quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sem Constituinte


A promessa do senador Aécio Neves de levar a ferro e fogo a oposição ao novo governo Dilma deve se centralizar, entre as questões essenciais, na tentativa de impedir que o PT amplie sua campanha para a convocação de uma Constituinte. É bem sabido que com os votos dos beneficiários nordestinos do Bolsa Família, que são a versão contemporânea do voto de cabresto, o governo não teria dificuldade em escrever uma Constituição como bem entender. Para a oposição é insuficiente (a última eleição confirmou) o argumento de que para uma Carta democrática não cabem restrições de quaisquer ordens.
No projeto de Brasília, um dos objetivos é construir certo controle sobre os meios de comunicação, o que seria mordaça disfarçada. Coisa irrelevante para os eleitores do Bolsa Família.


Remédios amargos


O governo precisa criar, urgentemente, um esquema de reação política ao quadro de decepções que criou com as más notícias que guardou a sete chaves para divulgar após a eleição. Sob pena de criar um clima de hostilidades, greves e manifestações de rua que logo virão. Escondeu os dois aumentos quase sucessivos no preço da gasolina, o pior desempenho da economia comercial nos últimos 16 anos, rombo de R$ 24 bi no Tesouro Nacional, inflação engordando, 20% na tarifa de energia. Precisa se explicar, enquanto vive o frescor da vitória das urnas.


Como sempre


Há cerca de 35 anos, no “Estado de S.Paulo”, Fernando Pedreira escreveu o que, sem qualquer esforço para atualizá-lo, justifica a reedição:
“A impunidade está garantida, porque a sofisticada e complexa aparelhagem estatal assegura, primeiro, a socialização dos prejuízos, e depois a competente “desapuração” dos crimes e das irregularidades praticados, por meio de relatórios e inquéritos que se alongam até que a opinião pública se esqueça de tudo”.


Derrota geral


Alguns raros êxitos isolados; ausentes e encantoados os partidos; indigência de ideias e propostas, tudo coroado com uma escandalosa votação conferida a candidatos “estrangeiros”, traçam um quadro que denuncia a falência da classe política na cidade. As lideranças precisam descer dos cabedais e mergulhar na autocrítica. Enquanto é tempo.





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