sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Os ausentes de 2010

Este foi um ano de pesadas perdas para a cidade, a começar pelo ex-prefeito Mello Reis, que morreu em novembro, depois de ter sido uma das figuras mais influentes da segunda metade do século passado. Mello fez história.
A Igreja Católica perdeu o bispo emérito dom Eugênio Correia e o redentorista padre Gaspar.
Na lista dos médicos, Antônio Stroppa, Rubens Sotto Mayor, Paulo Torres, Carlos Mizael Furtado e José Antônio Carvalho.
Das figuras ligadas ao comércio, José Resende Lopes, Lourival Moreira, Moacyr Resende e João Delmonte.
A Educação perdeu Antônio Resende Guedes, Gilberto Salgado, Mário Zágari, Arthur Arcuri, Necésio Tavares e Aurélio Leite.
Também faleceram os engenheiros Jorge Staico e Kurt Zoet.
Os ex-vereadores Natanael Amaral, João de Deus e Hilton Paiva. Expressão política dos anos 70, Américo Massote.
A ex-primeira Zoé Moreira, a jornalista Leny Tristão, e, nas atividades sociais, Maria Madalena Gondin e Léa Monachesi. Esse mesmo setor da sociedade perdeu Mário Eugênio e Renato Carvalho.
Na área de Comunicação, o jornalista Laiz Velloso e o radialista Claudinei Coelho.
Na administração pública, Marcelo Gaio, da Amac.
E João Mansur, pioneiro do transporte coletivo.
No esporte: morreu um veterano, Alcino, que foi goleiro do Tupinambás e fundador do São Carlos,que presidia.


Notas

1 – O prefeito Custódio Mattos e alguns assessores foram à Catedral ouvir de dom Gil Antônio informações sobre o projeto de restauração do templo, tombado pelo patrimônio municipal.

2 – A Santa Casa fecha o ano sem espaço para receber tantas parturientes. Sua capacidade máxima nos berçários é para 26 bebês. Mas os nascimentos em dezembro ultrapassaram as expectativas.

3 – O governador Antônio Anastasia poderá vir à cidade em março, quando se dará início às obras de viadutos, em grande parte financiadas pelo estado.

4 – O aumento da mendicância nas ruas centrais é uma das tristes realidades do ano que chega ao fim. Um problema que em grande parte seria minimizado, se se adotasse o que fez um juiz de Uberaba: mandou cadastrar os mendigos, constatando que metade deles era fruto da malandragem.

5 – O prefeito Custódio Mattos rompe, amanhã, metade de seu mandato, sem dizer se ao partir para a outra metade praticará mudanças no Secretariado. Ao seu redor há quem diga que elas são necessárias.



Por fim, o que mais importa: um novo ano de felicidades para todos que prestigiam este recém-iniciado blog, principalmente se elas se inspirarem na paz, na saúde e nos bons sucesssos diante dos desafios que a vida lhes impuser).

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A cidade e o Secretariado

Conhecidos os nomes que vão compor o primeiro escalão do governo Antônio Anastasia, e que com ele assume nas próximas horas, observa-se que naquela assessoria direta a cidade terá boas vias para tratar de seus interesses, que são muitos. O primeiro nome que se identifica nessa linha de expectativas é Djalma Morais, mantido na presidência da Cemig, cargo em que se encontra há 12 anos, comandando a companhia num projeto de expansão que a tornou a mais importante do País.
O médico e ex-vereador Antônio Jorge Marques, criador da Acispes, permanecerá secretário de Saúde, depois de sua indicação, defendida pelo grupo do deputado Marcus Pestana, vencer um poderoso lobby, que pretendia a nomeação de Carlos Mosconi.
O deputado estadual reeleito Lafayette Andrada, a quem se atribuía uma das vozes da cidade na Assembleia, nem chegará a desempenha o mandato, pois será o secretário de Defesa Social. Na linha das boas relações com Juiz de Fora ainda se pode contar com a jornalista Andréa Neves, que comanda a Servas.
Ricardo Simões Campos, também da cidade, vai presidir a Copasa, enquanto na Codemig fica o presidente Oswaldo Borges. Nessa companhia de desenvolvimento provavelmente também permaneceria como diretor Marcello Siqueira, que, contudo, preferiu trabalhar na assessoria do futuro senador Itamar Franco.

O diálogo com o governador

A poucas horas da posse do governador Antônio Anastasia, não é possível identificar perfeitamente quais os partidos ou grupos políticos que terão maior influência junto ao Palácio da Liberdade, depois do PSDB e abaixo dele. Talvez o PPS, menos pelo partido, mas por causa do senador Itamar Franco e o entrosamento que com Aécio Neves e o governador ele conseguiu consolidar na recente campanha eleitoral. O DEM também terá seu espaço de influência.
Em relação a Juiz de Fora, onde se diz que a prefeitura terá um ano em que necessitará do aporte de verbas significativas para obras diversas, o prefeito Custódio Mattos conta a seu favor um bom diálogo com Anastasia, e, se tanto não bastasse, entidades e outras lideranças teriam para intermediação o senador Itamar e dois deputados que estarão na Assembleia: Lafaiette Andrada e Bruno Siqueira. Este, além de apoiar o governador, pode ser um instrumento para a convivência do Palácio com o PMDB, partido que ainda não superou as feridas deixadas pela recente derrota de Hélio Costa.

Notas

1 - A Câmara Municipal vive horas de pouca animação e tédio, só quebrado por alguns fatos isolados, como o casamento de José Figueiroa com Ana Paula, o acidente doméstico do vereador Noraldino Júnior, que quebrou duas costelas, e a postura solitária de Wanderson Castelar, o único que se recusou a receber R$76 mil por conta de sessões extras.

2 – Ainda na Câmara, preocupações sobre como superar os arranhões de uma apertada eleição para a presidência, em que o vencedor teve 11 votos contra sete de seu opositor.

3 - Passou de 11 para 14 de janeiro a troca de comando no 4º GAC – Grupo de Artilharia de Campanha.

4 – O deputado Júlio Delgado é agora o secretário do PSB em Minas, mais uma razão para que dependa dele a marcação da data de eleição da executiva municipal de Juiz de Fora, o que deverá ocorrer em março.
Ainda sobre o PSB: o ex-vereador Gilberto Vaz de Melo diz que tem chapa organizada para concorrer.

5 – Atribui-se a Tarcísio Delgado uma declaração em que ficou garantida a chapa própria do PMDB para disputar a prefeitura em 2012.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Omar se despede

Omar Resende Peres Filho foi uma das figuras mais destacadas de Juiz de Fora nos últimos dez anos, período muito curto para sua movimentada passagem pela política. Depois de anunciar o encerramento de suas atividades na imprensa, com o fechamento do jornal “JF Hoje”, ele também comunica que encerra seu blog, não sem antes confessar que se cansou. Suas ligações com a cidade vão se limitando à condição de sócio majoritário da TV Panorama, que, vale dizer, é uma das referências mais poderosas da mídia em Minas.
Na despedida, nesta semana, anuncia que sua residência ficará dividida entre o Brasil e a Europa. Ele não revela, mas isso resulta de um projeto internacional de telejornalismo a que se associou.
Sobre a presença de Omar na política de Juiz de Fora, notam-se as disputas de uma cadeira no Senado em 2006, a prefeitura dois anos depois, e, agora, a candidatura a deputado federal. Em todas essas campanhas, a marca do polemista.
Diz ele que disputa eleitoral nunca mais. Sendo tal a disposição, a crônica política desde já lhe reserva dois feitos marcantes: a campanha que levou à renúncia de alberto bejani, prefeito corrupto, e, como jamais se tinha visto, também forçou a redução do valor da tarifa dos ônibus urbanos.



