quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dilma na pesquisa


O governo não manifestou surpresa, muito menos descontentamento, com a pesquisa que acaba de derrubar oito ponto no apoio da população à presidente Dilma. A primeira e principal explicação é que ainda não houve tempo para se realizar obra. Nos seus sete meses de governo, ela suplantou todos os antecessores, quando se trata de crise ministerial.
Junta-se a isso o fato de a presidente caminhar sem apoio político, pois os partidos da oposição não querem assumir maiores responsabilidades num impasse mais grave, e os partidos da base pretendem mostrar que fora deles é impossível caminhar.
Sem obras e serviços para mostrar, sustentada por um apoio político circunstancial, não espanta que a presidente entre em baixa.


Para surpresa

Na sessão solene e conjunta do Congresso, realizada na quarta-feira em homenagem póstuma a Itamar Franco, faltou destaque para a presença de seu sucessor, Zezé Perrellla. Tendo ficado com 90 meses do mandato do titular, e confessado que seu projeto agora é dedicação total à política, o novo senador devia ter dito alguma coisa sobre a vida política e os projetos de seu antecessor.


Plano imediato

Se é preciso evitar que as dificuldades políticas se agravem para o governo, e se tudo mostra que outros problemas estão em curso, o fundamental agora é conter os furos nas relações com o Congresso. Seria um greve erro permitir que elas se deteriorem de tal forma, que o diálogo acabe se tornando impossível. Não está distante o exemplo do que ocorreu com o presidente Collor, que teria escapado de todas as dificuldades e até do impeachment se contasse com boas relações no Congresso.
No PT há muitas preocupações. José Dirceu, que era e ainda é altamente influente no Planalto, diz que nunca viu tanto erro político no governo como se vê agora.


Dia aziago


Não tanto como o senador José Sarney, para quem usar terno marrom e não sair pela mesma porta por onde se entrou dá azar, muitos políticos guardam um pouco de superstição. Ontem, em Brasília, não faltou quem aconselhasse o cancelamento das muitas reuniões que foram programadas para amanhã, destinadas a avaliar as dificuldades do momento político. Dia 13 de agosto nunca foi simpático aos supersticiosos. É um dia carregado de azares.

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Contou o colunista Cláudio Humberto que, apavorada com as dificuldades no Congresso, a ministra Ideli Salvatti implorou aos senadores para que votassem determinado projeto. Mas foi bruscamente interrompida por Dilma. A presidente advertiu que esse negócio de implorar é coisa da ministra, não do governo.



(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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