terça-feira, 28 de janeiro de 2025
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
A pauta é política
17 janeiro 2025
JF, A EXCEÇÃO
O diretório regional do PT está propondo ampla discussão sobre dificuldades que o partido enfrenta em Minas, tendo como ápice o grande fracassos na disputa da prefeitura de Belo Horizonte. Conquistou êxito em outros centros, como Juiz de Fora, mas perder na capital foi pior, porque torna-se enfraquecido ante a direção nacional. O que tem sido recomendado, como remédio, é voltar às bases e evitar administrações desastrosas, como a de Fernando Pimentel, de onde o partido saiu machucado.
Em Minas, a eleição do ano passado ficou com duas exceções agradáveis para os petistas: Contagem e Juiz de Fora. O que é pouco para ambições partidárias mais amplas.
NOSSO HINO
A prefeita sancionou lei que torna obrigatória a execução do hino de Juiz de Fora em todos os eventos esportivos e políticos, nos limites do município. Iniciativa do vereador Marlon Siqueira (MDB), ainda na legislatura anterior.
Quem viveu no passado deve lembrar-se, sendo maior de 50 anos, que era obrigatório executar os hinos nacional e municipal nas escolas, todos os dias. Compromisso com a educação cívica dos jovens cidadãos. Assim, a iniciativa do vereador relativo ao hino municipal é valorosa, pois, se executado concomitante ao hino nacional, pode proporcionar o ressurgimento de boa prática cívica.
HOMENAGEM
Não se pode negar justiça na decisão unânime dos vereadores de dar o nome do engenheiro Marcello Siqueira, falecido em julho passado, à adutora que liga a Barragem de Chapéu D’Uvas a uma antiga estação de tratamento. Na política ou fora dela, Marcello sempre teve permanente preocupação com o abastecimento e a qualidade da água na cidade.
CENTENÁRIO
O DiárIo de Minas cobra dos responsáveis pelas promoções culturais a comemoração, em maio, do centenário de nascimento do juiz-forano Rubem Fonseca, seguramente um dos maiores ficcionistas da literatura brasileira. Rubem nasceu aqui em maio de1925. Entre suas principais obras, todas premiadas, estão “Feliz Ano Novo”, “A Grande Arte”, “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”.
DE PROFUNDIS
A novidade do começo de ano veio do vereador comunista Ciro Reis. Projeto de sua autoria pretende que seja autorizado o sepultamento de cães em cemitérios públicos ou particulares, o que parece ser maravilhosa iniciativa para fazer afago aos que cultivam grande amor aos pets. O projeto não leva em conta que os cemitérios da cidade já não têm mais largos espaços. Mas esse não é problema para celebrizar uma legislatura que ameaça passar à História como a que conferiu aos animais atenções nem sempre concedidas aos serem humanos.
No caminhar das coisas, a edilidade será, em breve, chamada a legislar sobre a temperatura média dos cachorros quentes…
Lembremo-nos que elevar os animais à dignidade humana é tão grave como reduzir a dignidade da pessoa ao animal.
RUMOS
DE BÚSSOLA
O vereador Negro Bússola (PV) protagonizou debate com o colega Juraci Scheffer (PT). O assunto girou em torno de infidelidade do vereador à federação PT- PC do B- PV, porque, no ano passado, apoiou o candidato do MDB a prefeito, Júlio Delgado, e não a candidata da federação, Margarida Salomão, que se elegeu. Demonstrada está a fragilidade dessa invenção mambembe, a federação partidária, com mais transtornos do que avanços eleitorais.
O debate com o polêmico Bússola revela o comportamento de um novato no jogo politico da Câmara. Com o passar do tempo deve mudar o comportamento inicial, até porque se autodefine como um homem dotado de todas as inteligências…
O PASSAPORTE
No episódio da negativa da liberação do passaporte de Bolsonaro, para ir a Washington assistir à posse de Donald Trump, mesmo sem se discutir o mérito da questão, parece excesso do ministro Alexandre Moraes exigir prova de autenticidade da assinatura do novo presidente dos Estados Unidos. Procuramos azedar as já azedas relações com o governo americano, que se instala na segunda-feira.