Começam as obras no Museu

O ano de muitas incertezas em relação à memória da cidade, vai ser fechado, para certo alívio, com a certeza de que serão retomadas as obras de restauração do Museu Mariano Procópio, o que a cidade fica devendo à dedicação e à persistência de seu diretor, Douglas Fasolato. Acaba de assinar a ordem de serviço para a primeira e terceira fases da Villa Ferreira Lage, de acordo com licitação vencida pela empresa Concrejato, que se credencia também com alguns projetos que estão sendo executados sob sua responsabilidade, como a restauração do Teatro Municipal de S.Paulo e o Palácio Guanabara.
Em Juiz de Fora, a Concrejato começa a trabalhar no dia 10 de janeiro. As obras vão custar R$ 1,5 milhão.
Conservar (muito menos restaurar o velho castelo de Mariano) tem sido uma luta antiga da cidade, quase sempre sem maiores atenções da administração pública.


Outra restauração

Na homilia da missa de Natal que celebrou, dedicada ao simbolismo das luzes no nascimento de Jesus, o metropolita, dom Gil Antônio, anunciou a realização de obras na Catedral, empreendimento que deve se estender por mais de um ano, incluindo recuperação das pinturas de santos nos altares central e laterais.
O primeiro passo será a cúpula, de onde já ocorreu de se desprenderem pedaços de reboco, o que pode acabar ferindo alguém. Em seguida, ainda de acordo com as prioridades definidas pelo arcebispo, o templo terá melhores condições de acessibilidade para fiéis com limitações fisícas.
Num terceiro passo, vão ser recuperadas as pinturas, que datam de 1956, realizadas pelo espanhol Dominguez. Mas, antes de Dominguez ser contratado por dom Justino Santana, segundo disseram a dom Gil Antônio, havia no teto da nave uma pintura original: a cena de Santo Antônio, o padroeiro, entrando no céu. Ele deseja recuperá-la, e para isso está pedindo a ajuda de quem tenha conservado uma fotografia da época.


Comandos militares

Janeiro começa a marcar mudanças nos postos de comando da Brigada em Juiz de Fora. No dia 11, às 9h, o coronel Mariano Cordeiro passa o comando do 4º GAC – Grupo de Artilharia de Campanha ao tenente-coronel Augusto Perez. No dia 25 o tenente-coronel Sérgio Marrafão Júnior recebe do coronel Malbatan Leal o comando do Campo de Instrução.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um dia para ser esquecido

O 24 de dezembro de 1940 – setenta anos passados – foi o Natal que não deixou saudades. Em rigor, nem houve Natal, porque a cidade sofreu naquele dia a maior enchente do Rio Paraibuna, que só não foi grande tragédia, porque vinte e dois anos ela havia enfrentado a gripe espanhola, que custou 650 vidas. Em 40 ninguém morreu. Mas quando o Paraibuna vasou os estragos foram grandes, a começar pela destruição total de 280 casas, em sua maioria da faixa ribeirinha.
As águas subiram metro e meio a Halfeld, até o Teatro Central,mas, chegando a 2,7 metros, bateram o recorde na esquina de Feliciano Pena com Barão da Ibertioga, menos um pouco, 1,70 metro,onde se encontram as ruas Floriano Peixoto e Hipólito Caron. O comércio e as famílias sofreram prejuízos em um montante que nunca chegou a ser contabilizado. Mas ocorreram casos de falência.
Foram duas as primeiras preocupações: recolher e encaminhar os 3.100 desabrigados, entre eles os velhos do Abrigo Santa Helena, carregados nas costas de voluntários, e trabalhar para conter a ameaça de epidemia.
O prefeito Rafael Cirigliano, auxiliado pelos delegados João Alves Valadão e Pedro Mendes, comandou o trabalho de assistência e produção de ceias natalinas de improviso, das quais constaram, no primeiro momento, 1.800 litros de leite, 150 quilos de açúcar e 4.500 roscas...
O medo de doenças, o desabrigo e a lama só começaram a se dissipar no dia 31, quando o presidente Vargas decretou a suspensão, por quinze dias, de todas as obrigações fiscais do município e a construção de casas para os desabrigados no local chamado Flagelo, mais tarde Vila Furtado de Menezes. Melhor ainda: financiou obras que eliminaram a sinistra sinuosidade do Paraibuna, que vinha de uma longa história de destruição.


No Natal de 1940, o cenário da Rua Halfeld próximo à Sete de Setembro


Populares na ponte Artur Bernardes, quando a situação começava a se normalizar


O comércio da parte baixa da Marechal Deodoro foi um dos setores mais afetados.


A Praça da Estação, tomada pela enchente, ficou desativada durante uma semana.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Fazenda a salvo

A memória da cidade fica devendo ao Exército Brasileiro a preservação da Fazenda das Rosas, situada entre Barbosa Lage e Remonta. As obras, que tiveram o cuidado de manter todos os detalhes originais, estarão concluídas nas próximas horas, e são, além de salvar um dos imóveis mais antigos de Juiz de Fora, o exemplo a ser seguido pelos proprietários de prédios tombados.
O Exército fez o que deviam fazer empresas e pessoas que têm sob sua guarda imóveis que viram a cidade crescer. Mas são raros. Ao contrário, há os que preferem deixar que o tempo destrua, em nome de uma rentável exploração imobiliária.

Bancada pode aumentar

No dia 1º de fevereiro, quando assumirão os novos deputados, a cidade terá dois representantes na Assembleia Legislativa: Bruno Siqueira (PMDB) e Lafayette Andrada (PSDB). Dois meses depois, segundo os cálculos de quem acompanha a formação do Secretariado de Anastasia e analisa os fatos políticos dela decorrentes, teremos uma terceira cadeira, esta destinada ao atual vereador Rodrigo Mattos (PSDB), que ficou com a terceira suplência. Dois dos suplentes anteriores devem ocupar cargos no estado, e outro está com um pé no Tribunal de Contas.
Em relação à possível substituição de Rodrigo na Câmara Municipal tem havido um equívoco. Quem o substituirá é Romilton Faria, primeiro suplente da coligação PSDB-DEM-PR. O critério para a convocação é a coligação. Só seria partidária se o suplente tivesse mudado de partido.

Notas

1 - A lista de promoções que o Exército publica neste fim de semana inclui o primeiro tenente Luiz Eugênio Serra, agora capitão. Mas ele vai permanecer em Juiz de Fora, onde trabalha na formação de jovens para o NPOR no 4º GAC.

2 - Uma certeza, quando se conversa nos gabinetes do PSB: o governador do Pernambuco, Eduardo Campos, que chega a 83% de aprovação, vai ocupar a influência e os espaços políticos que em outras condições seriam de Ciro Gomes.

3 – O PR na cidade continua sem saber o que fazer. O deputado Edmar Moreira, não reeleito, é quem tem de dar as diretrizes.

