terça-feira, 14 de junho de 2011

Clube da Luluzinha

Não se pode acusar a presidente Dilma de relegar as mulheres a segundo plano, quando se trata de preencher cargos dos altos escalões. Helena Chagas, na estratégica Secom, e mais recentemente Gleisi Haffman para substituir Antônio Palocci na Casa Civil são dois entre os principais exemplos. Mexeu na Coordenação Política, e de novo a presença feminina, com a chegada de Idali Salvati, o que foi surpresa geral pois esse é um cargo que exige jogo de cintura, paciência e capacidade de diálogo, virtudes políticas que ela não cultiva.
Mas, ainda não é o suficiente. No fim de semana, realizou-se, em Salvador, o congresso da União Brasileira de Mulheres, quando se reclamou mais avanço delas sobre os postos de comando, ainda que a eleição de Dima Rousseff para a presidência da República tenha sido uma vitória importante para o processo de “empoderamento” das mulheres. Uma decisão: propor jogo pesado com os partidos que não garantirem à representação feminina 30% em suas chapas de candidatos.


Acerto de contas

Há oito meses, quando disputou e perdeu o governo de Minas, o PMDB pôde confirmar que
não rendeu votos suficientes para o candidato Hélio Costa sua aliança com o PT, mas não tinha como revidar e nem como castigar os correligionários circunstanciais. O mesmo não ocorre em relação à gente de casa, isto é, os peemedebistas que enrolaram a bandeira, abandonaram a batalha, deixando a candidatura de Hélio entregue à própria sorte. No segundo turno, foram multidões que deixaram o partido para aderir a Antônio Anastasia, numa espantosa velocidade.
Dirigentes do partido traído não assimilaram o abandono, e o desejo de acertar contas ainda não é coisa do passado. Sinal de que as feridas ainda sangram está na análise, iniciada ontem, em Belo Horizonte, de uma centena de pedidos de intervenção em diretórios municipais e dissolução de comissões provisórias. Geralmente, são casos em que os dirigentes não apoiaram Hélio Costa, mas ele próprio não parece interessado na aplicação de sanções disciplinares. Em muitos casos, são os deputados interessados em extinguir comissões que não lhes agradam, abrindo campo para políticos de sua confiança.



Valério licenciado

Fundador do PV e seu principal defensor em Juiz de Fora, além de presidente de honra, o advogado José Elías Valério decidiu licenciar-se, como está revelado em carta que encaminhou ontem aos dirigentes. O afastamento, por um tempo que ele não definiu, inclui a função de vice-presidente da comissão executiva. Valério não fala sobre preocupações com a conduta do partido na cidade, nem descontentamento com filiações suspeitas. Ele fala da necessidade de tratar de assuntos particulares.


PPL sumiu

Depois de promover rapidíssimos contatos com sindicalistas de Juiz de Fora, mas sempre centralizado em S.Paulo, saiu de cena o PPL – Partido da Pátria Livre, e dele não se tem mais notícia. Na verdade, está desaparecido desde abril de 2009, exceção apenas quando divulgou nota de apoio ao governo Lula. Fora isso, o partido vinha se preocupando apenas em lembrar Getúlio Vargas e João Goulart, e condenar a “orgia entreguista” de FHC.


Consultas

Interessado em cuidar, desde já e com grande antecedência, da formação de seus futuros candidatos a vereador, o PSL tem conversado muito, procurando ouvir opiniões e sugestões de políticos militantes. Ouviu o ex-prefeito José Eduardo Araújo,que, contudo, continua filiado ao PR.


Bancada unida

Tratado há dias neste espaço, como um dos principais desafios para as lideranças da região, a necessidade de maior integração das bancadas parlamentares ganhou a preocupação do senador Clésio Andrade, depois de lembrar que os nordestinos, sempre muito unidos, tiram grande proveito disso.
Clésio lembra que a bancada de Minas no Senado tem ele apoiando o governo, enquanto Aécio Neves e Itamar Franco são contra. Mas garante que isso não vai impedir que os três
caminhem juntos em relação a alguns projetos de interesse do estado, como a duplicação da BR-040 entre Ouro Preto e Ressaquinha.



Vento e chuva

Se bem comparados com as ocorrências dos últimos anos, os ventos e as chuvas das últimas semanas têm mostrado maior poder de destruição. Acentuadamente em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, que, por serem os maiores produtores e consumidores de energia, não podiam deixar de ser os mais prejudicados.
O fato de Cemig e Light estarem em linha de excelência de serviços não é suficiente para poupá-las de graves problemas. Na quinta-feira, 1,8 milhão de habitantes de Belo Horizonte estavam à luz de vela, e nos municípios do Sul de Minas afetados, os serviços só puderam ser restabelecidos no sábado. Como as condições climáticas estão passando por grandes transformações, é preciso que nos acostumemos com problemas na energia elétrica.
Em alguns casos, e aí entra em Juiz de Fora, além de chuvas e ventos, os riscos para o
abastecimento pode se agravar com a precipitação de raios.


Quase Palocci

“Não fossem José Dirceu e Francenildo, Palocci provavelmente ocuparia a cadeira presidencial”, e não Dilma, segundo exercício de prospecção do deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro, em artigo que publicou na edição de domingo do jornal “O Globo”. A observação foi parte análise do que o deputado define a “crise precoce” do atual governo, que teve, além das suspeitas do enriquecimento do chefe da Casa Civil, as dificuldades de convivência com a bancada evangélica, a acidentada condução a votação do Código Florestal e as ameaças da inflação.
A observação de Pestana faz retornar à memória momentos cruciais em que o PT tinha de deidir o nome de seu candidato. Lula teria optado por ele, não fosse os obstáculos surgido. Quando esteve na faixa do quase ainda não se conhecia essa história da fortuna que se multiplicou vinte vezes em quatro anos.

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É comum ver e ouvir apelos ao Congresso Nacional e às Assembleias para que elaborem leis, mais leis, a fim de que com elas possamos resolver nossos problemas, embora saibamos que nós já as temos em número mais que suficientes. O que ainda não aprendemos é aplicá-las. Sendo numerosíssimas, acabam morrendo no papel.
Lao Tse, 650 aC, já gritava contra o excesso de leis. O excesso leva à corrupção do povo.
Muito mais radical foi o Abade Sieyés, no Ensaio sobre os Privilégios, pouco antes de se reunirem os estados-gerais de França:
“As leis, em lugar de promover a igualdade, são elas mesmas, cúmplices dos privilégios”. ´

(( publicado também na edição de hoje do TER NOTÍCIAS ))

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