possa ser desarticulado, e então um paulista ( José Serra ou Geraldo Alkmin) assuma a candidatura.
No outro extremo da disputa, informa-se que a irmã e conselheira de Aécio, a jornalista Andrea Neves, está em S.Paulo cuidando da elaboração de novo marketing para o partido. Uma área em que ela é especialista.


Consolo
São raros os que acreditam que o ex-ministro Antônio Palocci não caiu de vez, mas apenas ficará afastado por seis meses, até que organizado sua defesa e se desvencilhado da acusação de enriquecimento altamente suspeito. A expectativa da volta seria um mero consolo. Ainda mais que a presidente está decidida a imprimir um modelo mais técnico e menos político à Casa Civil.

((Publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS))

terça-feira, 7 de junho de 2011

Em disputa

O PP e PPS são partidos que já manifestaram interesse em ter a filiação do empresário Cláudio Horta, um nome que poderia vir a ser cogitado para disputa a prefeitura. Pode haver outras pequenas legendas com o mesmo interesse. Quanto aos pepistas, há uma ala que não pretende se manter na aliança com o prefeito Custódio Mattos, e poderia emigrar. Mas nada além de especulações.


Impressão

Da palestra e do debate que se travou, na Câmara, com o jurista Dalmo Dallari, ficou a impressão de que à falta de interesse do Congresso e ao descaso da sociedade deve-se a fatia maior das dificuldades para a reforma política ir adiante. Não há como vencer tais obstáculos.


Insinuação

A escolha de um candidato a vice-prefeito resulta, invariavelmente, das composições que levam à escolha do nome de quem vai disputar a prefeitura. Fica como consequência, desdobramento das alianças, muitas vezes até a revelia de quem lidera a chapa. De maneira que têm pouco valor as insinuações dos que sonham em figurar como vice, porque isso depende menos deles e mais das circunstâncias.

Falta proteger

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural informou que, desde outubro de 2000, faz parte dos bens tombados do município o marco do início das obras da União e Indústria, com a inscrição U.I 1856, que se encontra no cemitério da Glória. O tombamento se fez paralelamente à mesma providência tomada em relação à igreja, quando era prefeito em exercício João César Novais.
Passados quase onze anos, a preocupação já não é mais tombar, mas conservar, pois o marco fica exposto ao tempo, sem qualquer tipo de proteção.

Preliminar

Os partidos gostariam de não experimentar, em 2012, um problema que vêm enfrentandonos últimos tempos: preencher as vagas destinadas às mulheres na eleição para vereador. Essas vagas, por força de lei, correspondem a 30% das chapas. O problema é que elas não manifestam suficiente interesse.
Para tentar vencer o desinteresse, alguns pensam em promover bem antes (o que significa janeiro ou fevereiro) uma campanha destinada a sensibilizá-las. Mas já devem saber que não será fácil.


Não menos

E sobre o volume do colégio eleitoral que Juiz de Fora terá em outubro de 2012? Ainda de acordo com previsão de alguns partidos, chegaremos a 400 mil aptos a exercer o direito do voto. Se for assim, mais um argumento para os que consideram defasados os números da população dados recentemente pelo IBGE.


Novo modelo

A presidente Dilma fez um telefonema para Lula, com quem desejou colher conselhos sobre a atitude do governo frente ao ministro Antônio Palocci, alvo de graves suspeitas, que ontem à noite já não estava mais no cargo. Não foi a primeira vez que os dois falaram sobre esse e outros assuntos.
Com dois mandando e decidindo, começamos a viver uma situação singular no Brasil: nem parlamentarismo nem presidencialismo, mas bipresidencialismo.

(( publicado também na edição do TER NOTÍCIAS ))

Ainda Acredita?

Os brasileiros ainda têm razões e motivos para acreditar em uma reforma política minimamente saudável? Eis uma pergunta pertinente a quem entende muito do assunto, o jurista Dalmo Dalari, que é a visita ilustre desta terça-feira. Às 14h ele estará na Câmara, para falar sobre essa reforma, que a cada dia nos parece mais distante.


Sílvio Abreu

Em manhã muito concorrida, na capela Senhor dos Passos, onde se casavam Moema e Fábio, também a presença de muitos políticos, como Bruno Siqueira, Vítor Valverde, Eduardo Freitas, Marcello Siqueira e Sílvio Abreu Júnior. Sílvio muito festejado. Deputado em quatro legislaturas, secretário de Justiça no governo Tancredo Neves, nos anos 60 e 70 ele foi um dos políticos de maior expressão em Juiz de Fora.