4 – Comenta-se na Universidade Federal que o professor Arthur Arcuri, falecido neste ano, pode ser escolhido para dar nome ao campus, criado com base em projeto que ele concebeu na década de 60.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cem anos de Edson Motta

Não se pode fechar este 2010 sem registrar que assinala o centenário de nascimento de Edson Motta, que foi um dos maiores nomes das artes de todos os tempos em Juiz de Fora, destacadamente na pintura, no ensino e restauração e conservação de telas famosas. Foi aclamado patrono da restauração no Brasil.
Ele nasceu aqui em março de 1910. Bem cedo, manifestou interesse pelas artes plásticas. Aluno de César Turatti, transferiu-se para o Rio, e em 1939 ganhou o cobiçado prêmio de viagem à Europa. Estudou em Harvard e entrou para o Fogg Museum, conhecendi ali as melhores técnicas da época para restauração. Em 76 torna-se diretor do Museu Nacional de Belas Artes.
O Brasil ficou devendo a esse juiz-forano a criação, no Rio, do Núcleo Bernardelli, que tinha como objetivo apoiar jovens pobres que pretendiam estudar pintura. Foi iniciativa pioneira.
Ele retornou à cidade em 1942, ajudando a fundar a Escola Antônio Parreiras.

Lista sêxtupla

O ex-deputado Sílvio Abreu Júnior figura na lista sêxtupla de nomes para a vaga aberta no Tribunal de Justiça. Foi o mais votado, mas essa lista passa agora por um novo processo seletivo, o que vai transformá-la em tríplice.
Ainda não se sabe qual a preferência dos políticos que cercam o novo governo em relação a essa vaga.

Dúvida tucana

O PSDB corre o risco de reeditar o perigoso esquema de desconhecer indefinidamente a reorganização de seu comando nacional. O partido está sofrendo a tentação de adiar uma definição importante: sua liderança ficará com Aécio Neves, José Serra ou Fernando Henrique. Se o critério ideal é confiar essa tarefa a quem tem mandato,não há como recusar o senador mineiro.

Saúde disputada

A escolha do secretário de Saúde está entre os pontos mais complicados da formação do primeiro escalão do governo Anastasia. Os ventos sopravam bem mais fortes para a permanência de Antônio Jorge, mas não se pode desconsiderar o poderoso lobby dos hospitais em favor de Carlos Mosconi.


Patrimônio em risco

Ameaça ruir a velha casa do alcaide-mór, na Tapera, a mais antiga construção de Juiz de Fora, que remonta ao tempo em que principiou a colonização do Vale do Paraibuna. Será o mais rude golpe para a memória da cidade desde a primeira metade do século passado, quando foi ao chão a velha fazenda do juiz de fora.
O imóvel pertence à Santa Casa, que diz não ter como investir R$ 1,8 milhão na restauração. No máximo, gastará R$ 60 mil para contenção de emergência.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A festa dos honorários

A festa dos honorários

Queixa-se, com frequência, do desinteresse que geralmente se dedica às solenidades de diplomação de cidadãos honorários ou beneméritos. Em geral, elas são assistidas apenas por familiares ou pessoas cuja presença é obrigação social, mesmo que em alguns casos sejam reconhecidos os méritos do homenageado.
Os vereadores podem contribuir para tornar mais atraentes as sessões solenes destinadas a esse títulos. Por exemplo: evitar a desnecessária repetição dos dados biográficos de quem vai se preparando para ser juiz-forano por força de lei. Atualmente, como são três os longos pareceres das comissões, os vereadores encarregados dessa tarefa citam os mesmos dados curriculares, que serão repetidos, uma vez mais, pelo orador oficial. Tudo trabalhando para o enfadonho.
Essas solenidades também poderão se tornar mais agradáveis quando a Câmara acatar sugestão do Instituto Histórico para que se elimine o canto seguido do refrão do hino da cidade.


Presos livres no Natal

O problema se repete. Aproxima-se o Natal e os criminosos que cumprem pena e são tidos como de razoável comportamento ganham o direito de passar a festa cristã em companhia da família, graças ao indulto presidencial e aos critérios do juiz. Horas antes de serem soltos ouvem severa preleção sobre o compromisso de retorno à cela.
Muitos não voltarão, como não voltaram nos anos anteriores, o que devia ser motivo de adoção de critérios mais rigorosos na concessão de tal liberalidade. Em Juiz de Fora, há cerca de quatro anos, elaborou-se um estudo que serve para todo o Brasil, como acaba de informar o deputado Paulo Pimenta, da CPI da Violência Urbana: 70% dos criminosos que saem no Natal ou em qualquer outra época do ano reincidem. E geralmente cometendo crimes ainda mais graves.


Vinho, o grande aliado

Em uma década de pesquisas, os cientistas ainda divergem sobre as relações da gema de ovo com o colesterol, bem como os reais efeitos do cigarro em relação aos chamados “fumantes passivos”, mas eles não mais duvidam de que o vinho, consumido civilizada e comedidamente, é poderoso aliado para uma vida saudável.
Em Juiz de Fora, quem pesquisa a eficiência do vinho, seja ele tinto ou branco, é o psiquiatra Wanderli Monteiro. Em palestra no Instituto Santo Tomás de Aquino, ele lembrou que remonta à Idade Média o uso medicinal do vinho, e, muito mais tarde, Pesteur concluiu que é a mais saudável das bebidas.
Um cálice habitual participa do efeito antioxidante, ajuda na circulação e tem papel comprovado nas artérias coronárias.
(Cite-se que palestra sobre esse tema tem tudo a ver com uma instituição de cultura cristã, como o Santo Tomás. O vinho é citado cerca de 400 vezes na Bíblia. E ainda: No momento mais grave e solene de sua vida, fazendo a ceia com os apóstolos e dando vida à Eucaristia, Cristo não serviu leite de cabra, mas vinho...




Uma rodovia prioritária

Quando o governo Anastasia já tiver todos os homens nos devidos lugares, mas principalmente os que vão cuidar do plano rodoviário, terá chegado o momento em que as lideranças serão chamadas a tratar das prioridades regionais. E terão de trabalhar ligeiro, porque os projetos rodoviários em Minas costumam demorar décadas, não faltando casos em que são pedidos e negados em mais de meio séculos.
Há um projeto engavetado e esquecido, raramente citado, mesmo encostado em Juiz de Fora. É a estrada que, a partir de Orvalhos, vai ligar a região a São Paulo, passando por Santa Bárbara, na divisa com o estado do Rio, e dali até Quatis. De todos os bons serviços que ela pode prestar, o mais importante é que representa redução de 84 quilômetros na distância entre Juiz de Fora e São Paulo.
Acanhadamente iniciado, o abandono do projeto não pode ser explicado na carência de recursos financeiros, porque faltam apenas 24 quilômetros para sua conclusão. Qualquer resto de orçamento resolve.

Presos saem no Natal

O problema se repete. Aproxima-se o Natal e os criminosos que cumprem pena e são tidos como de razoável comportamento ganham o direito de passar a festa cristã em companhia da família, graças ao indulto presidencial e aos critérios do juiz. Horas antes de serem soltos ouvem severa preleção sobre o compromisso de retorno à cela.
Muitos não voltarão, como não voltaram nos anos anteriores, o que devia ser motivo de adoção de critérios mais rigorosos na concessão de tal liberalidade. Em Juiz de Fora, há cerca de quatro anos, elaborou-se um estudo que serve para todo o Brasil, como acaba de informar o deputado Paulo Pimenta, da CPI da Violência Urbana: 70% dos criminosos que saem no Natal ou em qualquer outra época do ano reincidem. E geralmente cometendo crimes ainda mais graves.

