sexta-feira, 4 de novembro de 2016






Ainda a lição
 

Diante da tentação dos políticos em esquecer logo as verdadeiras lições deixadas pelas urnas do domingo passado,  é preciso cobrar dos partidos a avaliação séria e objetiva do que os eleitores disseram ou quiseram mostrar com o voto ou com sua ausência. Não é possível que se ignore a triste revelação: mais de uma quarta parte do eleitorado não tomou conhecimento do voto;  ou dele lançou mão apenas para registrá-lo como nulo ou deixá-lo em branco. O que isto quer dizer? Nada mais nada menos que o grave descontentamento com os políticos, com a oligarquia que  construíram e com os métodos por eles empregados para exercer o poder.
   
O eleitor, grande parte dele, cansou-se de desempenhar o papel de trampolim para o enriquecimento fácil  e rápido de quem quer colocar a política a serviço de interesses pessoais. Ora, na boa política não há espaço para interesses pessoais. Cada eleição que passa, o descontentamento se acentua. Não há mais como esconder o sol com a peneira.

Objetivamente, o que melhor se espera das lideranças é a adoção do parlamentarismo, que pode não ser a varinha mágica que acaba com todas mazelas,mas tem tudo para melhorar bem os hábitos do lidar com a política. E que seja uma solução didaticamente explicada à sociedade, que ainda mantém certa fé nos grandes chefes, nos presidentes e nos reis.  Antes de tudo, o  Gabinete não pode ser um remédio para as dores e os defeitos do presidencialismo; que não seja instrumento de revanchismo, como ocorreu em 1963, e deu no que deu.





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