domingo, 17 de junho de 2012

As expectativas

Para confirmar nota da coluna divulgada na semana passada, ficou para hoje, em Belo Horizonte, a reunião dos dirigentes dos partidos políticos que integram a base de apoio ao governador Anastasia . E, diante deles, uma questão importante para ser avaliada: como anda a campanha dos candidatos do PSDB e seus aliados nos 50 mais importantes municípios mineiros? A reunião será comandada pelo deputado Marcus Pestana, que, na qualidade de presidente dos tucanos mineiros, por isso mesmo deverá ser o primeiro a falar. E falar sobre as expectativas em Juiz de Fora em relação à candidatura de Custódio Mattos.
Segundo turno
Em tempo de avaliações, quando estamos a cem dias das eleições, parece haver, desde já, um ponto de convergência na opinião dos políticos:o eleitorado de Juiz de Fora não escapa de votar no segundo turno para decidir quem será o prefeito a partir de 1º de janeiro. Talvez a disputa pudesse ser decidida num primeiro turno, facilitada pela radicalização, natural quando apenas dois disputam. Uma segunda rodada é o que se ficou devendo ao surgimento de uma terceira candidatura, a de Bruno Siqueira.
Fora da tela
Removeu-se um problema quanto à propaganda dos candidatos a prefeito nos municípios com mais de 20 mil eleitores. O Tribunal Superior Eleitoral estabeleceu que eles não terão direito a propaganda gratuita nas emissoras de televisão com geradoras nos municípios maiores e mais próximos. Já havia Resolução que lhes garantia o direito, mas o Tribunal não viu a forma de aplicá-la. Considerados os candidatos da região que seriam beneficiados, dependendo de confirmação pelo TRE, as geradoras de Juiz de Fora certamente teriam de inserir propaganda de candidatos de Ubá, Muriaé, Viçosa, Cataguases, Ponte Nova e Santos Dumont.
Triste e real
Por mais que os eleitores tenham marcado progressos na sua capacidade de avaliação dos candidatos, milhares deles ainda são, ao mesmo tempo, agentes e vítimas dos obséquios, como diria Victor Nunes Leal, em seu “Coronelismo, Enxada e Voto”, citado, há dias, pelo professor Gaudêncio Torquato: “Arranjar e prometer emprego, emprestar dinheiro, influenciar jurados, providenciar médico ou hospital, dar pousada e refeição, batizar filho o apadrinhar casamento, compor desavenças, proteger indicados na administração, enfim uma infinidade de préstimos pessoais”.
Caixa apertado
Depois de constatar e conferir irregularidades na prestação de contas da campanha de 2008, o Tribunal Regional Eleitoral determinou que estejam fora das cotas do Fundo Partidário o PMDB, PCB e PRP. Para pequenos partidos o castigo não traz problemas maiores, porque suas despesas são geralmente modestas. Diferentemente do PMDB, que tem uma estrutura cara. O dinheiro do Fundo faz falta.
Alto prestígio
Como têm sido fartos os títulos de cidadania honorária, benemerência e menções honrosas (sé neste mês a Redação recebeu mais de trinta convites para essas solenidades), a Câmara podia inovar, como forma de prestigiar homenageados e evitar as cadeiras vazias. Seria uma sessão conjunta, com mais calor e entusiasmo, economizando-se tempo e discursos. Os vereadores, que têm feito dessas solenidades uma forma de ganhar votos, nada perderiam .
Legião de Outubro
No começo da década de 30 do século passado, o destino político brasileiro vivia uma fase de agitação e insegurança, por causa da ação dos grupos que pretendiam ter influência no governo discricionário de Vargas. Remanescentes do tenentismo procuravam se infiltrar e se faziam representar, ideologicamente, pelo chamado Clube 3 de Outubro. Para fazer frente a esse grupo, o jurista Francisco Campos, famoso homem da fórmula “democrática” do Estado Novo e do Ato Institucional do golpe de 64, veio a Juiz de Fora, logo após assumir o Ministério da Educação e Saúde, e lançou, em praça pública, com os integralistas e simpatizantes do fascismo, a chamada Legião de Outubro. A cidade sempre teve um forte reduto integralista.
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

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