A festa dos honorários

Queixa-se, com frequência, do desinteresse que geralmente se dedica às solenidades de diplomação de cidadãos honorários ou beneméritos. Em geral, elas são assistidas apenas por familiares ou pessoas cuja presença é obrigação social, mesmo que em alguns casos sejam reconhecidos os méritos do homenageado.
Os vereadores podem contribuir para tornar mais atraentes as sessões solenes destinadas a esse títulos. Por exemplo: evitar a desnecessária repetição dos dados biográficos de quem vai se preparando para ser juiz-forano por força de lei. Atualmente, como são três os longos pareceres das comissões, os vereadores encarregados dessa tarefa citam os mesmos dados curriculares, que serão repetidos, uma vez mais, pelo orador oficial. Tudo trabalhando para o enfadonho.
Essas solenidades também poderão se tornar mais agradáveis quando a Câmara acatar sugestão do Instituto Histórico para que se elimine o canto seguido do refrão do hino da cidade.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O aumento do IPTU

Às 21h a Câmara Municipal mantinha suspense em relação à mensagem de aumento do IPTU. A sessão convocada para discutir e votar a matéria foi suspensa por volta de 19h, quando a bancada da oposição passou a montar uma estratégia para “amarrar” o prefeito: em emenda supressiva, alterou o artigo primeiro do projeto, aumentou de 8% para 10% o desconto do pagamento à vista do imposto e manteve os 5% que tratam do recolhimento dos resíduos sólidos.

A votação em segundo turno ocorre ainda nesta noite.


As águas vão complicar

De ano em ano, chegando o verão, as chuvas trazem dificuldades; e nada autoriza que neste dezembro e no janeiro próximo a situação seja diferente, por mais que se mostre atenta a Defesa Civil, que, não é de hoje, tem mapeados os pontos críticos da cidade. São as áreas de risco, onde deslizamentos e alagamentos encontram condições favoráveis para destruir casas e construir tragédias.
Essas condições também são conhecidas: As obras nunca suficientes para escoamento das águas pluviais, os esgotos acumulando sujeira e boa parte da população não conseguindo dar destinação adequada ao lixo doméstico. Mas esses problemas, que nunca deixaram de existir, encontram um outro fator sinistro, cada dia mais presente no nosso dia a dia: é o asfalto, que toda a população quer ver em suas ruas, não se importando se ele é a capa que cria a impermeabilização do solo e apressa as corretezas. Ao contrário do tempo das ruas calçadas, a terra já não absorve mais a água das chuvas, que corre para alagar regiões mais baixas, não sem antes destruir casas menos resistentes.

(Mas nem tudo está mal. Hoje, podiam ser vistos alguns operários do Demlurb desfazendo poças de água nas calçadas da Rio Branco, dificultando a proliferação do mosquito da dengue).



Notas

1 – Com atenções voltadas para a formação do Secretariado do governador Antônio Anastasia, o PMN tenta emplacar Nagib Duarte, o mais votado do partido para a Assembleia Legislativa. Se a campanha obtiver êxito será convocado o primeiro suplente, vereador Isauro Casais, abrindo-se mais uma vaga na Câmara.

2 - As novas intervenções do presidente Lula em assuntos políticos, nem sempre oportunas, denunciam que ele já começa a sentir a ausência do cargo. Esse sentimento de orfandade está entre os males da reeleição no Poder Executivo. Quem fica oito anos no cargo sente saudade dos bons momentos.

3 – Sem confirmação, mas como sinais de mera especulação, um informe de Brasília dá conta de que o senador Hélio Costa poderia ocupar uma embaixada, na primeira mexida que o governo Dilma promover no Itamaraty.

4 – Professor de Direito e ex-promotor de Justiça, Mílton Braz Paiva é o veterano entre os homenageados pela UFJF com a Medalha JK. Ele completa 96 anos em fevereiro.





( Cada vez mais fácil)

Em apoio aos que criticam o fato de não mais se cobrar raciocínio dos alunos, a começar pela adoção da máquina de calcular, que substituiu definitivamente a manobra dos números, conta-se uma curiosa progressão do ensino da matemática:
Em 1950: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro?

Em 1970: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

Em 1980: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?
 
Em 1990: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Em 2009: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler coloque um X no R$20,00.
( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Em 2010: Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$80,00. Se você souber ler coloque um X no R$20,00. (Se você é afrodescendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
( )R$20,00 ( )R$40,00 ( )R$60,00 ( )R$80,00 ( )R$100,00

Periga o aumento do IPTU

Na sessão plenária que realiza às 17h desta quarta-feira, a Câmara Municipal discute e vota a proposta do Executivo de novo aumento do IPTU. Ao meio-dia, quando se conferiu a tendência dos vereadores, eram sombrias as expectativas da bancada do prefeito Custódio Mattos, pois naquele momento não havia votos suficientes, talvez até mesmo para que a matéria seja votada, pois a previsão é que sete vereadores se retirem do plenário. Havendo empate na votação, exigindo-se o voto de minerva, o presidente Bruno Siqueira decidirá pela manutenção do imposto com a alíquota em que se encontra hoje.
Mesmo que não se possa apostar na derrota do aumento, pois em questões dessa natureza é grande a capacidade de pressão do gabinete do prefeito, de manhã cedo na própria Câmara admitia-se a rejeição. Os vereadores têm considerado dois aspectos dessa mensagem: o primeiro é que neste ano o aumento do IPTU já subiu, e teve casos em que chegou a 70%. O segundo aspecto é que eles não querem carregar o ônus do desgaste político, invariavelmente acoplado aos aumentos do imposto.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ameaça à Liberdade de Expressão

Persiste a tentativa do governo de estabelecer um programa de censura branca aos órgão de imprensa, apesar das crescentes reações de setores da sociedade comprometidos com a liberdade de expressão. O golpe vem camuflado sob o rótulo dos conselhos de comunicação, o que, nesta altura da luta, já pode ser identificado em seis estados: Ceará, Bahia, Alagoas, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
O Ceará, apesar de tantas páginas que escreveu em defesa da democracia, foi pioneiro, ao aprovar a criação do conselho para “orientar, fiscalizar e monitorar” as atividades da imprensa local. Mas não impunemente: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) avisou que, caso o governador sancione lei nesse sentido, aprovada pela Assembleia Legislativa para criar o Conselho de Comunicação do Estado, vai entrar com ação no Supremo Tribunal Federal.
Segundo informou a Revista Veja, o Partido dos Trabalhadores quer aprovar para o País uma proposta nos mesmos moldes do texto do Ceará.



Instituto Histórico
lança revista anual

O Instituto Histórico e Geográfico de Juiz de Fora lançou, ontem, o 14º número de sua revista anual, fato que o presidente Vítor Valverde definiu como “parte de um ano dos mais proveitosos para a entidade”, o que incluiu a inauguração de nova e moderna sede, no edifício Credireal. A revista, criada pela Templo Gráfica e Editora, teve o apoio cultural da Empa, empresa que está construindo a BR-440.
Esse novo número traz artigos e estudos assinados por Dormevilly Nóbrega, João Baptista Garcia Neto, Vanderlei Tomaz, Newton Barbosa de Castro, Paulo Roberto Medina e, dos anais do próprio Instituto, artigos sobre Belmiro Braga, criação do “estado” da Paraíba do Sul, Arthur Arcuri, Daniel de Carvalho e José Procópio Teixeira Filho.
Vítor Valverde acentuou a responsabilidade da entidade que preside com a História e o patrimônio cultural de Juiz de Fora, e convocou os associados a assumirem essa tarefa como missão de cada um.



