/ / DIÁRIO DA CIDADE / / Wilson e Gabriel Cid
Jornalista e universitário, Juiz de Fora, MG, Brasil
terça-feira, 5 de agosto de 2025
terça-feira, 29 de julho de 2025
terça-feira, 22 de julho de 2025
sexta-feira, 18 de julho de 2025
A Pauta É Política
18 julho 2025
PRECIPITAÇÃO
Pelo menos em um detalhe é possível reconhecer razão no senador Rodrigo Pacheco, virtual candidato a governador de Minas, segundo a preferência do grupo mais chegada ao presidente Lula. Ele acha que a antecipação do processo eleitoral é prejudicial aos interesses do país. É verdade. Tome-se por base o comportamento das bancadas de oposição e situacionista no Congresso, onde todas as ações são orientadas em função de esquemas que estão de olho em 2026. Os projetos em tramitação, quanto mais importantes, mais dependentes dos esquemas da próxima eleição.
AS QUEIXAS
Quando se está sob fogo cruzado, é conveniente não disparar contra o inimigo argumentos que ele pode transformar numa espécie de bumerangue. Devolvê-los do jeito como os recebeu. Convém o governo deixar para mais tarde a queixa de que estamos sendo vítimas do intervencionismo, ofendidos na soberania, se lembrarmos que, há pouco, Lula desembarcou feroz em Buenos Aires, desafiou a Justiça e o governo argentinos, festejando a ex-presidente Cristina Kirchner, humilhada com tornozeleira, condenada por corrupção deslavada. E abriu campanha internacional para inocentá-la. Antes, como se reinaugurasse, sem cerimônia, o sinédrio de Jerusalém, condenou e crucificou os judeus por culpa de genocídio, o que lhe valeu o desconforto de ser tratado como persona non grata em Israel. Para não se falar na mais nova chegada a Moscou, onde não teve como negar simpatia à Rússia invasora contra a Ucrânia invadida. Melhor não tratar desse assunto; por ora.
GENEROSIDADE
O governador Romeu Zema não perde oportunidade para elaborar queixas quanto ao estado financeiro deplorável que herdou do PT, gestão Fernando Pimentel. Queixa-se com razão. Mas, se contradiz, quando leva o Estado a cometer a generosidade das renúncias fiscais, que andam pela casa dos R$ 25 bilhões, em favorecimento de empresas. Essas renúncias também constituem um dos escândalos na área do governo federal. Em Minas, o prejuízo ficará em torno de 18% da Lei de Meios.
OS SENADORES
Em 2016 serão renovadas 54 das 81 cadeiras do Senado Federal. Projetando conquistar uma boa parcela delas, a direita procura armar-se, desejando não apenas obter maioria, mas com uma expressão consagradora. Para os bolsonaristas isso seria muito bom, como passo concreto para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em véspera de ser condenado, sob acusação de tramar golpe de estado.
OS SENADORES (II)
Afora isso, há algum exagero na avaliação de lideranças políticas ao julgar estarem as eleições parlamentares do próximo ano credenciadas a um papel mais importante que a própria eleição do presidente da República. Avaliação igualmente atribuída ao ex Bolsonaro, desde agora empenhado em garantir cadeira no Senado para três de seus filhos, o que, a se confirmar nas urnas, seria realmente um passo para cuidar da derrubada da inelegibilidade do pai, castigo determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mas, para quem espera que a eleição de congressistas passe à frente, convém não esquecer que um presidente, por mais desgastado e enfraquecido que seja, ainda é quem governa, nomeia e demite. Não devemos nos esquecer que foram por terra as tentativas plebiscitárias de enfraquecê-lo.
CONSTITUCIONAL?
