segunda-feira, 29 de julho de 2013

Divergência

Depois que a presidente Dilma negou disposição de reduzir o número de ministérios, estabeleceu-se um novo impasse nos planos de convivência do governo com o PMDB, pois o partido já havia adotado posição favorável a um menor número de pastas, algumas delas visivelmente dispensáveis. O vice Michel Temer colocou-se em uma encruzilhada, porque a questão aflora no momento em que promove gestões para remover desencontros que vêm se acumulando entre o Planalto e o segundo entre os principais partidos da base.
Em memória
Hoje, na solenidade em que eram inauguradas as obras de restauração do Palácio da Liberdade, foram alvo de homenagem especial duas personalidades que, tendo atividades políticas em Juiz de Fora, chegaram à governadoria de Minas: Antônio Carlos Andrada e Itamar Franco.
Pacto favorável
O recente acordo entre Aécio Neves e o governador do Pernambuco, Eduardo Campos, pode sofrer alterações de curso, com o passar do tempo, mas à primeira vista revela-se favorável ao senador mineiro. Acertou-se que, estando os dois concorrendo à sucessão presidencial, o que chegar ao segundo turno terá apoio do outro. A vantagem de Aécio é que esse acerto serve para ir removendo Campos da órbita do governo Dilma.
Catraca
Com mais cinco ou seis meses para instalar catracas no Palácio Barbosa Lima, forma de evitar invasões, como a que promoveram os estudantes, a Câmara tem tempo para repensar a medida restritiva. Na verdade, o que dá segurança ao Legislativo é uma sintonia permanentemente aperfeiçoada com os interesses da comunidade. Não se conhece caso em que porta fechada tenha sido suficiente para conter invasões.
Mal explicado
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, removeu qualquer projeto de disputar a presidência da República, sob argumento único de que o País ainda não amadureceu o suficiente para ter um presidente negro. Até quem possa concordar com a observação fica à espera de que o ministro ofereça maiores explicações.
Se o Brasil amadureceu para confiar a condução de um dos três poderes – o Judiciário - a um eminente representante da raça, não parece suficiente indicar a cor da pele como impedimento para um dos outros dois.
Alguma esperança
O Congresso retoma suas atividades na próxima semana, o que o deputado Marcus Pestana está indicando como a esperança de que se abra espaço para a reforma política. Em artigo publicado ontem no jornal O Tempo, ele diz que a contribuição do PSDB se revela em três propostas: voto distrital misto, fim das coligações em eleição proporcional e fim da reeleição, com extensão dos mandatos para cinco anos.
Pouca esperança
Escoam pelos ralos dos gabinetes políticos as últimas esperanças para a consolidação da fusão PPS -PMN, o que se debita a desacordos até agora irremovíveis na ocupação dos cargos de comando do novo partido que surgiria. No centro dessas incertezas, o vereador Isauro Calais, presidente do PMN, está convocando o partido para a avaliação do impasse. Calais tem convite do PMDB para se filiar e disputar uma cadeira da Assembleia.
Professor Abramo
Morreu na manhã de hoje o professor Renato José Abramo, a quem Juiz de Fora fica devendo muito, não apenas pelo tempo e competência que dedicou à Faculdade de Engenharia, mas também porque “durante sua vida, se dedicou a salvar outras vidas, prestando serviços voluntários à prefeitura, através da Defesa Civil, em momentos difíceis para a cidade”, como ressaltou o prefeito Bruno Siqueira em nota de pesar.
Jovens e idosos
São muitas as lições que se pode extrair das homilias e entrevistas do Papa Francisco durante a semana em que esteve no Brasil. A mais profunda de todas: a sociedade justa é aquela que atenta para os jovens, que vão responder pelo futuro, sem esquecer os idosos, porque estes é que transmitirão sabedoria àqueles. Sem isto a sociedade vai desabar.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Contribuição