Notas

1) Os rumos do novo governo de Minas são o tema de uma reunião que o governador Antônio Anastasia terá neste fim de semana, em Belo Horizonte, com o senador eleito Itamar Franco. O encontro coincide com a diplomação dos eleitos pelo TRE mineiro.

2) Itamar será o único representante do PPS no Senado Federal, a partir de fevereiro. O que lhe confere, além do mandato, as atribuições de liderança.

3) Nestas horas finais de formação das equipes que vão atuar com a presidente da República e com o governador é imensa a expectativa em Brasília e Belo Horizonte. É o que confirma o que gostava de dizer o governador Tancredo Neves: “A expectativa do poder é maior que o próprio poder”. Porque o poder que começou já está no declínio.

4)Poucos, como Mário César (Mário Manzolilo de Morais), contribuíram tanto na formação da mais talentosa geração de radialistas de Juiz de Fora, nas décadas de 50 e 60 do século anterior. Os que vieram depois puderam chegar ao seu saber na Faculdade de Comunicação. Com justiça, a UFJF acaba de lhe conceder a Medalha JK.

5)Ainda sobre os 50 anos da Universidade Federal, o reitor Henrique Duque citou um dado que é do conhecimento de poucos. Vem de longe o sonho de criá-la. Na Câmara Municipal, em 1889, Fernando Lobo e Constantino Paleta promoveram reunião com o objetivo de reunir 35 cursos de ensino superior sob uma única instituição.

6)Corre na Câmara projeto que pretende dar o nome de Prefeito Mello Reis à atual Avenida Guadalajara, que ganhou esse nome em homenagem à distante cidade mexicana que acolheu a seleção brasileira de futebol na copa de 1970.

7 - Ficaram para março as obras de substituição do asfalto nas avenidas Brasil e Rio Branco. Na primeira, o custo previsto é de R$ 11,7 milhões.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Diplomação e definições

No final da semana o Tribunal Regional Eleitoral realiza a diplomação dos eleitos em outubro e os ocupantes das primeiras suplências. O governador Antônio Anastasia, tal como ocorreu com Aécio Neves, assume no primeiro dia de janeiro, mas sem transmissão de cargo, pois sucede a si mesmo. A propósito do ato de posse, o Tribunal vem resistindo, há anos, aos apelos para que mude a data, considerando-se que os empossados acabam de acordar da madrugada de festas de passagem de ano... Eventuais excessos não justificam.
Com os homens e mulheres nos seus devidos lugares, o governador vai dispor de condições políticas para concluir a escolha dos nomes do primeiro e segundo escalões, tarefa difícil, mesmo considerada sua capacidade de decisão. Mas é exatamente por ter o governador grande poder que as pressões e os interesses se fazem sentir com mais vigor.
Logo após a solenidade no TRE também se intensificam as articulações para a convocação de alguns deputados eleitos que ocuparão funções no Executivo, abrindo-se, automaticamente, vagas aos suplentes que a política oficial considera importante tê-los em plenário e nas comissões da Câmara e da Assembleia. De imediato, figuram neste caso os veteranos Vítor Penido e Bonifácio Andrada.

Em relação a suplências, dois registros: 1 - até que tenha o filho, Rodrigo, terceiro suplente, assumindo na Assembleia, o prefeito Custódio Mattos terá de contar com o correligionário Lafayette Andrada para defender sua administração. 2 - setores do PT em Belo Horizonte andaram falando na suplente de deputado Margarida Salomão para assumir a representação do Ministério das Comunicações em Minas. Muito pouco para quem já foi reitora de uma universidade federal e acaba de obter votação consagradora.


Prioridades na UFJF

Certo de que em 2011 não faltarão recursos financeiros da União para a Universidade Federal (o que se diz é que será algo em torno de R$ 170 milhões) o reitor Henrique Duque define algumas das prioridades que vão ocupá-lo no novo ano, e uma delas, certamente a primeira, é o novo hospital universitário, com capacidade para 350 leitos. O edital de licitação será publicado 48 horas após o Natal.
Na noite de sábado, depois de presidir a solenidade de entrega da Medalha JK a 50 personalidades, o reitor, conversando com jornalistas, disse que também estão entre as obras físicas para os próximos 12 meses a instalação do planetário, o jardim botânico, “possivelmente com um teleférico”, o parque tecnológico e o sistema próprio de geração de energia para o campus.


Notas

1- Em sua reunião desta segunda-feira, à tarde, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural vai discutir o valor venal de imóveis tombados. O que se pretende é modificar a metodologia de cálculo de depreciação.

2 – Ainda em relação ao patrimônio cultural da cidade: até o final da semana, o diretor Douglas Fasolato deve anunciar a retomada das obras de restauração do Museu Mariano Procópio.

3 - A começa pela sede central, a perfeitura vai cobrar, a partir do primeiro dia do novo ano, a identificação dos funcionários pela biometria. Dentro de três meses, cinco mil deles já estarão submetidos a esse sistema, para se controlar o efetivo tempo trabalhado.

4 - Em conversa com amigos, durante evento social, o vice-prefeito Eduardo Freitas dizia que 2011 será o ano em que a cidade assistirá a uma explosão de obras comandadas por Custódio.

5 - A sugestão é tão antiga como permanentemente oportuna: o Demlurb faria bem se mobilizasse uma equipe para remover logo a água que as chuvas deixam empoçadas nas calçadas e junto ao asfalto. Medida preventiva para conter a dengue.

6 - Este ano registrou o fechamento de alguns dos restaurantes e bares mais tradicionais de Juiz de Fora. Depois do Faisão Dourado, também o Dia e Noite, que vinha dos tempos em que a esquina de Getúlio Vargas e Marechal Deodoro era o Largo da Alegria. A faixa da tradição agora fica com o Belas Artes.

7 – Três deputados federais – Luiz Fernando Faria, George Hilton e Reginaldo Lopes – fizeram presença no campus da UFJF, sábado à noite, para assistir à festa da Medalha JK.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Aécio propõe ousadia

O senador eleito Aécio Neves, que dedicou os três últimos dias a conversar com líderes do PSDB, inclusive Fernando Henrique, traçou a linha mestra de sua atuação no Congersso, e para ela promete tentar influenciar outros partidos, sejam eles da oposição ou da base do governo, tudo em nome de uma pauta comum. Na sabatina a que se submeteu no programa Roda Vida, da TV Cultura, na madrugada desta sexta-feira, ele propôs mais ousadia para que se viabilizem as reformas, a começar pela que trata da político-eleitoral.
Ao alinhar as prioridades, Aécio começa pela cláusula de barreira, instrumento que amarra os partidos inviáveis, isto é, aqueles que não conseguem 5% dos votos nacionais para a Câmara dos Deputados ou 3% em nove estados. Talvez com isso as bancadas no Congresso se restrinjam a seis ou sete partidos. Entende que seria uma boa medida, até porque, quando é exagerado o número de legendas, fica difícil cuidar da tramitação das matérias, pois os entendimentos passam a ser tarefa de convencimento individual.
Aécio também sugere pressa na votação do financiamento público das campanhas eleitorais e, tanto quanto possível, o voto distrital.

Por que não a terceira via?

