quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mineiros e paulistas invertem os papéis

Os políticos sempre viram diferenças essenciais nos métodos de mineiros e paulistas darem trato aos seus negócios. Eles, como Marte, mais impulsivos e mais guerreiros. Os de Minas, que na mitologia seriam como Vênus, comedidos e românticos. Agora, quando se tratar de discutir a eleição presidencial de 2014, os papéis podem ser os mesmos, mas os atores mudaram seus lugares no palco, pelo menos em se tratando do PSDB.
De Aécio Neves, de quem se esperava demora e adiamentos no processo, ao contrário, ele vem logo dizendo que é candidato à presidência, para disputar com Lula ou Dilma. Já os paulistas, em momentosa crise de mineirice, adiam, espiam e acham que é cedo demais para se falar da cadeira presidencial; é preciso esperar que novos fatos deixem o horizonte mais claro.
Alteradas as posição em relação ao quadro que se espera, a primeira diferença é quanto à hora mais adequada para se apresentar uma pré-candidatura. O senador mineiro, sem temer longa exposição às intempéries da política, revela publicamente disposição para o embate. Em São Paulo, onde as preferências nunca contemplaram Aécio, quando se fala que o PSDB deve esperar mais, o que realmente se espera é que o senador soçobre no tempo.
Mas há um componente na análise dos paulistas que não pode ser desconsiderado. Boa parte do que está para acontecer em 2014 fica na dependência do quadro que será traçado pela eleição dos prefeitos das grandes cidades em outubro próximo. Os tucanos de Minas não relegam esse detalhe, mas não o veem capaz de comprometer uma pré-candidatura presidencial, pois em 2014 predominaria a tendência pela renovação, isto é, nem Dilma nem Lula. E nem São Paulo, que já deu oito anos de Fernando Henrique e mais oito de Lula...
Quem se lançar agora nessa campanha, complicada e extenuante, não terá como ignorar que são vários os fatores que podem influenciar os eleitores no momento de considerar o novo presidente. É o caso da economia nacional, pois não se sabe como estará frente aos desafios da crise internacional. Os candidatos, sejam lá quem forem, terão de estar preparados a elaborar defesas e indicar soluções para preservá-la de dificuldades maiores.


Definições

Ainda que possam ter muitas dúvidas em relação às eleições futuras, de uma coisa os tucanos mineiros estão certos: o governador Antônio Anastasia será candidato a senador em 2014. Havia dúvidas quanto à sua disposição pessoal para essa campanha, mas ele acabou concordando.
No Partido dos Trabalhadores haverá dúvidas durante algum tempo, porque o nome para o Senado vai depender, na época, de como estiver o ministro Fernando Pimentel, que, antes de ser cogitado para o Congresso, tem tudo para se tornar o petista na disputa do governo estadual.
Entre outros grandes partidos, o PMDB não vai além de especulações. Fala-se, por exemplo, em Hélio Costa e Newton Cardoso.


Excesso


Iniciado pelos partidos o levantamento dos novos filiados, quase a unanimidade com pretensões eleitorais em 2012, constata-se facilmente que os maiores enfrentam excesso de nomes para compor chapas limitadas. Muitos nem puderam entrar. Repete-se então a situação de eleições anteriores: as pequenas legendas acertadas para participar das alianças absorveram os excedentes.


(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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