terça-feira, 25 de setembro de 2018

Falecimento (1)
Os meios monárquicos de Minas, em particular de Juiz de Fora, estão de luto com a morte de um de seus líderes, Ohannes Kabderian Júnior. Ele estava no Rio de Janeiro e faleceu hoje, no Hospital Pró-Cardíaco. O sepultamento ocorrerá nesta terça-feira, no Cemitério São João Batista. Há meses ele vinha lutndo com um câncer no pulmão.
Ohannes nasceu em 1950, em Juiz de Fora, onde presidia a célula local do Círculo Monárquico. Formado em Economia pela PUC-Rio, mas o que o tornou mais conhecido em todo o Brasil foi sua paixão pelo projeto de restauração da monarquia. Por diversas vezes foi chanceler da instituição no Rio e em Juiz de Fora.


Falecimento (2)
Nos anos 50, o rádio de Juiz de Fora acostumou-se a ouvir, na antiga Difusora, a voz de Vicente Luiz Araújo, que acaba de falecer, aos 77 anos, outra vítima do câncer. Sabendo lidar bem com as finanças, foi também secretário da Fazenda na administração do prefeito Mello Reis.
Ainda no rádio, Vicente Luiz tornou-se professor de muitos locutores profissionais, que lhe são gratos. Inclusive o ator destas linhas.

domingo, 23 de setembro de 2018

A Moda do Assédio


   Tema que passou a figurar entre os mais frequentes na imprensa americana e europeia, o assédio sexual vem ampliando preocupações, pelo fato em si, mas também graças a muitas tramas e excessos que o cercam. Tem-se dito, no auge da febre de denuncismo, que não recomenda às mulheres vítimas de assédio o longo prazo que elas guardam em segredo, desde o momento da inconveniência até a decisão de denunciar. Por que deveriam esperar dez, quinze, vinte anos para reclamar providências contra a ofensa, quando, em rigor, deviam fazê-lo no exato momento em que se sentiram vítimas? E logo em seguida reclamar punições cabíveis, o que serviria, igualmente, para alertar possíveis outras vítimas.A longa morosidade em protestar faz supor que o diabo não era tão grave como muitas delas hoje querem pintar. A suspeita é que o assédio, que não pode deixar de ser condenado, tem sido, em muitos casos, alegado para algum proveito.

   Nos Estados Unidos, onde estão os casos mais numerosos, uma parte das suspeitas se revela comprometida, não apenas por causa do longo tempo que decorre da agressão à denúncia, mas por focarem personalidades famosas e muito ricas. Não se tem notícia de pedido de indenização contra conquistadores pobretões.

   O presidente Donald Trump, mais frequentemente, tem sido apontado como assediador; em episódio recente é denunciado com base em torpe atentado à sua privacidade, sem que a denunciante vulgar tenha cuidado da sua própria. Uma senhora de suspeita compostura.

   Detalhes que enojam, capazes de expor e humilhar qualquer cidadão, muito mais um presidente, num tempo em que o que fez estava longe de assumir as responsabilidades que tem hoje.

   O assédio deve ser combatido, por se tratar de ofensa à mulher, mormente quando se constata que é pessoa mais vulnerável, física ou socialmente. As pressões tornam-se instrumento de persuasão contra quem pleiteia emprego ou pretende superar dificuldades momentâneas. É uma crueldade desmedida aproveitar-se disso. Mas não faltam aproveitadoras na onda de condenações e indenizações astronômicas.

   No cinema, atividade capaz de produzir assédios falsos e verdadeiros, são conhecidas as façanhas de muitas atrizes sem maiores brilhos, que se insinuam aos diretores e produtores para alçar o estrelato. Muitos desses são os que agora, passadas décadas, são chamados a responder por antigos e já esquecidos momentos de prazer; e pagando o vexame de ver-se retalhado para a avidez do público, sobretudo quando a delatante enriquece o escândalo com detalhes anatômicos e hábitos privados, como acaba de ocorrer com o presidente dos Estados Unidos.

   Transformou-se em negócio rendoso essa prática adotada por mulheres que viveram breves aventuras com gente famosa, políticos de expressão e magnatas. Não vão aos tribunais reclamar reparos morais; vão para cobrar por serviços horizontais prestados em tempos idos.