No atual período antecipado de sessões a Câmara sente que continua fortalecida a candidatura do vereador pastor Carlos à presidência, até porque é o preferido da bancada governista. Mas sente também que, não sendo uma candidatura natural, muito menos unânime, continua aberto espaço para alternativa, já que não se conseguiu viabilizar o projeto de eleição do tucano José Laerte.
Quando a solução é impossível em relação a dois, nada impede que se pense na terceira via, a que soluciona e pacifica. Se a saída fosse essa, segundo os murmurinhos de gabinetes, a Câmara poderia pensar em Júlio Gasparete ou Flávio Cheker.



Notas

1 – O serviço de iluminação pública em Juiz de Fora tem obrigação de ser melhor, se considerado o do Rio de Janeiro. Ontem, fazia-se comparação entre duas contas emitidas no mesmo dia para casas residenciais de dimensões idênticas: para a de Ipanema taxa de R$ 4,50; para a do Bom Pastor, R$7,92.

2 - Primeira promoção cultural do novo ano será o Encontro de Folia de Reis, dia 8, entre 15h e 22h, no Parque Halfeld. Quem organiza é a Associação de Folia e Charolas.

3 - Inaugurada, a Praça de Convivência da Universidade Federal está sendo considerada, por quem conhece os campi, como uma das melhores do País.

4 - O sábado e domingo são de festa na fazenda Guaritá. O empresário Omar Peres reúne amigos para se despedirem de Roberto Gonçalves, que deixou a direção do telejornalismo da Panorama e assume o mesmo cargo em Aracaju.

5 – Quatrocentas prefeituras mineiras, entre as quais não menos de vinte da região de Juiz de Fora, não terão como pagar o 13º. Os cofres estão zerados.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

PMDB faz dupla ameaça

Os ressentimentos políticos, que no passado se manifestavam cuidadosa e discretamente, agora o PMDB faz às claras. Em Minas, descontente por não ver alguns dos seus convidados para o primeiro e segundo escalões da presidente Dilma, o partido anuncia que está retirando seu apoio, decisão que pode ser confirmada antes mesmo da tentativa de pacificação que se espera do vice eleito, Michel Temer.
Feita a primeira ameaça, veio a segunda: os peeemedebistas podem correr para o governador Antônio Anastasia. É um embaraço, porque em Minas o governador já tem as muitas postulações dos aliados, não sobrando espaços para adesões pós-eleitorais. Ainda mais, sabendo-se que o PMDB não é de se contentar com pouco.

Hélio Costa
Sobre as relações do partido com o futuro governo há um caso particular, o senador Hélio Costa, que disputou o governo de Minas, trabalhou para sustentar um palanque único para Dilma, mas sua lealdade a esse projeto não teve a correspondência do PT. O partido de Lula não entrou na campanha de Hélio. O PT mineiro ficou lhe devendo um reparo e Dilma um desagravo.


Senador deve ter suplente?

A discussão é bem antiga, mas faz 15 anos que surgiu no Congresso o primeiro projeto que pretendeu, e ainda pretende, extinguir o senador suplente, figura perfeitamente dispensável em se tratando de eleição majoritária. Em rigor, na substituição ou sucessão do titular quem deve ser convocado é o segundo na escala dos mais votados.
Como o critério contempla a suplência, dá-se que, na maioria das vezes, o suplente é um desconhecido que ascende ao Senado sem ser dono de votos. Nesses últimos anos, 40 deles exerceram o cargo, alguns em caráter definitivo.
Ontem, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) protestou contra a demora do Congresso em corrigir discrepância tão evidente.


(in memoriam)

Mello Reis no Congresso

Muitas pessoas manifestaram interesse em conhecer o discurso que o deputado Vítor Penido acaba de pronunciar no grande expediente da Câmara, em memória do ex-prefeito Mello Reis, que faleceu no mês passado. O deputado leu com emoção e, ao final, foi muito aplaudido. Nem todos puderam ouvi-lo pela TV Câmara, que transmitiu ao vivo. Para os que se interessam, é o seguinte o texto do discurso:


Senhor Presidente,
Senhores Deputados


Venho a esta tribuna para comunicar à Casa que em Minas, particularmente em Juiz de Fora, estamos vivendo um momento sombrio, de profunda tristeza, com a morte do eminente homem público Francisco Antônio de Mello Reis, operoso e revolucionário prefeito daquela cidade da Zona da Mata, depois secretário de Estado no Governo Hélio Garcia, e, nesta Casa, deputado e Constituinte em 1988. Pretendo registrar apenas alguns dos muitos e inestimáveis serviços que ele prestou a nós, mineiros, mas certamente poderia me alongar na citação dos trabalhos que promoveu ao longo de meio século dedicado ao seu povo. Em Brasília, ele também esteve como operoso colaborador da Novacap, nos tempos em que ela mais precisou de homens daquela têmpera para se consolidar.
Na Câmara dos Deputados, haverão de se lembrar muitos dos veteranos pares que nos honram com sua atenção nesta tarde, Mello Reis deixou lições de sobriedade nas palavras e na sabedoria que inspirava seus votos em Comissões Permanentes. Mostrou-se adversário dos radicalismos, que nunca fizeram parte de sua índole mineira. Diga-se, em nome da justiça: Ele foi neste plenário, como em todos os lugares por onde passou, a imagem irretocável da temperança, da fidalguia e da total dedicação às causas que lhe pareceram justas e do interesse do povo.

Este registro - devo dizer – se é necessário para os anais da Câmara, vale igualmente como intérprete de nossas sentidas condolências aos juiz-foranos, em particular à senhora Vera Lúcia Mello Reis, a esposa dedicada, amorável, solidária e corajosa, que jamais lhe negou o carinho e a dedicação nos grandes momentos e no transe da enfermidade, que, por fim, acaba de abater seu ilustre esposo.

Senhor Presidente,
Senhores Deputados.

Francisco Antônio de Mello Reis, no seus 73 anos de vida, foi uma das mais importantes figuras da História recente de Juiz de Fora. Com militância política que já vai emcontrá-lo, nos anos 60, na Faculdadde de Filosofia, presidiu o diretório acadêmico, e cedo se imporia pela discussão partidária e pelo conhecimento dos problemas da cidade. Tornou-se referência para os polemistas, principalmente quando entrou nas campanhas eleitorais, disputando pela Arena, partido que então apoiava o regime militar. Por esse partido estigmatizado pela oposição, foi vereador e depois prefeito, fenômeno naquela época conseguido apenas em duas grandes cidades: Juiz de Fora e Campinas. Na acirrada disputa pela prefeitura, em 1977, Mello Reis prometia o que haveria de cumprir: um novo tempo de desenvolvimento econômico. Nesse particular, a campanha que encetou pelas ruas e bairros da cidade que tanto amou obteve a simpatia até do presidente Ernesto Geisel, que não era afeito a manifestações dessa natureza.
A quem se der à missão de estudar a história administrativa daquele muncípio nas três últimas décadas logo identificará, como ponto saliente, sua passagem pela prefeitura, que durou seis anos, por força da prorrogação dos mandatos. Essa passagem caracterizou-se pelo conhecimento detalhado dos problemas da época, que, se tinham a dimensão dos investimentos na indústria pesada, não ignoravam os problemas do dia a dia de um bairro distante. Mas ele era, sobretudo, o homem arrojado, como demonstrou no aval que assumiu, em nome do município, no valor de 250 milhões de dólares, para viabilizar a implantação da Siderúrgica Mendes Júnior, hoje Arcelor-Mitral. Lance dessa dimensão reeditaria, mais tarde, como secretário de Indústria de Minas, ao conseguir conversão de dívidas consolidadas do Estado para obras de infraestrutura que permitiram a implantação da montadora Mercedes Benz, hoje um dos principais instrumentos de desenvolvimento econômico da região.
É indispensável incluir neste registro o fato incontestável de que em Juiz de Fora, antes e depois de Mello Reeis, nunca se ousou tanto nos setores viário e de transporte coletivo.
Foi o homem que gostava de pensar longe. É o que explica esse fenômeno que se observa na cidade: hoje, mais do que ontem, seus munícipes o admiram e reverenciam sua memória; amanhã e sempre, mais do que hoje, haverão de lhe devotar o mesmo amor que ele dedicou à cidade durante toda a vida operosa e virtuosa.
Vou encerrar, Senhor Presidente, não sem antes reafirmar que este registro fúnebre um dever doloroso que acabo de cumprir, como mineiro e como admirador desse notável mineiro. Morreu Mello Reis. Minas ficou mais pobre.