Em tratamento

Os médicos paulistas que assistem o senador Itamar Franco,e que o têm submetido a aplicações de quimioterapia, preparam-se para liberá-lo do regime hospitalar. É possível que na próxima semana tenha autorização para prosseguir o tratamento em um hotel, sempre acompanhado de um assessor parlamentar.


Chance perdida

Para o ex-presidente Fernando Henrique, ao titubear frente à crise provocada pelo Caso Palocci, permitindo que Lula se antecipasse e interferisse, a presidente Dilma perdeu uma boa chance de impor sua marca pessoal e sua autoridade no enfrentamento dos problemas.
Petistas que o ouviram acham que FHC se precipita. Alegam que ainda não chegou a hora de Dilma mostrar sua personalidade em questões políticas.


Vaga aberta

Está prevista para o final do mês a convocação do vereador Rodrigo Mattos para assumir na Assembleia Legislativa a vaga que se abrirá nas bancada da coligação comandada pelo PSDB. A vaga resulta do afastamento de um titular, Mauri Torres, que vai assumir, como conselheiro, no Tribunal de Contas.


Mau cheiro

Depois de uma tentativa de explicar, pela televisão, o milagre de aumentar em vinte vezes sua fortuna, e para tanto precisando de apenas quatro anos; depois de se descobrir que mora em mansão de “laranjas”, o ministro Antônio Palocci deve estar sendo aconselhado pelos amigos a fechar a boca e sair de cena. Há certas coisas sobre as quais se diz que não devem ser mexidas. Porque quanto mais se mexe mais cheiram mal.

Ecumênico

Começa no dia 12, comandada por Zé Kodak, da Banda Daki, a maior campanha da cidade para recolher agasalhos a serem imediatamente distribuídos aos necessitados. Três barracas serão montadas no Parque Halfeld para receber os doadores. O promotor, com espírito ecumênico, diz que serão barracas católica, evangélica e espírita.

Faltou fazer

O governador do Rio, Sérgio Cabral, alegando indisciplina e vandalismo, mandou demitir 400 bombeiros, que estavam em campanha de aumento de soldos. Com tamanho número de militares desligados, sabendo que além dos motinados há três vezes mais de descontentes, extinta qualquer relação de autoridade, melhor ele teria feito se extinguisse a corporação e criasse uma nova.

((( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS )))

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A avenida de Mello Reis

As avenidas são como cada um de nós. Elas têm alma. Podem ser ambíguas, sinistras, delicadas, ou nobres e gentis, como dizia João do Rio. Pois a avenida de Mello Reis, que foi inaugurada na semana passada, é o retrato de seu patrono: basta olhar para se ver que ela se cerca do verde intenso das esperanças e é uma avenida que nunca deixa de subir, sempre para a frente e para o alto, o que também foi a paisagem humana e a marca indelével daquele homem, cuja biografia ficou sendo uma apaixonada declaração de amor à cidade de sua querência. A avenida de Mello Reis tem esse calor humano, e vai guardar nas suas placas o nome de quem passou pela História e para a História como capaz de arrancar de si e partilhar com toda a gente que o cercou uma imensa capacidade de amar; amar tanto, a ponto de emprestar a ela os melhores dias de sua vida.

Quando os que estão por vir por ali passarem saberão que pisam o chão de um caminho generoso que guarda o nome de quem se fez modelo de trabalho e ética. A placa com esse nome não servirá apenas para identificar uma avenida que sobe, mas que também aponte uma linha de vida, a mais alta excelência que pode caber no espírito de um empreendedor.
Mello sabia – disse-o certa vez – que o melhor que se faz no presente é construir o amanhã. E assumiu tal conduta, com a rara coragem dos administradores que abrem mão do aplauso fácil da hora para olhar o futuro.
O ex-prefeito nunca será esquecido, pois já não é mais uma pessoa, não mais apenas uma obra, uma presença. É verdadeiramente uma instituição. Como o velho Paraibuna, que passa mas fica, Mello Reis passou e ficou.




Seria mesmo
presidenta ?

