terça-feira, 27 de junho de 2017







À beira do abismo


A situação do presidente Michel Temer atingiu seu ponto crítico, mais alto, porque o volume dos problemas que o cercam é agora de tal ordem e de tal volume, que escasseiam os recursos de defesa. No Congresso Nacional, a despeito de ter ele construído ali um modelo de diálogo altamente proveitoso, percebe-se que as defecções na base aumentam na medida em que os parlamentares se preocupam em não arriscar prestígio na defesa de um governo que desce o morro.  Ainda assim, é no Congresso que o governo pode lançar uma última cartada.

Mas, ainda que se aceite posição favorável para Temer junto a deputados e senadores, cabe indagar se esse apoio momentâneo, em momento crítico, se estenderia amplamente, no depois, para garantir a governabilidade. Temer escapa. Mas escapa o resto de seu mandato? É no mínimo duvidoso.

O ministério, como está ou como sobreviver, terá fôlego para se manter?

Sobre o Supremo, onde vão bater os pedidos de condenação do presidente. Talvez Temer possa contar ali com postura semelhante àquela que o Tribunal Superior Eleitoral mostrou com o voto de minerva do ministro Gilmar Mendes, no julgamento da chapa Dilma-Temer. Naquela hora não se julgou o conjunto das provas condenatórias; o que se decidiu foi evitar uma nova crise resultante do afastamento do presidente. Afastar um presidente é remédio sempre amargo e nauseante. Talvez os ministros pensem nisso, e seja preferível tolerar a crise de hoje para evitar uma crise ainda mais sensível em agosto. O mês aziago na política.






Um comentário:

  1. espetacular! muito prudente e mostrar que JUIZ DE FORA TEM JORNALISTAS DE 1ª LINHA!!!

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