Notas

1 – Há queixas dos usuários: dos quatros elevadores do Pam Marechal três estão com problemas e desativados. O prédio é sede de vários consultórios médicos da Previdência. As dificuldades maiores ficam por conta dos portadores de deficiências físicas.

2 – No Parque Halfeld, operários da prefeitura começaram a trabalhar na correção das onduções da calçada, provocadas pelas raízes das árvores que estufam. Por que pararam?
São incontáveis os casos de pedestres que tropeçaram nessas ondulações e saíram feridos.

3 - A decoração iluminada do Theatro Central, inaugurada com show de Beatles Forever e um espetáculo pirotécnico, tornou-se possível com o apoio do presidente da Cemig, Djalma Morais, como acentuou o professor José Alberto Pinho Neves, que comanda a cultura na Universidade Federal.

4 - As agências de turismo fecham o ano revelando que a preferência por Buenos Aires não apenas superou as viagens para outras capitais do Exterior, mas também para os grandes centros do País. Até Salvador perdeu desta vez para os argentinos.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fartura de partidos

O Tribunal Superior Eleitoral fecha o ano com 27 partidos oficialmente registrados, embora os nanicos, que são boa parte deles, só apareçam quando vão negociar apoio às grandes legendas e vender os preciosos segundos de que dispõem no rádio e na televisão. Mas, se esse número espanta, quanto mais quando se sabe que 41 pedidos de registro e reconhecimento de outros partidos aguardam decisão dos ministros daquela Corte.
O número maior ou menor de partidos não é referência para o melhor ou pior nível da democracia representativa. Mas é certo que o excesso prejudica mais que a escassez, porque a fartura facilita o tráfico de interesses.
O que pode dar ao País uma organização partidária eficiente é a claúsula de barreira, um dos itens importantes da esperada reforma política. Com a cláusula, podem funcionar quantos forem os partidos registrados, mas poder de decisão no Congresso só os que obtiverem 5% dos votos em pleito nacional, impedindo que os de “aluguel” tenham os mesmos direitos dos consagrados pela preferência popular. Um exemplo vem dos Estados Unidos, com quase duas dezenas de partidos, mas quem decide e governa são o Republicano e o Democrata.
Há cerca de 20 anos,quando deputado federal, Sílvio Abreu Júnior ofereceu uma proposta objetiva: nem o bipartidarismo que vinha do golpe de 64, nem os excessos anteriores e posteriores. Seis partido estariam numa boa medida.


Notas


1 – A se confirmarem as previsões do Tribunal Superior Eleitoral, quando os juiz-foranos forem às urnas, em 2012, para eleger prefeito e vereadores, vão se valer da identidade biométrica. A cidade está entre as 500 que certamente obterão esse avanço.

2 – O deputado eleito Marcus Pestana (PSDB), já está cuidando de sua transferência para Brasília, onde assume no dia 1º de fevereiro. Trabalhando no Ministério das Comunicações, onde chegou a ser titular interino, ele não é estranho à Capital da República, mas, ainda assim, garante que a nova função requer mudanças radicais. Tem de andar ligeiro.

3 – Hoje à tarde, a TV Câmara transmite, ao vivo, o discurso do deputado Vítor Penido em memória do ex-prefeito Mello Reis, que morreu no final do mês passado. Vai dizer:
Mello foi o homem que gostava de pensar longe. É o que explica esse fenômeno que se observa na cidade: hoje, mais do que ontem, seus munícipes o admiram e reverenciam sua memória; amanhã e sempre, mais do que hoje, haverão de lhe devotar o mesmo amor que ele dedicou à cidade durante toda a vida operosa e virtuosa.”

4 - O ex-deputado Amílcar Padovani, recordista em mandatos na Assembleia (sete eleições sucessivas), está entre os bacharéis da turma de 1960 da Faculdade de Direito. Haverá jantar comemorativo na sexta-feira.

5 - A empresária Ângela Gutierrez, um nome que se identifica com grandes projetos da memória de Minas, foi ao velho Credireal para conhecer o acervo de documentos, fotos e coleções do acervo do ex-presidente Itamar Franco.

6 - O ex-prefeito Tarcísio Delgado sofreu reação a uma vacina preventiva a que havia se submetido, hospitalizou-se e hoje está de volta à casa.


sábado, 4 de dezembro de 2010

O porta-voz do PPS

O senador eleito Itamar Franco segue neste domingo para o Rio, onde tem uma semana de reuniões políticas, uma das quais com a executiva nacional do PPS, da qual é vice-presidente. Nessa que será a primeira reunião depois das eleições, o partido pretende traçar planos para a atuação de seus representantes no Congresso Nacional.
Já se sabe que há uma tendência de se conferir ao senador a missão de encaminhar, no âmbito das atividades parlamentares, as questões de natureza política de interesse do PPS. Não se trata, ainda, de definir a liderança da bancada, mas joga-se com a experiência que Itamar acumulou em dois mandatos no Senado, além de ocupar a vice-presidência nacional do partido.

Dignidade retomada

Passou a ser citação permanente nos discursos do presidente da Câmara, Bruno Siqueira, “a importância da retomada da dignidade da Câmara”, depois de alguns tormentos que a Casa enfrentou nos últimos meses, inclusive o dissabor de ver um ex-presidente, Vicente de Paula Oliveira, trancafiado no Ceresp.
Por falar em dignidade pessoal e competência, é esperar para ver se o recado tem conseguido sensibilizar os vereadores. O teste será no dia 1º de janeiro, quando se elegerá o novo presidente. Na atual Câmara, se é verdade que há algumas monumentais inutilidades, há também em quem o cargo pode ser confiado.

As raízes de Hildegard

A colunista Hildegard Angel é a mais nova Cidadã Honorária de Juiz de Fora. Recebeu o diploma em sessão solene na Câmara, sexta-feira à noite, diante de auditório de convidados seletos, e ouviu os agradecimentos oficiais da cidade que ela ajuda a divulgar, sempre nos aspectos mais positivos.
No discurso de agradecimento, num improviso entrecortado de lágrimas e emoções, ela foi buscar lembraças do passado e da descendência para mostrar que de maneira alguma a jornalista e a cidade são estranhas entre si. O pai, Norman, tinha loja de máquinas Facit na Rua Halfeld e, com recursos próprios, manteve em Matias Barbosa, uma casa de assistência a 50 crianças desvalidas. O primeiro marido, de quem se enviuvou, era o juiz-forano João Pessoa de Resende. A mãe, Zuzu, autoridade nacional em modas, foi tema de filme rodado em Juiz de Fora, no qual se mostra a saga da mulher que buscou saber tudo sobre o filho que a ditadura torturou e matou.
Hildegard disse que estreira suas relações com Juiz de Fora na imensa admiração que tem pelo diretor do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato.