Quando dona Dilma assumiu a mais alta magistratura do País veio logo a discussão sobre como seria o tratamento a ele devido: presidente ou presidenta? Muitos optaram pela forma feminina, desnecessária e pedante, que bate mal nos ouvidos. Eduardo Almeida Reis, que está entre os poucos que conhecem tudo sobre o idioma, foi o primeiro a condenar a indesejada inovação. Agora, a professora Miriam Rita Moro Mine, da Universidade do Paraná, convida a acabar com a bobagem da “presidenta”, lembando que no Português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante. Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Então, a pessoa que preside é presidente, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.


Jogando
pesado

O vice Michel Temer, que embora presidente licenciado do PMDB, é quem comanda, deu o tom da reação do partido frente a rebeldias pontuais. Ele passou por cima de outros dirigentes e do regimento interno, e impôs Gabriel Chalita para comandar o diretório paulistano, e também deverá ser o candidato a prefeito.
Essa mesma disposição se manifesta no PMDB de Minas, que estuda a possibilidade de intervir em vários diretórios rebeldes. Quem anda mais rigoroso nesse particular é o ex-governador Newton Cardoso, que já propôs interventoria em quase uma centena de diretórios, vários da Zona da Mata, principalmente Rio Pomba.


Uma voz
no deserto

Amanhã, vereadores, jornalistas e pessoas interessadas na reforma política vão ter oportunidade de ouvir e dialogar com um dos homens que tem revelado maior conteúdo na discussão desse tema. É o jurista Dalmo Dalari, que nos anos 80 teve papel saliente na campanha pela redemocratização, e desde então trabalha pela moralização dos agentes políticos e aperfeiçoamento da legislação eleitoral. O que o difere da maioria dos estudiosos da matéria é que ele só acredita em uma reforma profunda, começando por mandar o Senado fechar as portas.
Dalari fala às 14h, na Câmara, a convite do vereador José Figueirôa, que convidou este redator a ser um dos debatedores.


Vai dar
tempo?

O prefeito Custódio Mattos já disse e repete sempre que está consciente do tempo que tem de jogar para disputar a reeleição em condições favoráveis no próximo ano. A metáfora que usa é a dos nadadores: uma braçada de mil metros começa com cem; as realizações aparecendo num crescendo. Ele insinua que os projetos que começa a executar no segundo semestre vão resgatar o apoio da opinião pública.
Um grande volume de obras influi no comportamento do eleitorado, mesmo que causem transtornos para o cotidiano da cidade. Mas os adversários de Custódio já estão jogando com outra expectativa, a de que ele não terá tempo suficiente para reverter o quadro, embora reconhecendo que sua imagem tem melhorado.


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O governador Antônio Anastasia confirmou que estará na cidade dia 8 de julho para inaugurar a avenida Deusdedith Salgado e celebrar convênio com a prefeitura para a realização de obras no Parque da Lajinha. Ele próprio fez a confirmação no sábado à tarde, quando esteve em Juiz de Fora, vindo de Ibitipoca. Anastasia ficou pouco mais de uma hora na cidade, onde participou da feijoada promovida pelo colunista César Romero. Foi para cumprir uma promessa: no ano passado, convidado, não podendo participar do evento, que coincidiu com a convenção do PSDB, garantiu que neste ano estaria presente.
Um registro que vale pelo inusitado: foi a primeira vez em que um governador não teve de enfrentar hostilidade de grevistas, embora estejam paralisados policiais e professores reivindicando melhoria salarial.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Fim da guerra

Políticos e empresários da região têm, através de suas lideranças, uma nova questão, na verdade uma nova estratégia para debater, com a decisão que acaba de tomar o Supremo Tribunal Federal: considera-se que inexiste apoio da Constituição à política adotada por alguns estados de conceder estímulos fiscais com largas deduções do ICMS. O quem vale dizer, é um um paradeiro que a mais alta corte do País está impondo à guerra fiscal. Abre-se uma nova perspectiva para a competitividade industrial.
Trata-se uma decisão que interessa a Minas, particularmente à Zona da Mata, que está na divisa com o Rio de Janeiro, e vizinha de um estado que é considerado o mais generoso nos estímulos fiscais, o que pode fazer, porque se compensa, com larga vantagem, nos royalties que vêm do petróleo.