A pauta é política
17 janeiro 2025
JF, A EXCEÇÃO
O diretório regional do PT está propondo ampla discussão sobre dificuldades que o partido enfrenta em Minas, tendo como ápice o grande fracassos na disputa da prefeitura de Belo Horizonte. Conquistou êxito em outros centros, como Juiz de Fora, mas perder na capital foi pior, porque torna-se enfraquecido ante a direção nacional. O que tem sido recomendado, como remédio, é voltar às bases e evitar administrações desastrosas, como a de Fernando Pimentel, de onde o partido saiu machucado.
Em Minas, a eleição do ano passado ficou com duas exceções agradáveis para os petistas: Contagem e Juiz de Fora. O que é pouco para ambições partidárias mais amplas.
NOSSO HINO
A prefeita sancionou lei que torna obrigatória a execução do hino de Juiz de Fora em todos os eventos esportivos e políticos, nos limites do município. Iniciativa do vereador Marlon Siqueira (MDB), ainda na legislatura anterior.
Quem viveu no passado deve lembrar-se, sendo maior de 50 anos, que era obrigatório executar os hinos nacional e municipal nas escolas, todos os dias. Compromisso com a educação cívica dos jovens cidadãos. Assim, a iniciativa do vereador relativo ao hino municipal é valorosa, pois, se executado concomitante ao hino nacional, pode proporcionar o ressurgimento de boa prática cívica.
HOMENAGEM
Não se pode negar justiça na decisão unânime dos vereadores de dar o nome do engenheiro Marcello Siqueira, falecido em julho passado, à adutora que liga a Barragem de Chapéu D’Uvas a uma antiga estação de tratamento. Na política ou fora dela, Marcello sempre teve permanente preocupação com o abastecimento e a qualidade da água na cidade.
CENTENÁRIO
O DiárIo de Minas cobra dos responsáveis pelas promoções culturais a comemoração, em maio, do centenário de nascimento do juiz-forano Rubem Fonseca, seguramente um dos maiores ficcionistas da literatura brasileira. Rubem nasceu aqui em maio de1925. Entre suas principais obras, todas premiadas, estão “Feliz Ano Novo”, “A Grande Arte”, “Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos”.
DE PROFUNDIS
A novidade do começo de ano veio do vereador comunista Ciro Reis. Projeto de sua autoria pretende que seja autorizado o sepultamento de cães em cemitérios públicos ou particulares, o que parece ser maravilhosa iniciativa para fazer afago aos que cultivam grande amor aos pets. O projeto não leva em conta que os cemitérios da cidade já não têm mais largos espaços. Mas esse não é problema para celebrizar uma legislatura que ameaça passar à História como a que conferiu aos animais atenções nem sempre concedidas aos serem humanos.
No caminhar das coisas, a edilidade será, em breve, chamada a legislar sobre a temperatura média dos cachorros quentes…
Lembremo-nos que elevar os animais à dignidade humana é tão grave como reduzir a dignidade da pessoa ao animal.
RUMOS
DE BÚSSOLA
O vereador Negro Bússola (PV) protagonizou debate com o colega Juraci Scheffer (PT). O assunto girou em torno de infidelidade do vereador à federação PT- PC do B- PV, porque, no ano passado, apoiou o candidato do MDB a prefeito, Júlio Delgado, e não a candidata da federação, Margarida Salomão, que se elegeu. Demonstrada está a fragilidade dessa invenção mambembe, a federação partidária, com mais transtornos do que avanços eleitorais.
O debate com o polêmico Bússola revela o comportamento de um novato no jogo politico da Câmara. Com o passar do tempo deve mudar o comportamento inicial, até porque se autodefine como um homem dotado de todas as inteligências…
O PASSAPORTE
No episódio da negativa da liberação do passaporte de Bolsonaro, para ir a Washington assistir à posse de Donald Trump, mesmo sem se discutir o mérito da questão, parece excesso do ministro Alexandre Moraes exigir prova de autenticidade da assinatura do novo presidente dos Estados Unidos. Procuramos azedar as já azedas relações com o governo americano, que se instala na segunda-feira.