Notas do domingo

1 – O Tribunal Regional Eleitoral reconsiderou os votos do candidato Silas Brasileiro, mas faltaram 1.400 para que a coligação do PMDB com o PT ganhasse mais uma cadeira na Câmara dos Deputados.Com isso, os petistas da cidade devem adiar a expectativa de ver assumindo a primeira suplente, professora Margarida Salomão.

2 – Na terça-feira, ao ocupar a tribuna da Câmara, o deputado Vítor Penido vai pronunciar discurso sobre a vida e obra do ex-prefeito Mello Reis. Dirá que a morte de Mello deixou Minas sangrando e mais pobre, sem conviver com um modelo de dignidade.

3 – O deputado Nárcio Rodrigues está entre os nomes citados para ocupar a Casa Civil do governo Antônio Anastasia. Se for escolhido, abre-se vaga na Câmara para Vitor Penido, enquanto à primeira suplência ascende Bonifácio Andrada.

4 – O reitor da UFJF, Henrique Duque, anda nas boas graças de Lula. Depois de integrar a comitiva presidencial que foi à África, ganhou a promessa de ver Lula em Juiz de Fora, depois de ele passar o cargo, para conhecer as obras que o governo federal realizou no campus.

5 – Vencida a resistência da Comissão do Patrimônio Histórico, que reage a obras que podem comprometer o visual dos bens tombados, como o caso do Palácio Barbosa Lima, a Câmara inaugurou a rampa de acessibilidade para portadores de atenções especiais. A obra custou R$ 126 mil.

Formação do Secretariado

O senador eleito Aécio Neves tem todas as razões políticas para influir na formação do primeiro escalão que vai acompanhar o governador Anastasia. Ainda assim, não faltam setores que estranham tal influência. Sem que o novo governador abdique do direito de decidir em relação à maioria dos cargos, seu antecessor haverá de ter um peso nas principais escolhas, até porque o projeto político de Aécio vai continuar dependendo muito de Minas nos cenários interno e nacional.
O senador Itamar Franco, por quem Anastasia já manifestou respeito político, deve ser consultado na nesta semana, sem que até agora tenha transpirado seu desejo de participar das nomeações, com exceção, certamente, de Djalma Morais, que gostaria de ver reconduzido à presidência da Cemig, onde está há dez anos. Em favor de Djalma concorre sua reconhecida competência à frente da empresa, que com ele, no governo Itamar, escapou de uma ruinosa privatização nas mãos de franceses, e é hoje a maior empresa do setor, com ações em bolsas internacionais.
Em Juiz de Fora, além da torcida por Djalma, é bem recebida a notícia de que o médico Antônio Jorge deve mesmo permanecer na Secretaria de Saúde.
Deputados fizeram circular a notícia de que o deputado reeleito Rodrigo de Castro, seretário-geral do PSDB, figura entre os cotados para a Casa Civil. Consta que a notícia também deixa alegre o prefeito Custódio Mattos.

Pesquisas sob controle

A começar por São Paulo, a Comissão criada pelo TSE para propor nova sistematização do Código Eleitoral já realiza as primeiras audiências, com a expectativa de que suas propostas possam estar prontas para a eleição presidencial de 2014. Há muitas ideias, segundo o presidente, ministro Antônio Dias Tófoli, e uma delas, entre as que prometem aprovação imediata, é a que trata de critérios e controle das pesquisas eleitorais, que, como hoje, divulgadas até horas antes das eleições, influenciam os votos mais vulneráveis e inseguros. O Brasil figura entre as poucas democracias ocidentais em que essas pesquisas gozam de total lideralidade.
O ministro Tófoli acha que o Código Eleitoral poderá tratar também de novos modelos para o financiamento das campanhas, prestação de contas dos candidatos e prazos para substituições no Executivo.


Sumário

1 – Na igreja de São Geraldo, monsenhor Miguel Falabella celebrou missa em memória do ex-prefeito Mello Reis, lembrando que ninguém mais que ele amou a cidade. O celebrante desejou que a trajetória de Mello seja exemplo para os sucessores.
Assistiram à missa, entre muitos amigos e autoridades, o ex-presidente Itamar Franco e o prefeito Custódio Mattos.

2 - A Rua Doutor Gil Horta era considerada o pior asfalto da zona central. O novo asfaltamento, que ficou concluído no fim de semana, ganhou o aplauso dos moradores.

3 - Ninguém sabe explicar o que está acontecendo. Foi autorizada a entrada em circulação de mais 50 táxis. Mas os pontos de embarque continuam formando filas, principalmente nas horas de pico. E mais: os próprios taxistas confidenciam que os carros destinados aos bairros também preferem circular no centro.
Seja como for,quem perde é o usuário.

4 – Em ato lutúrgico presidido na Catedral por monsenhor Cornélio Viana prestaram testemunho dois jovens dependentes de drogas, que se recuperaram plenamente depois de serem tratados, durante um ano, na Fazenda Esperança, em Guarará. Em janeiro, mais cinco completam o tratamento bem sucedido.

5 – O município pode fechar o ano sob a expectativa de um aumento do PIB local em torno de 6%. Ocorrendo essa performance, vivas principalmente à produção de aços, que se aproxima das 600 toneladas/mês.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A velha desconfiança

Uma coisa que se pode esperar, com toda certeza, é que, terminado o censo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística será acusado de praticar injustiças e incorreções com Juiz de Fora. Os números da população revelados estarão sempre muito abaixo das expectativas, como ainda agora: esperava-se bem mais de 600 mil habitantes, e o censo nos dá 517 mil. As pessoas comentam que é fácil sentir que há muito tempo deixamos meio milhão para trás.
Essa desconfiança com os números é velha, décadas antes de se pensar na criação do IBGE. Nem sempre por causa dos números, porque no século 19 os censos que a Câmara e a Província realizavam discriminavam os muito pobres e os escravos. Em 1890, por exemplo, o protesto dos vereadores foi porque se deu a Juiz de Fora uma população feminina superior: 4.970 homens e 5.239 mulheres. Eles se sentiram realmente humilhados.
Em 1968, por iniciativa do deputado João Navarro, a Assembleia Legislativa tomou as dores dos juiz-foranos que achavam estar sendo enganados, e promoveu em Belo Horizonte um seminário recheado de protestos. Propôs-se a recontagem, o que não foi admitido. Já então, e em todos os tempos seguintes, a frustração sempre é explicada pelos técnicos com apenas um dado: Juiz de Fora é importante polo de referência regional, diariamente recebendo (mas devolvendo) para municípios vizinhos milhares de pessoas que aqui trabalham, compram, estudam ou vêm para ocupar os serviços médico-hospitalares. Fica a impressão de uma população maior do que realmente é. Chamava-se Ernesto Baeta Filho o primeiro técnico que levantou a hipótese da população flutuante como fator capaz de mascarar a falsa densidade.
Sendo ou não corretos os 517 mil habitantes que o IBGE acaba de nos dar, seria bom que, acima do desencanto, o município e seus dirigentes tomassem em consideração dois pontos: 1- está em meio milhão de habitantes o limite de conservação dos padrões de vida para uma cidade com as características locais;  2 – em qualquer lugar, quando se ultrapassa a marca de 500 mil, é apenas um salto para se chegar a 1 milhão, o que vai ser desastre para nós.