domingo, 7 de agosto de 2011

Como está a intimidade do poder?

Em sete meses de governo, a presidente Dilma ficou sem quatro ministros, começando com Palocci e agora chegando a Nélson Jobim, numa série de tropeços que a mantém sob permanente tensão e desgaste. É o que já vai autorizado a oposição a denunciar que, até agora, ela nada fez.

A substituição de ministros comprometidos, como Palocci, e inconvenientes, como Jobim, é necessária. Mas o seriado, a sucessão de uma crise atrás de outra, a quem pode interessar? Estaria alguém, dentro ou fora do governo, empenhado em dar continuidade a esse cordão de tensões?

Por que teria Jobim provocado de forma tão primária sua demissão? Por que o vice-presidente Michel Temer, primeiro cogitado, não aceitou o convite para assumir a Defesa?

No final da semana, a presidente deu sinais de preocupação. Chega de crise, teria dito a um assessor. Mas, seja por cansaço ou tédio, não há de ser apenas a disposição pessoal da presidente o suficiente para pôr ordem na casa.

É como acaba de discursar na Câmara o deputado Marcus Pestana: só será possível conter o processo de corrupção quando se promover a reforma do Estado; o que significa eliminar na estrutura os gargalos que facilitam os assaltos.




PMDB define

seus rumos


Candidato próprio a prefeito em municípios com mais de 50 mil eleitores. Eis um critério que o PMDB pode adotar na reunião de seus dirigentes, que acontece hoje à tarde, em Belo Horizonte. O número não é resultado de escolha aleatória. Na verdade, com esse colégio eleitoral as prefeituras têm importância política estratégica, embora não cheguem a meia centena.

O partido, se adotado o critério, estabelecerá também a primeira meta para se refazer no interior, depois de fracassar na disputa do governo do estado, no ano passado.





Na cidade, um

quase ministro


Quando esteve na cidade, no meio da semana passada, para receber homenagem da Ordem dos Advogados do Brasil - Quarta Subseção, o ex-chanceler Celso Amorim demonstrou, a quem o observava mais atentamente, não exatamente uma preocupação, mas inquietação. Talvez naquele momento ele já tivesse recebido convite para substituir Nélson Jobim no Ministério da Defesa. Em Juiz de Fora estaria apenas esperando o capítulo final do desentendimento do governo com Jobim.

Aproxima-se o momento de se promover a avaliação das relações dos chefes militares com o Ministério da Defesa. Os ministros foram, sucessivamente, senador, empresário, jurista e diplomata. É preciso saber, na caserna, em que, individual ou coletivamente, eles contribuíram para a elaboração de uma política de defesa nacional.



A energia

que sobra


Ainda não chegou a temporada das águas, as chuvas ocorrem isoladamente, mas os reservatórios que servem às hidrelétricas já têm 40% acima dos volumes médios desta época do ano. Quando chover, a partir de novembro, a disponibilidade deverá subir para 80%. O que, num primeiro momento, permite concluir que está afastado o risco de desabastecimento de energia, ainda que eventualmente.

Talvez não seja bem assim. Os tempos andam de tal forma desorganizados, que, se hoje os reservatórios estão cheios por causa das águas fora de hora, pode ser que as chuvas não venham em seus meses tradicionais. Afinal, o clima entrou em parafuso aqui e em todos os cantos do mundo. Nada é impossível.




Vigaristas

e inocentes


O noticiário policial das últimas semanas andou repleto de novos casos de golpes praticados contra os incautos. É quando se associam as más intenções dos bandidos com a falsa esperteza dos tolos que querem ficar ricos num átimo.

O perfil desses tolos, que se deixam levar pela conversa de estranhos, ressalta nos relatórios policiais um dado interessante: a maioria das vítimas do chamado conto do bilhete, ou bilhete na ponta do pé, é formada de aposentados. Mais ainda: quando os golpistas têm êxito, esses aposentados perdem cinco mil, oito mil, dez mil reais. Na semana passada, a velhinha perdeu vinte e três mil!

Que inativos são esses com benefícios tão altos? Há alguma coisa mal conta nessa história. Pressupõe-se que uma aposentada com essa quantia em banco tenha sido uma alta funcionária, suficientemente esclarecida para não se deixar levar por falsas propostas de vigaristas. Como pode?



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Quando procuram explicar a persistência do governo em eliminar os focos de corrupção nos ministérios, alguns dirigentes petistas, na ânsia de serem agradáveis a quem já se foi e a quem acaba de chegar, dizem que Dilma está limpando a casa e preparando a volta de Lula. Estranha a explicação. Se Dilma está limpando é porque Lula sujou...


(( publicado também neste segunda-feira no TER NOTÍCIAS ))

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