   No Brasil não tem prosperado atividade dessa natureza, salvo poucos casos, todos incapazes de provocar grandes emoções. Pode ser que continue se revelando indústria rendosa em países diferentes do nosso. Mas, interessante notar, já aqui o assédio a donzelas era algo nunca tolerado nos tempos da monarquia e da Primeira República. Não raro pagava-se com a vida, ainda que muitas vezes tudo não fossem meros e inocentes galanteios. Mas facilmente confundidos com intenções mais graves.

   Por isso, no velho sertão dos Buritis, onde se morria facilmente por causa disso, o tropeiro Tertuliano, que a literatura roseana celebrizou, recomendava: não ficar na frente do boi, atrás do burro e ao lado de mulher. É perigoso.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Interesses Paulistas



O ex- presidente Fernando Henrique Cardoso  (PSDB) divulgou, na quinta-feira, uma carta onde pede união “para deter a marcha da insensatez”, numa referência à eleição presidencial cuja liderança é do deputado federal Bolsonaro (PSL) e à polarização que se projeta com Haddad, considerando-se os recentes resultados das pesquisas  de intenção de voto de todos os institutos. O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB ),  com fraco desempenho nas pesquisas, mesmo com o maior tempo de rádio e TV, antes tão cordato, agora muda de estratégia, e passa a ser o mais contundente nas críticas aos líderes das atuais pesquisas.

Mesmo com a maior utilização da internet nesta campanha eleitoral,  as cartas têm sido os instrumentos usados pelos ex-presidentes Lula e FHC tentando influir no pleito de 7 de outubro. Lula, tangido pelo cárcere, precisa das cartas por ele manuscritas, no silêncio da cela, para orientar seus fiéis devotos. FHC, recolhido no conforto de sua moradia, redige, também, uma carta (imitando Lula) para o público em geral, com amplo espaço na imprensa, procurando devotos para sua causa, talvez já perdida.

Ao contrário da tradição norte-americana, onde os ex-presidentes se condenam a um silêncio obsequioso sobre a condução dos destinos do país pelos sucessores, nossos ex-presidentes se pronunciam desbragadamente. No caso de FHC, ocorre o cacoete do sociólogo que procura interferir na sucessão presidencial. Sugere uma convergência de candidaturas mais de centro para apoiar um candidato desse espectro político, que seria, não por acaso, Geraldo Alckmin. Mas, parece uma intervenção em dois tempos, conforme os turnos da eleição presidencial, pois está já visando ao segundo turno, que poderá ter outro político paulista na disputa: Haddad. Afinal de contas, um candidato paulista (mesmo que adversário) tem prioridade, quando se têm dois disputando o mais importante cargo da República.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Dezessete


Número para muitos aziago, os partidários de Jair Bolsonaro apostam muito nele. Em Juiz de Fora aproveitaram o dia 17 e, às 17 horas, no centro, promoveram carreata e foguetório. 
   Aqui, como em qualquer outro lugar, torcem para que a disputa, no segundo turno, seja com Haddad, confiantes na ajuda do anti-PT.

Fiscalização

   Nos bairros, principalmente Bom Pastor e São Mateus, acumulam-se queixas contra o excesso de barulho de som alto nos veículos, altas horas, para não se falar no desrespeito aos semáforos.
    No Calçadão, o que se lamenta é o abuso de ciclistas, que continuam atropelando pedestres em suas piruetas e malabarismo.  

Escaldados

  Nesta quarta-feira, confirmada a vinda de Geraldo Alkmin, a segurança do candidato será reforçada. Nada sugere que possíveis hostilidades resultem em maiores problemas. Mas, depois do atentado contra Jair Bolsonaro, não custa prevenir. Candidato prevenido pode valer por dois. 