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Uma reformar delicada
((Wilson Cid, hoje, no "Jornal do Brasil" ))
Uma próxima e inevitável reforma ministerial, negada nos pronunciamentos oficiais, mas já plenamente discutida nos círculos políticos influentes, tem tudo para se tornar obra delicada, pois é evidente que, sendo realizada, os propósitos vão além de meras alterações de quadros ou ajustes da máquina administrativa. O que se vai reformar tem, como principal meta, atingir um conjunto de objetivos que comportam interdependência. E é por aí que ela se complique um pouco.
O primeiro alvo, tarefa dos que vão chegar ou ficar, seria dar ao escalão principal do Executivo um perfil de diálogo racional com o Congresso Nacional. Eis o ponto capital. As relações com o poder Legislativo têm custado caro, porque a convivência se faz no escoadouro por onde escapam verbas, presentes e cargos, favores permanentemente sujeitos às conveniências do momento; e nem por isso os dividendos do governo têm se mostrado satisfatórios. Como deputados e senadores já se acostumaram com o modelo, há uma expectativa de que, convidados para o futuro ministério, Rodrigo Pacheco e Artur Lira poderiam contribuir para criar um regime de dieta nas relações, o que talvez seja pedir demais, pois aspiram ambos à governadoria de seus estados, e, nesse passo, contrariar o apetite dos colegas não convém.
Outro enfoque é que vai se organizar uma equipe para dar ao governo anteparos e catapulta no ano que precede a eleição presidencial. Aos novos ministros caberá, como missão primordial, a tarefa de pavimentar o caminho das urnas de 2026, o que vai depender, em primeiro lugar, de como estará a imagem do presidente Lula na hora de correlacionar forças políticas, com o detalhe instigante de que também haverá eleição para governador, o que exigirá alianças, que na presente quadra revelam-se delicadas. Não é dos mais fáceis o equacionamento de interesses em regiões diferentes.
Um detalhe a mais para considerar. Estando o mandato presidencial nos seus últimos meses, torna-se indispensável o balanço sobre a eficiência dos ministérios. Mais corajoso e patriótico seria reduzi-los a um número compatível com as necessidades; que não continuassem se prestando a dar abrigo a apadrinhados, acolher imposições e composições partidárias. O que é sabidamente difícil; todos percebem. Mas, então, passem a ser minimamente eficientes. Ou, pelo menos, que se expliquem. Por exemplo, a razão do recorde histórico de óbitos entre as populações indígenas, exatamente quando temos um ministério para cuidar delas, só delas, mais ninguém. Ou o que esperar do ministério da Pesca?, além das boas intenções em um litoral gigantesco. A máquina central é pesada e onerosa.
(Formar o primeiro escalão, com tão importantes responsabilidades, não é para principiantes, e o presidente, preferindo não tocar no assunto, sabe perfeitamente de detalhes domésticos que complicam. Está nesse caso o ministério das Comunicações, onde tem sido fácil atribuir ao titular, Paulo Pimenta, culpas que não são dele, mas resultado de um conjunto de outros fatores, como os descuidos que Lula pratica com as palavras, além de interferências descabidas na pasta, como as atribuídas à primeira-dama Janja. Se o governo erra, imita certos reis da Antiguidade, e manda matar os que não arranjam desculpas convincentes e melhores versões para discursos errados ou justificar coisas mal feitas...).
Um desafio a mais está em preparar o país para suportar provocações que virão de um mundo que também aguarda dias quentes. Nele nem é possível ignorar que, espalhados por aí afora, estão grandes investidores desconfiados, que começaram a ver o Brasil sob reservas, depois de o dólar trabalhar para a desvalorização recorde da nossa moeda. Além de outros problemas, com os quais teremos de conviver. Muitos. Para não se falar na novidade Donald Trump, que chega dia 20 ao poder em Washington, e das consequências de seu temperamento não teremos como escapar.
Não se sabe qual o destino que a pretendida reforma guarda para o Itamaraty, que passou 2024 alternando ações entre o chanceler e a interferência de um assessor especial do presidente para assuntos diplomáticos, o que nos ajudou a tropeça na aventura venezuelana.
Há, pois, muito a fazer na montagem da nova equipe. Ideal seria o presidente privilegiar os mais altos interesses do país.