Acabou ficando em torno de 2.500 nomes a contribuição de eleitores de Juiz de Fora ao abaixo-assinado para a constituição do Rede da Sustentabilidade, novo partido de Marina Silva. O que não é pouco, considerando-se que em todo o País a performance da ex-senadora está agora em 102 mil assinaturas.
Há sinais de que vamos entrar no ano eleitoral com apenas duas novidades no painel partidário: o RS e a fusão PPS-PMN.
Enem luso
Conta Eduardo Almeida Reis, no “Estado de Minas”, que as monstruosidades nas provas de candidatos em concursos do tipo Enem não acontecem apenas no Brasil. Em recente prova de qualificação, no Algarve, em Portugal, um jovem, sem o menor arrependimento, escreveu que D Pedro II era filho de D Pedro I e Pedro I filho de D Pedro Zero...
Avaliação
Com a chegada do fim de julho, quando se completam os primeiros sete meses de Bruno na prefeitura, animam-se certos políticos para uma avaliação severa da nova administração municipal. Na Câmara, parece ser uma tarefa certa para a bancada oposicionista, ainda que modesta numericamente. Da mesma forma entre alguns partidos. Seguramente o PSB.
Maioridade
O senador Sérgio Rocha, do Paraná, cita que eleitores de grandes centros, os que têm mais de 200 mil, são claramente favoráveis à redução da maioridade penal para 16 anos. Ainda agora, 90% dos paranaenses manifestam-se favoravelmente.
Em Juiz de Fora, que se situa ente as cidades presumivelmente avaliadas, não se promoveu pesquisa a respeito, mas há gente séria que bate palmas quando se fala em mandar a garotada bandida para a cadeia.
Sob cerco
Estamos eu outros sabendo que, mal começado o primeiro trimestre deste segundo semestre, o PMDB de Juiz de Fora será convidado pelo comando regional a se posicionar sobre as eleições majoritárias de 2014. O que certamente não será do agrado de alguns dirigentes locais, que prefeririam adiar definições para o próximo ano. O que se pretende é tirar o partido e a prefeitura da tranquilidade de navegar com folga e ao mesmo tempo em águas peemedebistas e tucanas.
SOS Museu
O prefeito Bruno vai receber, nas próximas horas, um convite para se reunir com o Conselho de Amigos do Museu Mariano Próprio, e conhecer o clima de aflição que domina dirigentes e funcionários daquela casa histórica, fechada há cinco anos. É preciso saber o que a prefeitura pode e deve fazer para remover o grande constrangimento.
Imagem retocada
Ainda não foi possível perceber se resultaram proveitosos os esforços da presidente Dilma para permanecer o maior tempo possível ao lado do Papa Francisco, com fartura de sorrisos e gestos preparados para insinuar boas relações. A chegada do pontífice foi considerada providencial para favorecer um retoque da imagem presidencial, depois de sofrer sérios danos nas últimas pesquisas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Para preocupar

Há algumas semanas a direção nacional do PT foi informada de que o ex-presidente Lula terá de descartar totalmente a possibilidade de uma vida política mais intensa, por causa de antigos problemas de saúde que voltam a incomodar. Disputar a presidência da República nem pensar.
A advertência teria sido feita pelo ex-ministro José Dirceu, e ainda carece de confirmação de setores médicos responsáveis. Mas ficou a preocupação nos altos escalões partidários.
Adiamento
Reuniões, inauguração de busto e celebração de missa, com que os amigos fariam marcar neste mês o segundo ano de morte do presidente Itamar Franco foram adiadas para outra oportunidade. As manifestações populares que têm se repetido e o momento político delicado recomendam o adiamento.
Prazo fatal
O dia 28 próximo foi fixado para definir rumos da fusão PPS-PMN, um processo ainda dependente de acertos. É também a data que marcará o destino do único vereador da fusão, que se transfere para o PMDB. A mudança em nada altera a bancada de vereador que prestigia a atual Administração Municipal.
Voz única
As sete reuniões da Câmara neste ano revelaram que o prefeito Bruno tem, na Câmara Municipal, apenas uma voz para criticá-lo: o vereador Wanderson Castelar. Neste mês ele bateu em duas questões sensíveis: a necessidade de a prefeitura assumir o controle das catracas dos ônibus urbanos, e o custo, que considera muito alto, para a execução do projeto da ponte ligando Santa Teresinha a São Dimas. A obra ficaria, em números finais, em torno de R$ 7 milhões, segundo os cálculos do vereador.
Previsão
O ex-vereador Osmar Surerus, que morreu nesta semana, próximo de completar 80 anos, fez uma previsão que viria a se confirmar mais recentemente. Em agosto de 1963, no discurso com que saudou jovem Cidadão Honorário, dizia que Juiz de Fora logo sofreria consequências sociais e econômicas com a então recente transferência da capital da República para Brasília. Estávamos perdendo a vizinhança do Rio de Janeiro, centro das grandes decisões.
Santo desconfia
As manifestações de rua estão provocando uma avalancha de generosidades do governo. A presidente Dilma, pessoalmente ou através de ministros, fez despencar uma infinidade de promessas e investimentos de bilhões e bilhões que certamente não aparecerão nesta década. Mesmo assim, ela vai despencando nas pesquisas. É muita coisa que poderia ser feita e não foi, nestes dez anos do mesmo time no poder. Os santos andam desconfiados.
Omar Peres
O empresário Omar Peres, que encerrou suas atividades em Juiz de Fora e região, faz grande festa neste sábado para celebrar seus 56 anos de idade. Será no último casarão de Copacabana, que logo depois ele vai demolir para construir um hotel de referência.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Desistência