Consultas

Um grupo de militantes do PP quer o empresário Cláudio Horta disputando a prefeitura em 2011, mas o PPS vem realizando consultas em Juiz de Fora, pois pretende filiá-lo, com o mesmo objetivo. Os dois partidos jogam com a expectativa de que até outubro do próximo ano o eleitorado tenderá para um nome novo, fora das linhas tradicionais.

Com a História

O arcebispo metropolitano, dom Gil Antônio, que tem grande interesse na história da cidade, dedicou duas horas da tarde de quarta-feira para conhecer o memorial do presidente Itamar Franco, acompanhado do ex-deputado Marcello Siqueira e de padre Camilo, diretor da Rádio Catedral.
Ainda na sede do Credireal, com Roberto Dilly, foi conhecer o acervo do museu do banco.


Em recuperação

Geraldo Soranço, que no ano passado disputou como vice-prefeito na chapa de Tarcísio Delgado, e hoje dirige o PHS, convalesce de uma cirurgia em que recebeu duas pontes de safena. Ainda sem data para retomar as atividades.


Padrinho

O presidente da Cemig, Djalma Morais, e Maria Thereza, estarão amanhã na cidade, onde serão padrinhos de Moema, que se casa com Fábio. São filhos do provedor da Santa Casa, Renato Loures e Flávia, e Jair e Maria de Lourdes Cardoso. A celebração será às 11h na capela Senhor dos Passos.


Sem disputa

Integradas em um consórcio para poderem dispor dos serviços médicos, valorizando os profissionais, mas sem terem de disputá-los na oferta de salários, foi o que levou o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge Marques a propor às prefeituras um novo modelo de colaboração entre elas. É o que pode evitar que municípios mais pobres levem desvantagem na concorrência.


Oitenta anos

Natálio Luz chega aos 80 anos de vida, e vai comemorar a data amanhã. O rádio de Juiz de Fora lhe deve seus melhores momentos e as maiores realizações que alcançou no século passado. Mas nesta cidade ele também tem parte destacada na história das artes plásticas, como pintor, e do teatro, como ator, autor e diretor.


Estimulado

Sem embargo de as pesquisas terem pouca importância, quando ainda faltam dezesseis meses para a eleição, em Belo Horizonte elas têm indicado o prefeito Márcio Lacerda sempre acima de 44% da preferência dos eleitores. É o que deixa o PSB estimulado a consolidar o projeto da reeleição, como também a fazer apenas concessões suficientes aos aliados.


( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Conteúdo histórico

O secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada foi quem discursou em nome dos agraciados com a Comenda Henrique Halfeld, na noite de terça-feira. Preferiu basear seu pronunciamento em fatos históricos relevantes, como forma de acentuar o compromisso dos novos comendadores com uma longa tradição de lutas e realizações da cidade. Na solenidade não faltou outro detalhe que teve tudo a ver com o passado de Juiz de Fora: a intensa garoa que cobriu o Morro do Cristo, sob uma temperatura de 8 graus.


Desconforto

Pragmática e sem disposição de assumir vexames na Copa do Mundo, a presidente Dilma partiu para a privatização dos aeroportos, e já começando com três. Não tinha alternativa, embora sua decisão deixe resmungando velhos camaradas e o PT, que não abrem mão do modelo estatal para serviços essenciais.


A reforma

Dentro de uma semana, se puder cumprir a promessa que fez no mês passado, a comissão de senadores que discutiu a reforma política vai encaminhar seu relatório, que inclui sugestões, entre as quais o fim das coligações em eleições proporcionais. Para os senadores, as coligações não lhes fará falta, porque se elegem pelo sistema majoritário.


Só na promessa

Ao saudar os agraciados com a Comenda Henrique Halfeld, na terça-feira à noite, o prefeito Custódio Mattos começou antecipando desculpas, porque pronunciaria um longo e inevitável discurso. Precisaria contar com a paciência de cerca de 400 pessoas que o ouviam. Mas ficou na promessa, porque o discurso, esperado para 40 ou 45 minutos, teve duração de 20.
Custódio, falando sobre o que definiu como retomada da auto-estima da cidade, destacou a ajuda dos governos Aécio Neves e Antônio Anastasia, mas enfatizou que nada tem a reclamar do governo federal. Percebe-se que em seus pronunciamentos em público o prefeito faz questão de dizer que não tem queixas em relação a Brasília.


