quinta-feira, 13 de março de 2025

 



14 março 2025

SEM CRÉDITO
Sempre se soube que, se levada a sério, a maioria dos municípios tem impedimento para contrair financiamento junto a fontes estatais. O que não se sabia é que o quadro em Minas fosse tão trágico. A Secretaria do Tesouro Nacional acaba de informar que das 853 prefeituras mineiras apenas sete têm condições de assumir a responsabilidade de empréstimos, sejam quais forem os objetivos e aplicações pretendidas. Esses sete municípios são Belo Horizonte, Contagem, Alvorada de Minas, Divisa Alegre, Silveirânia, Itutinga e São Bento do Abade. A se cumprir o veto, o Estado corre o risco de não ter obras públicas no interior, porque, entre os maiores, os financiamentos estarão disponíveis apenas para Belo Horizonte e Contagem, exatamente os que não precisão se valer do socorro.
Em Juiz de Fora, onde a prefeitura pede à Câmara autorização para contratar financiamento de R$ 660 milhões, os vereadores ainda não se posicionaram sobre o sinal vermelho que também nos atinge.
( O que mais afeta a saúde financeira das prefeituras mineiras é o excesso de gastos com o pessoal, em média 64.2%).

OS IMPOSTOS
O governo federal diz que tem feito esforço para zerar os impostos dos alimentos, mas pede ajuda dos governadores, que poderiam reduzir as tarifas como contribuição importante. Zema ouve e não acata. O governador mineiro é um dos principais opositores políticos da gestão de Lula.
Os governantes, ao fazerem política eleitoral, costumam desconfiar se os benefícios da isenção de impostos realmente contribuem para diminuir a inflação nos preços dos alimentos.

PARA MULHERES .
Uma série de eventos, programados pela Câmara Municipal, esticou a comemoração do Dia Internacional da Mulher, com o tema “Mulher e seus múltiplos desafios”. O ciclo de palestras termina no dia 20, com a entrega da Menção Honrosa Vera Faria, na qual 19 personalidades femininas contribuíram para o desenvolvimento de Juiz de Fora serão homenageadas. Vera Faria, que empresta o nome à menção, foi a primeira mulher eleita vereadora na cidade.

UM GRAVE EXCESSO
Tomamos matéria do “Jornal do Brasil”, de terça-feira, sobre os males do excesso de partidos políticos no país. Vale repetir um trecho:
“Os governos, principalmente a partir da dupla gestão de Fernando Henrique, padecem dos efeitos da confusão de partidos, nefasta à política nacional, porque, à cata de votos nas comissões e nos plenários, sempre escassos, os presidentes e seus ministros veem-se obrigados a celebrar concessões, muitas vezes distantes do zelo republicano. Hoje, as duas casas legislativas convivem com algumas dezenas deles, não raro hábeis em criar submissões. À primeira vista, estranhável que a Presidência da República nunca tenha se valido de seus poderes para forçar o enxugamento da organização partidária do país, descaso que talvez se explique pela via de uma experiência objetiva: como são numerosas as legendas no Congresso Nacional, sempre com reivindicações imediatas, fica mais fácil negociar os votos indispensáveis. Acaba custando caro esse balcão de negócios, mas, se o Executivo precisa, o remédio é ceder na hora em que as cólicas apertam. Lula é vítima desses conluios, mas nem por isso animou-se a um plano de enxugamento. Tornou-se exemplo para confirmar que poderosa carga das mazelas política nasce dessa danosa proliferação. Um excesso de siglas que faz mal”.

SEM BONITEZA
Serviços imundos, emporcalhados, sem cuidados têm dois exemplos em Juiz de Fora: os restos de fiação que as telefônicas deixam pendurados nos postes, e a reposição de pedras portuguesas nas calçadas. Em ambos os casos, sempre um perigo para os pedestres. Quanto à boniteza, nem se fala.

COM DEISI
Presente na posse de Deisi Hoffmann na coordenação da política do governo, a deputada federal Ana Pimentel, que foi eleita aqui com o apoio da prefeita. De secretária municipal de Saúde, os tempos da pandemia deram visibilidade a ela. Tornou-se deputada eleita em 2022 com boa votação. Seu mandato é praticamente uma continuidade do da ex-deputada Margarida. Em 2026 Ana pode tentar a reeleição, e novamente contando com o apoio da prefeita.


SEM MUDANÇAS
O MDB, que tem história em Juiz de Fora, vai reconduzir, no sábado, sua executiva municipal, liderada por João César Novais. O partido ressurgiu na eleição municipal do ano passado, ao filiar quatro vereadores, e conseguir a reeleição de Marlon Siqueira e João Wagner. Outro feito foi refiliar o ex-prefeito Tarcísio Delgado e seu filho Júlio, este candidato a prefeito, sem êxito eleitoral.
Até há pouco tempo, era o partido que conseguia eleger mais prefeitos em todo o território nacional, recentemente superado pelo PSD de Gilberto Kassab. Em Minas, com a morte do ex-governador Newton Cardoso, fechou-se o ciclo dos principais líderes. O legado fica aos cuidados do deputado Newton Cardoso Filho, que comanda o diretório estadual, já sonhou em concorrer ao governo de Minas, mas não teve condições eleitorais para a empreitada.
Em 2026 o MDB não terá em seus quadros atuais alguém com potencial para disputar o governo estadual ou federal, o que não impede que tenha candidato razoável, se filiar algum político emergente.

TOQUE FEMININO
As mulheres mineiras vão ampliando presença na cúpula do poder Judiciário: ministra Cármen Lúcia (STF) e agora a ministra Maria Elizabeth (STM). Note-se que são únicas mulheres nas respectivas cortes.
Cármen foi presidente do STF (2016) e do TSE (2012). Maria Elizabeth é a primeira presidente eleita no Tribunal Militar, além de ter sido a primeira a ocupar o cargo de forma interina, liderando o tribunal por nove meses, de junho de 2014 a março de 2015, após a aposentadoria compulsória do então presidente, Raymundo Cerqueira Filho.
Cármen é sempre lembrada para ocupar cargo em cortes internacionais, por indicação do estado brasileiro. Se abdicasse, neste momento, a corte ficaria sem a única mulher nesta instância. Motivo para ficar.

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