Mais algumas horas, e as lideranças dos partidos da base do governo poderão dizer que convenceram a presidente Dilma de que o plebiscito por ela proposto entrou em parafuso; não teria como ser convocado antes de outubro, ainda assim sob o risco de provocar imensa confusão entre os eleitores diante da complexidade das questões a serem propostas. Entendem alguns que, tendo sido ideia apressada sob o calor de manifestações de rua, o plebiscito ruma para a vala do esquecimento.
Maturação
O vereador Wanderson Castelar, em conversa com amigo, concordou que as recentes manifestações de rua, seja pela dimensão nacional que assumiram, seja pela espontaneidade que as caracterizou, são um assunto para demorados estudos. O fenômeno importa em muita seriedade, a começar por dois fatos significativos: o papel desempenhado pelas redes sociais e a exclusão dos partidos.
Alvo adversário
Candidata à presidência do PT mineiro, Gleide Andrade deixou em Juiz de Fora uma advertência que passou a ser repetida, com frequência, pelos correligionários: não se deve perder de vista que o inimigo número um dos petistas na sucessão de Anastasia são e continuarão sendo os tucanos. Relegar tal realidade seria incorrer num grave equívoco.
Apoio em bloco
Corrobora com aquela advertência o fato de o esquema tucano da sucessão em Minas partir, desde já, com a garantia do apoio dos dez partidos do bloco que o deputado Lafayette Andrada lidera na Assembleia. Do “Transparência e Resultado” fazem parte, além do PSDB, o PSD, PTB, PHS, PPS, PR, PRTB, PEN, DEM e PT do B.
Cordialidade
Caracterizou-se como cortesia, sem objetivos políticos, a reunião do fim de semana do ex-deputado Marcello Siqueira com o ex-prefeito Custódio Mattos. Foi a primeira vez em que falaram, desde a campanha eleitoral do ano passado. Custódio, agora secretário de Desenvolvimento de Belo Horizonte, tem manifestado contentamento em trabalhar com o prefeito Márcio Lacerda, que ele define como homem muito sério.
Os pais dos maus
Analistas políticos, cientistas, colunistas e comentaristas, tomados de perplexidade, procuram entender a explosão das manifestações contra os governos e seus agentes. Mas ainda não parecem animados a pesquisar, com igual interesse, o caráter dos eleitores que decidiram confiar o poder àquela gente. Os maus têm sido seguidamente reeleitos, quase sem exceção. São glorificados pela conivência dos maus eleitores.
Que fim levou?
Corre na internet um apelo: que volte a funcionar em Juiz de Fora o Fórum Permanente de Defesa dos Direitos Humanos. Não será por falta de problemas. Neste ano ainda não houve uma única reunião de seus membros.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Pouco tempo

Só em parte, mesmo assim com uma dose de boa vontade, pode-se aceitar o argumento de deputados e senadores de que cinco dias são quase nada para que se posicionem sobre o que o plebiscito vai decidir em relação à reforma política. Quaisquer que sejam as preferências populares nessa matéria, trata-se de tema sobejamente conhecido do Congresso. Não são cinco dias. Há cinco anos todos os pontos propostos para a reforma são amplamente debatidos. O que não permite que ela avance é a falta de vontade política.
Simplificando
Itens demais para compor o plebiscito sobre a reforma política são garantia de confusão entre eleitores não suficientemente informados, e que constituem apreciável contingente. Não há tempo para uma campanha didática, principalmente quanto a itens mais complexos, como, por exemplo, as listas fechadas de candidatos em eleição proporcional e os diferentes modelos de voto distrital. A consulta precisa ser simplificada.
Despreparo
Mais uma vez, assevera a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, que a Justiça Eleitoral está equipada e aparelhada para promover o plebiscito em agosto ou setembro. Mas o que preocupa não é o preparo da Justiça, e sim o despreparo do eleitor.
Coordenador
César Grazzi, que trabalha em Juiz de Fora para a criação do PMB – Partido Militar Brasileiro, é agora o coordenador para Minas, Rio e Espírito Santo, três estados onde ele espera que sejam coletadas assinaturas suficientes para o registro da nova sigla no Tribunal Superior Eleitoral.
Faixa própria
Dois partidos – PSDB e PMDB – já dispõem de movimentos internos atuantes defendendo a tese de que não há como escapar de candidaturas próprias ao governo de Minas em 2014. Uma disposição que neste momento não interessa ao projeto que ambos alimentam de ajustar o esquema estadual à sucessão presidencial. Para os dirigentes peemedebistas, será interessante confirmar a aliança com o PT, o que destinaria ao partido um papel acessório em favor da candidatura de Pimentel. Quanto aos tucanos, bom é que as coisas não se precipitem, até que estejam definidas as alianças em torno do projeto presidencial do senador Aécio Neves.
Por extensão
O deputado Leonídio Bouças, que chegou à Assembleia para ocupar a vaga deixada por Bruno Siqueira, mergulha de corpo e alma no projeto que cria a região metropolita de Uberlândia. Considerando que se tornou deputado por causa do resultado eleitoral de Juiz de Fora, podia defender, por extensão ou gratidão, que há aqui também um velho projeto com o mesmo objetivo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Passe livre

Passadas duas semanas de manifestações marcadas pela variedade de reivindicações, os estudantes das grandes capitais e também de Juiz de Fora entraram por um caminho que não dá sinais de final satisfatório. Querem o passe livre nos ônibus, sem que suas lideranças advirtam que a pretendida gratuidade importa em compensações na planilha de custos e insumos do transporte; o que vale dizer, passagens mais caras para os trabalhadores e donas de casa. No Congresso, onde não faltam vozes para soluções delirantes, há quem veja no pré-sal a fonte de compensação. Ali o dinheiro ainda não existe, mas já vai sendo prometido por conta.
Preventivos
O que se diz é que grupos políticos andam se reunindo na cidade para discutir formas de fazer frente a um golpe, eventualmente resultante de agravamento do quadro político. Uma preocupação que no momento já parece superada, porque o risco real que houve foi na ideia, logo rendida de convocação da Assembleia Constituinte.
O que fazer?
A bola está nas mãos ou nos pés dos partidos da base do governo, capitaneados pelo PT. A0 missão, a ser cumprida com ligeireza, é mostrar aos milhões de eleitores menos esclarecidos como participar do plebiscito, em fins de agosto, sobre a reforma política. Tempo exíguo e assunto complexo, com variedade de itens. Como cumprir a tarefa hercúlea? Para a oposição, esse plebiscito tem apenas a cara da intenção de desviar o País das manifestações de rua.
Alternativa
Na semana que já vai entrar, PSDB, DEM e PPS pretendem martelar no que lhes parece ser a alternativa adequada para o plebiscito que o governo propõe. É o referendo. Ora, se o Congresso Nacional já tem todo o texto da reforma amplamente estudado e debatido, por que não aprová-lo já, para ser depois submetido ao crivo do eleitorado?
Bombeiros
O deputado Lafayette Andrada, líder do governo na Assembleia, promete que vão melhorar os serviços dos bombeiros militares em Juiz de Fora. Baseia-se no fato de que a guarnição local foi contemplada com seis novas viaturas.
Destombamento
Em sua reunião de agosto prevista para se instalar às 14h, o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural vai discutir e votar um manifesto de sócios do Sport Club para que se negue atendimento à proposta da diretoria quanto ao destombamento de parte do complexo da entidade, o que atingiria a arquibancada e a sede social. O que se pretende é o aproveitamento daquele espaço para outras obras e serviços, mas a tendência é pelo não atendimento.
Nova dinâmica
O PSDB parece disposto a intensificar suas atividades no setor de comunicação regional, e nesse projeto estão trabalhando José Maurício, assessor do deputado Marcus Pestana, e o ex-prefeito de Pequeri, Raul Salles.
Linha verde
O PMDB ainda não se sentiu completamente à vontade para traçar os rumos de sua atuação na próxima campanha, não apenas porque dispõe de tempo suficiente para tanto, como também pelo fato de sua movimentação terá de estar ajustada à administração do prefeito Bruno. Mas no partido há uma corrente que apreciaria ter a filiação do reitor da UFJF, Henrique Duque, e fazer dele seu candidato a deputado federal. Se quiser, o sinal está verde.
Memória 1
Sob a coordenação de Wanderley Luiz de Oliveira, foi publicado o livro “Excitando a memória”, em que uma das principais figuras da colônia portuguesa, Nélson Valente, conta sua vida, os primeiros anos em Portugal, a vinda para o Brasil e a fixação em Juiz de Fora, onde atuou no comércio. Valente morreu no ano passado, vítima de infarto.
Memória 2
Em palestra que pronunciou ontem no Instituto Histórico e Geográfico, abordando o tema “Movimento musical em Juiz de Fora no terceiro milênio”, o professor Rodolfo Valverde definiu como tarefa das mais importantes a cidade pesquisar e preservar a obra de Francisco Vale, nossa maior figura no campo da música erudita. Para este milênio, outra personalidade que não pode ser esquecida é de Edmundo Villani Cortes, hoje radicado em S.Paulo. Valverde é coordenador do curso de licenciatura de música na UFJF.