Recomposição

Passado o episódio Palocci, seja qual for o destino do ministro, o governo e o PMDB terão de reorganizar suas relações, que se mantêm, mas sofreram alguns arranhões na crise. Nos momentos mais sensíveis do problema, que ainda não foi superado, o ministro e o vice Michel Temer andaram trocando farpas, tipo “olhe com quem o senhor está falando”.
Mas o recente entrevero não representaria maiores riscos para as relações governo-partido, porque um precisa do outro e ambos se ajudam.


Quórum ajustado

Os secretários de estado agora terão as manhãs livres para receber os deputados, sempre com muitos pleitos regionais. Com isso, a Assembleia escapa de um problema que enfrenta com frequência: a falta de quórum para votação de matérias nas sessões da tarde.


Plebiscitos

Engasgados com uma reforma política que não consegue o inconformismo de velhas resistências, há senadores e deputados, em número razoável, que vão insistir na realização de um plebiscito, empurrando para os ombros do povo a responsabilidade de decidir. Antes de tudo, seria uma forma de adiar decisões, pois para organizar uma consulta dessa natureza o Tribunal Superior Eleitoral precisa de tempo.
E nossa experiência em plebiscitos é modesta. Foram três: em 1963 o País devolveu poderes presidenciais a João Goulart; em 1993 novamente os brasileiros se manifestaram pelo presidencialismo; em 2005 a população decidiu pela não proibição do comércio das armas de fogo.


(((( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))))

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Velhos preconceitos

Vale uma reflexão sobre o que foi dito por Custódio Mattos na inauguração da Avenida Mello Reis, quando confessou que ao começar na vida pública, quase meio século passado, cedendo às paixões políticas do momento agiu preconceituosamente em relação ao ex-prefeito homenageado. Vivia-se uma época em que muitas pessoas eram julgadas não pelo que faziam e pensavam, mas pelo que determinavam os estereótipos e os radicalismos. Passou. Hoje, Custódio inclui-se entre os maiores admiradores de Mello e teve a seu favor a coragem de se rever.
Esse mesmo sentimento que o prefeito superou ainda não morreu em muitos políticos dos gabinetes e do Calçadão, onde se confundem nos conceitos e preceitos, para acabar se remoendo em preconceitos. Sobreviventes do atraso, pecam na ignorância de achar que o pensamento tem de ser refém e vassalo da esquerda ou da direita, sem chance para as ideias serem livres e indisciplinadas. Esses, que ainda rondam por aí, preferem não ser contemporâneos de um pensador recém-falecido, Norberto Bobbio, para quem já passou o tempo em que se permitia colocar esquerda e direita sob forma de antítese. Quem não era da esquerda era da direita, e vice-versa. Não dá mais.


Naturalmente

Ainda não se conhece prefeito que, estando em primeiro mandato, não se sinta disposto a tentar o segundo, em outubro de 2012. Pelo contrário, todos os que são ouvidos confirmam logo a disposição. Em Belo Horizonte, Márcio Lacerda acha que buscar mais um mandato é “absolutamente natural”. No caso dele, a diferença em relação a 2008 é que pode não contar mais com o patrocínio do PSDB.


PP insinua

O PP vem insinuando o nome do empresário Cláudio Horta para disputar a prefeitura, o que o partido já pretendeu há três anos. Ele ainda não se pronunciou , mas, na solenidade de inauguração da Avenida Mello Reis, um dos dirigente apresentava Horta como “nosso futuro prefeito”.


Primeiro voo

Como este jornal anunciou ontem, o governador Antônio Anastasia vem à cidade no dia 8 de julho, para participar de inaugurações e anunciar novas obras. Não está fora de possibilidade a viagem, por via aérea, incluir a descida inauguratória do aeroporto de Goianá.


Mão de obra

Quem estuda os mapas de expectativas para o setor produtivo do município vai entender que, a partir do próximo mês, a indústria de Juiz de Fora exigirá qualificação profissional, principalmente nos setores de metalurgia e siderurgia. Diante disto, foi bom saber que a Secretaria de Trabalho vai acertar o Ministério do Trabalho a ampliação dos cursos de profissionalização nos principais centros industriais de Minas, a começar por aqui.

Rodízio
Em 2015 o ex-deputado Sebastião Helvécio será presidente do Tribunal de Contas do Estado, onde hoje é corregedor. O critério no TC é de progressão e rodízio: da próxima vez ele será vice-presidente e depois presidente.


(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS))