domingo, 9 de outubro de 2011

Dois tempos

Nos tempos da ditadura, alguns ministros mais conscientes do Tribunal Superior Eleitoral criticavam a imposição do governo pelo bipartidarismo, o que lhe dava melhores condições para coagir e policiar. Agora, como os tempos mudaram, o presidente do TSE, Ricardo Levandowisk, deplora o excesso de partidos, que já são 32. Como expressão de desencanto, ele disse, na televisão, que já não estamos mais no pluripartidarismo, mas no hiperpartidarismo.


Congresso em definições

Numa hora em que cai ao nível mais baixo o conceito dos parlamentares, há quem seja capaz de recordar que não é de hoje que se questiona o prestígio do Congresso Nacional. Carlos Lacerda lamentava constatar contrabandistas deputados e deputados contrabandistas. Meio século atrás Jânio Quadros o definia como “Clube de Ociosos”. Quase à mesma época, mais comedido, Gustavo Capanema disse que via ali uns 10% de idiotas. E Lula, que pouco depois faria parte dele, admitia que o Congresso era a casa de ”uns trezentos picaretas”.


Mais um

O PPL - Partido Pátria Livre, que fechou o ciclo dos novos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral, tem comissão provisória em Juiz de Fora. Vai anunciar apoio à candidatura do prefeito Custódio Mattos.
Não ocorreu, ao contrário do que se esperava, a criação da comissão provisória do Partido Trabalhista Nacional.


A indesejada

Não há mais razões para se duvidar do sincero desejo dos deputados e senadores de impedir que o projeto da reforma política avance e se torne a realidade tão necessária. Eles não vão ferir uma estrutura eleitoral da qual se beneficiam. Isso já ficou demonstrado quando criaram comissões separadas das duas Casas, ideia adequada para confundir e procrastinar.
Michel Temer, a voz política do governo, sugere uma consulta popular em 2014, para então o Congresso saber os rumos que deve tomar, como se já não devesse saber. Quer dizer, mais uns cinco ou seis anos de empurração.


Tese em tela

Já se vê que a oposição ao prefeito elegerá, como um de seus temas preferidos, a renovação, lembrado que nos últimos trinta anos a administração municipal ficou nas mãos de apenas três homens. Sem que falte um toque de ironia, os governistas poderão dizer que o melhor caminho para a renovação passa exatamente pela reeleição de Custódio: ele, um veterano, não poderá mais voltar; Tarcísio, já então com 80 anos, estará afastado; Margarida, se perder em 1012, teria dificuldade em sustenta-se como opção nos outros quatro anos. De acordo com esse raciocínio, tudo pronto para renovar, mas só em 2016.


Arquiinimigo

Oswaldo Braga, que a partir de Juiz de Fora lidera o movimento gay em Minas, proclama o deputado evangélico João Campos, do PSDB, como o mais pesado adversário da população homossexual. Atribui-se ao parlamentar a reação ao projeto que pretendia a introdução de uma política educativa nas escolas para o combate à homofobia.


Resistência

Terminou na sexta-feira o prazo para filiação de possíveis candidatos em 2012. Consta que, até o último minuto, um grupo de peemedebistas tentou obter a ficha de adesão do reitor da UFJF, Henrique Duque. Ele prefere continuar fazendo o que faz.


Clube veterano

O Clube Juiz de Fora, onde no passado se encontravam os políticos mais importantes da cidade, está de diretoria nova: presidente, José Márcio Ferreira; vice-presidente José Ibrahim Arbex; primeiro e segundo secretários, Roberto Mascarenhas e João Menezes Filho; primeiro e segundo tesoureiros, Aloísio Mendes Morais e Maurice Zaka; diretor cultural Willian Hallack. Presidente do Conselho, Mário Arcanjo Filgueiras.



Última chance

Os ecologistas andaram empenhados em descobrir um partido em que ancorassem seus ideais, e, afinal, fracassaram ao tentar criar uma legenda própria, o PEN – Partido Ecológico Nacional. Mas ganharam do TRE um prazo de tolerância: terão mais dez dias para coletarem 118 mil assinaturas de eleitores e completar as 491.641 em abono à causa.

((publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

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