Deu no JB  

     “A campanha eleitoral vai deixando, igualmente exposta, uma outra intenção, que se revela boníssima na sua essência: o combate à tragédia da cruel concentração da renda nacional. O que só se poderá superar em decorrência de um farto elenco de profundas iniciativas estruturais, para as quais qualquer presidente revela raquitismo, se opta pelo ímpeto. Suas dificuldades já começariam com os partidos aliados, porque estes sempre lutam para preservar o status quo. Os candidatos mais audaciosos, insinuando-se versão nacional do lendário Robin Wood, acenam com a vingança dos pobres: tirar do ricos. O que, comprovadamente, não resolve, porque quem se dispusesse a tal empresa estaria apenas nivelando a riqueza por baixo, aumentando a pobreza”. (Edição 17 setembro).

sábado, 15 de setembro de 2018

Bolsonaro

   
   Nesta noite de sexta-feira, os adeptos da candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República saudaram, com entusiasmo, a pesquisa divulgada pelo DataFollha. Não apenas porque o candidato ampliou sua posição como líder, mas por causa do progresso do petista Haddad. Acham que, na eventualidade de os dois se defrontarem no segundo turno, Bolsonaro teria melhores condições de atrair os votos derrotados na  primeira votação. 

Tucanato
   Recepcionados pelos prefeito Antônio Almas, Antônio Anastasia e Geraldo Alkmin desembarcam aqui na quarta-feira. O candidato a governador tem dito, nos seus programas de televisão, que, sendo eleito, não iniciará qualquer obra antes de concluir as que estão paralisadas. Na conta de  Juiz de Fora, o Hospital Regional, que está apenas no esqueleto.

Recordista
  Muitas pessoas caras à cidade morreram em 2018; portanto, dez anos passados. Da lista faz parte o corretor Tony Oliveira Leite, o juizforano que mais viveu: 109 anos.

Escassez   
 Não é de hoje que se debita à pulverização dos votos o fato de Juiz de Fora contar com reduzidas cadeiras na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Há sinais de que o fenômeno se repetirá, o que daria à cidade apenas quatro cadeiras, duas em cada casa legislativa.
   O eleitorado local exerce grande atração sobre candidatos de outras regiões, principalmente os evangélicos.  

domingo, 9 de setembro de 2018

Santa Casa

Diz o doutor Alfredo Guarisch, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, que a eficiência da Santa Casa de Juiz de Fora foi fundamental para que fosse salva a vida do deputado Jair Bolsonaro, agredido com facadas, na tarde de quinta-feira. O que não o surpreendeu, porque tem o hospital na conta dos melhores do Brasil.


Cuidados

Começa a valer, já neste domingo, o novo esquema de proteção aos candidatos à Presidência da República, desde que a peçam.  O contingente responsável por essa missão foi ampliado em 60%, como tentativa da Polícia Federal de evitar que se repitam incidentes como o que quase matou Jair Bolsonaro.


Do JB

“O dramático episódio da agressão ao deputado Jair Bolsonaro, que quase o leva à morte, expôs à opinião pública um fato lamentável, com dois desdobramentos, que logo se fazem sentir e precisam ser avaliados. O primeiro, é a violência contra uma pessoa na disputa da Presidência da República, e de quem se pode discordar, sem que isso torne admissível agredi-lo. O segundo ponto que se desdobra do incidente é que aquela faca feriu não só o candidato, mas a própria democracia, de cujas franquias naquele momento ele se valia, pregando seu projeto para a primeira magistratura do país. O que leva a considerar, ausente qualquer ressalva, que não foi um golpe com apenas uma vítima”.(Jornal do Brasil”, deste domingo)


Desagravo

  Na missa de 10 horas, que celebrou, neste domingo, na Catedral, o arcebispo dom Gil Antônio fez repetidas referências à agressão que o deputado Jair Bolsonaro havia sofrido na quinta-feira, condenou o ato e qualquer tipo de violência que se pratique contra candidatos à Presidência da República. Desejou que a  celebração fosse também um desgravo à cidade, por ter sido palco daquela tragédia, embora a tentativa de homicídio fosse praticada por pessoa de outra região, como frisou.
   Dom Gil elogiou a  equipe médica da Santa no atendimento a Bolsonaro, lembrando que é uma instituição católica. Foi uma equipe de alta eficiência.
    A Primeira Leitura, na mesma celebração, tratava  da Carta de São Tiago (2, 1-5). Uma condenação aos que diferenciam tratamento a pobres e ricos, fracos e poderosos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Bolsonaro

