segunda-feira, 19 de junho de 2017







A luz do túnel


A pergunta que não cala: passado o porre cívico da Lava Jato, presos e absolvidos  culpados e inocentes, o que restará a este País no mar das incertezas de 2018? Como?,  sem lideranças definidas, mortos ou insepultos os homens a quem não mais será possível ao País recorrer num grande esforço para sair da crise. É o que nos revela o agitado fim do semestre. Como e com quem começar a jornada da reorganização do serviço público e da política, ambos falidos?

Paralelamente às ausências, restarão presenças indesejáveis, demagogos, os oportunistas que nos momentos mais difíceis e confusos surgem com facilidade. O perigo dos façanhudos, tipo Crivellas e outros que tais.

A gravidade do momento chama a atenção, portanto, para dois problemas que  correm paralelos: o caos deixado pelo que saem de cena e os maus que ameaçam chegar; a estes, mais que àqueles, impõe-se grande cuidado por parte dos eleitores. Os que saem, combalidos e derrotados; os que chegam, carregando a vã esperança dos descrentes. Vejam o destino sombrio que pode nos aguardar.

Se não temos mais líderes ideais, também acabaram os partidos. Os três maiores – PMDB, PSDB e PT  - estão em marcha batida rumo à rua da amargura.  E os pequenos, quase todos também desgastados, comerciantes que são nos balcões do tráfico de influência, compra e venda de apoios. Fazer o quê?

Diante de previsões tão angustiantes para as legendas, há quem pense na retoma da experiência proposta em 1934 do candidato avulso, isto é, aquele capaz de disputar sem a exigência da filiação partidária. Mas hoje, quando se voltam o olhar e as atenções para a realidade política, é fácil perceber que a proposta de candidaturas independentes desperta grande dúvida: ora, se com homens e mulheres tão experientes não conseguimos levantar voo, quanto mais novatos para nos tirar da perigosa areia movediça em que mergulhamos.

Resta desejável o parlamentarismo, certamente o melhor dos nossos remédios, mas até agora só prescrito em momentos de graves situações, híbrido; como os bons remédios, ele só produz efeitos saudáveis quando o paciente tem um mínimo de vigor.
O parlamentarismo é a luz que surge no fim do túnel. Mas onde está esse túnel, que a gente não consegue enxergar? 








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