quinta-feira, 9 de junho de 2011

As convenções

Em junho de 2012, portanto dentro de um ano, os partidos políticos que desejarem participar das eleições estarão iniciando suas convenções para definir candidatos ou celebrar alianças. Não há previsão de que até lá a legislação introduza mudanças nas regras que regem essas assembleias.
Há anos, pelo menos nas três últimas décadas, que o modelo é o mesmo, com o grave defeito de que, na maioria dos casos, os convencionais são meros figurantes, chamados a decidir quando as decisões já foram tomadas pelos dirigentes. Aos líderes não convêm mudanças e aos lideram sobra desinteresse.

Longa espera

Informou-se na Câmara que a recém-criada comissão para propor políticas de defesa e promoção dos idosos vai aguardar um diagnóstico sobre a situação dessa faixa da população, e, a partir daí, agir. Ideal é que a comissão comece a caminhar com os dados e informações que já conhece, porque os diagnósticos, em geral, são peças protelatórias. Vide caso dos flanelinhas, entre muitos outros.


Maturação

Sobre a reforma política, a mais falada e menos realizada: as expectativas mais otimistas sugerem que, se algo acontecer, não será antes de 2018. Uma das dificuldades, entre muitas, para que a matéria avance é que ela é estudada por diferentes comissões nas duas casas do Congresso. Compatibilizar as propostas pode ser outro calvário.


Apoio suficiente

Já se sabia, mas teve confirmação ontem, por via de fontes diversas, que a queda do ministro Palocci, depois de ter perdido apoio de importantes áreas da base do governo, resultou de conveniências de Dilma e Lula. O desgaste dele chegou a um ponto em que passou a ser perigoso para o governo e os grupos que influem no Palácio.
Quando alguém do governo se desgasta demais, melhor é abandoná-lo ao seu destino. Doutor Azeite, antigo assessor do prefeito Olavo Costa, gostava de dizer que defunto a gente leva até à sepultura. Não vai junto.


Eleitor algemado?
Em outubro do ano passado, os encarcerados no Ceresp, denominados presos provisórios (ainda não tinham sentença da Justiça), foram à urna eleitoral algemados. Quem presenciou o fato constatou as dificuldades do eleitor em exercer seu direito de voto, pelas limitações impostas pelas algemas, o que ocorreu não apenas em Juiz de Fora. O constrangimento foi levada ao Fórum Permanente de Defesa de Direitos Humanos, onde os militantes avaliaram que a medida da unidade prisional causou dificuldade ao eleitor que estava no exercício de seu direito.
Mas já se sabe que o TSE vai determinar o banimento da algema, enquanto o preso estiver votando.

O sucessor

Logo após partir para o segundo ano de seu mandato, isto é, já no primeiro semestre de 2012, o governador Antônio Anastasia estará lendo nos jornais as especulações em torno de sua sucessão. Mas hoje, com essa enorme antecedência, há quem diga que o candidato natural do governo será o atual vice, Alberto Pinto Coelho.




Os donos dos privilégios resistem a tudo. Não querem a reforma política, nem a tributária, muito menos a financeira, não reduzem impostos nem dividem lucros. Não cedem nem concedem. Não há inteligência nisso. Até porque, se bem em entendida a sabedoria, é preciso mudar para que as coisas continuem como são, diria o príncipe de Salina, em Il Gattopardo, de Guiseppe Lampedusa. As velhas aristocracias têm de ceder um pouco, para não serem engolidas pela História.



((publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS))

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