   As pessoas não sabem o mal que fazem, com o bem que acham que devem fazer. Esse maluco, ao esfaquear Jair Bolsonaro, querendo feri-lo, acabou por dar a ele mais um milhão de votos.
O feitiço contra o feiticeiro. Na tarde desta quinta-feira (06/09), na concentração diante da Câmara, com cerca de 500 pessoas, já se percebia uma tensão; hostilidades entre adeptos de Bolsonaro e adversários. A tragédia não estava entre as coisas imprevisíveis. 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Barbas de Molho


   Seria de todo conveniente que os responsáveis pelo Museu Mariano Procópio adotassem precauções, de forma que a casa de Alfredo Ferreira Lage não tenha o mesmo destino do Museu Nacional, no Rio, que acaba de ser totalmente destruído pelas chamas. Nosso Museu, que há muito coleciona deficiências, está à procura de verbas e de apoio da iniciativa privada.
   Mas ele não é exceção. Em todo o Brasil, as  artes, a cultura e a história vivem esse  problema.
   Tomo, por oportuna, a palavra de advertência do ”Jornal do Brasil”, em sua edição de hoje:
   “ Quando se destrói uma obra pública, é costume das autoridades ligadas ao setor prometer imediata reconstrução. Mas no cenário que ficou do Museu Nacional, não terão como dizer o mesmo, porque no patrimônio da memória, o que o fogo extinguiu ficou extinto para sempre. Não há recuperação possível. Elas não têm como devolver a vida ao que morreu em definitivo. Aos cariocas, fica o direito ao réquiem para a maior entre as maiores de suas relíquias de um passado glorioso.
  Em mais esse monumental caso de desleixo e insensibilidade, é inevitável responsabilizar,  além do que couber ao município do Rio de Janeiro, os governos estadual ( porque era uma preciosidade para os fluminenses), e federal (porque o acervo destruído era razão de orgulho para todos os brasileiros).  O que autoriza, deduzindo-se, formular oportuna advertência em defesa do que nos resta do que foi guardado do passado. Cuidem-se Minas, Goiás, Bahia e todos os estados que vieram escrevendo lembranças e memórias de seus dias de província”!.


Descompromisso

     Quem se der ao trabalho de acompanhar, pela internet, os discursos e as posições dos candidatos será presa de perplexidade. Traem-se os partidos, os trânsfugas deixam no caminhos o companheiros que haviam adotado no começo da campanha, e os discursos não tem cor nem sentimento. O viés ideológico já foi para as calendas. Lealdade também.

domingo, 2 de setembro de 2018

Votos pulverizados


   A queixa é das mais antigas da pauta política de Juiz de Fora. O grande número de candidatos a deputado estadual, fartura sempre abençoada  pelos partidos, leva à pulverização dos votos; e, em consequência, a eleição de poucos. Com um colégio eleitoral que podia eleger cinco ou seis, a bancada municipal fica na metade disso. Às vezes, apenas dois, para não se falar dos postulantes de outras regiões, que sempre tiveram aqui um generoso pesqueiro.
   Desta vez, a cidade tem 11 candidatos à Assembleia. Tudo para repetir o fenômeno negativo.


 Patrimônio 

    Na segunda-feira à tarde reúne-se o Conselho Municipal  de Preservação do Patrimônio Cultural, que mensalmente decide sobre propostas de tombamento de imóveis dignos de serem conservados. Um dos projetos em pauta trata do em-torno da igreja de São Mateus e a restauração de seu antigo cinema, hoje desativado.


Propaganda

  As primeiras horas de propaganda eleitoral gratuita, no rádio e na televisão, mostraram-se mornas, quase insípidas, sem maiores atrativos capazes de animar o eleitor. 
    O fantasma para os candidatos continua sendo a ameaça de uma acentuada abstenção e muitos votos nulos.


Hora sombria  

  “Em fim de mandato, costuma-se dizer, o governante tem de saber fechar as malas e abrir o espírito para enfrentar momentos diferentes daqueles que o cercavam,  quando assumiu o leme. O que antes era festa, agora são gabinetes e corredores melancólicos. Tomam outro rumos  o prestígio e as reverências, como também vai expirando o poder de decidir. Magalhães Pinto, que governava Minas Gerais nos anos 60, queixava-se até da demora do cafezinho, pois garçons e contínuos adormeciam pelos cantos.” ( do “Jornal do Brasil”, editorial do dia 30 de agosto).