Tarefa dos serviços jurídicos da prefeitura, na atualidade, é, contrariando posição do empresariado, provar que não há ofensa a princípios constitucionais na criação de um fundo municipal de transportes, mantido por empresas com mais de 10 empregados, como forma de financiamento do serviço de ônibus urbanos, que passaria a ser gratuito. O assunto é predominante nas reuniões de entidades da indústria e comércio.
terça-feira, 15 de julho de 2025
terça-feira, 8 de julho de 2025
quinta-feira, 3 de julho de 2025
A Pauta é Política
4 julho 2025
PRESSA COM 2026
A recente derrota do governo na Câmara dos Deputados, quando tentava abiscoitar R$ 20 bi do Imposto sobre Operações Financeiras, serviu para expor, mais do que já estava exposta, a intenção de lideranças partidárias de antecipar a discussão do processo sucessório de 2026. Derrotando a intenção do presidente Lula, os parlamentares revelaram que ele e seu governo têm de rever as bases de alianças e dos acordos para a tramitação de projetos de interesse maior. Isso ficou ainda mais claro quando a votação do IOF mostrou que os próprios partidos da base foram os primeiros e se insurgir, desafiaram o governo, mesmo tendo ministérios e centenas de cargos no primeiro e segundo escalões federais.
Os partidos querem deixar claro, com a devida antecedência, que a candidatura de Lula a um quarto mandato não vai correr em águas mansas, como deseja. O recado parece ir, por extensão, para o ministro Haddad, certamente o candidato do PT à presidência, caso a prioridade de Lula não se sustente.
HADDAD NO ALVO
Ainda sobre a derrota do IOF: sentindo a fragilidade do diálogo com o Executivo, o Congresso ampliou as maldades, fazendo uma espécie de pique-esconde com o ministro da Fazenda, que, incansável, transitou por plenários e engoliu jantares, tentando vender a ideia de que a um país, tão machucado pela maior carga tributária do mundo, a breve sangria sobre os ricos não seria tão dolorosa, como, à primeira vista, se possa imaginar. Mesmo sentindo a derrota inevitável, o ministro Haddad, como ferreiro, insistiu, passou dias e noites martelando no ferro frio da bigorna que os deputados haviam preparado. Honrou o sangue. A propósito, a palavra haddad, em árabe, significa ferreiro.
ESTILO DE ZEMA
O governador Zema age, no exercício de sua gestão, como um político ultraliberal, concede vultuosas isenções fiscais para empresários (questionadas pelo Tribunal de Contas), não concede reajustes salariais equivalentes à inflação do período, e pretende privatizar as estatais mineiras. Deve ser a plataforma política de possível candidato à Presidência da República, que pretende apresentar ao eleitorado.
Para uma parcela de eleitores ele é detestado, mas para uma parcela maior, conforme pesquisas recentes, seu governo é muito bem avaliado. Aliás, quase todos os governadores dos estados são bem avaliados nas pesquisas de opinião, com exceção de Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, considerado regular. A avaliação positiva contrasta com avaliação negativa do governa federal, segundo o mesmo instituto de pesquisas de opinião. Será por quê?
ARDIL DE PACHECO
O senador Rodrigo Pacheco dá sinais de que ser candidato ao governo de Minas pode não estar entre suas opções para 2026. Talvez um ardil de político mineiro, ou o desejo de seu grupo político de tentar a reeleição para o Senado.
Dizia Leonel Brizola: quando político esconde o jogo, “está costeando o alambrado", metáfora que compara essa ação à de um animal que se aproxima da cerca do terreno, indicando que está prestes a pular para o outro lado...
FIOS SOLTOS
Vereadores de Belo Horizonte já discutem projeto para punir empresas que trabalham nas ruas com fiações, tanto de energia como telefonia, e, displicentes, quando terminam os serviços deixam restos de fios pendurados, prejudicam pedestres. Queixam-se, talvez sem saber que em Juiz de Fora esse problema é pior, mais grave, mais desafiador. Aqui, como não se toma providência, na Câmara a explicação é que já existe lei municipal para combater o mal. Mas, se existe, por que não aplicá-la?
RARA DISCUSSÃO
Concessão de título de Cidadania Honorária é assunto que sempre passa em águas mansas pelos vereadores. Nunca discutem, muito menos se insurgem quanto ao mérito das proposituras. Aprovam a homenagem, mas não tomam conhecimento da solenidade de entrega dos diplomas. Agora, fato raro, a bancada do PT busca apoio no regimento da Casa, para impedir que se conceda a homenagem ao deputado Nikolas Ferreira, do PL. O projeto é da vereadora bolsonarista Roberta Lopes, também do PL
Os petistas reagem a um deputado totalmente hostil ao presidente Lula. Ao contrário, Nikolas é simpático a milhares. Basta lembrar que, na última eleição, teve 29.404 votos em Juiz de Fora, batendo quase todos os candidatos locais.