sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020




Eleição em JF

Neste ano os eleitores vão participar de mais um processo de escolha dos 19 vereadores à Câmara Municipal de Juiz de Fora, do prefeito e do vice-prefeito, no dia 4 de outubro. A campanha eleitoral propriamente dita começa na segunda quinzena de agosto. O período é curto. Mas os pré-candidatos já fazem seus contatos com o público de forma dissimulada, de forma que a Justiça Eleitoral não os alcance, por campanha fora do calendário eleitoral. Na eleição de 2016 para prefeito, no primeiro turno, 79,96% dos eleitores da cidade compareceram às urnas, entre o total de votos válidos (265.837); 11,08% (35.029) foram nulos e 4,85% (15.325) foram brancos.
O procedimento de coleta das impressões digitais, foto e assinatura digital do eleitor, para que ele passe a ser identificado a partir dessas características no cadastro eleitoral e nas eleições (cadastro biométrico) organizado pelo T R E-MG, está caminhando para o seu final. A previsão de atingimento de eleitores cadastrados é de, aproximadamente, 80% da estimativa, com base no cadastro anterior. Ora, tem-se uma coincidência com o comparecimento na última eleição. Pode ser que a abstenção anterior era devido ao cadastro desatualizado, onde constavam nomes de eleitores falecidos, ou dos desobrigados de participar, dos que mudaram de cidade etc. Agora teremos uma abstenção mais consentânea com a realidade.
Considerando-se as informações anteriormente citadas deveremos ter um comparecimento de eleitores semelhante ao de 2016, em torno de 320 mil eleitores; e os votos válidos em torno de 280 mil, subtraindo-se os votos brancos e nulos. Isto é válido tanto para prefeito quanto para vereador, em se tratando de estimativas. Na teoria é isto, mas pode haver surpresas.
Então, o quociente eleitoral necessário para o partido conseguir uma cadeira na Câmara Municipal pode ser estimado em torno de 15 mil votos. Dificilmente a eleição resultará em bancadas de quatro vereadores eleitos do mesmo partido (como ocorreu em 2016), pois a previsão é de uma pulverização de siglas partidárias representadas no legislativo municipal. E ninguém poderá ser eleito com menos de 10% do quociente eleitoral, estimando-se em uma votação individual necessária superior a 1.500 votos, mesmo que o partido faça o quociente eleitoral.
A expectativa é de uma evolução na forma de fazer campanha eleitoral com a apresentação pelos candidatos à prefeitura de planos de governo realistas, com base em diagnósticos corretos da realidade de Juiz de Fora, e como (se for eleito ) irá administrar a cidade com tanta escassez de recursos no município e nas demais esferas de governo.


Para compensar


A deputada Clarissa Garotinho (PROS-RJ) diz-se empenhada na tarefa de conseguir emplacar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa a reparar o estado do Rio de Janeiro pela perda da capital da República para Brasília, ocorrida em 1960. Trata-se de compensar as perdas desde a transferência da sede administrativa da União, o que significa cerca de R$ 70 bi. A PEC já teve apoio de 304 parlamentares. Clarissa afirma que "Brasília recebe um fundo constitucional, que vem do governo federal, de R$ 14 bilhões por ano. A PEC prevê a divisão desse fundo constitucional de Brasília, o que garantiria ao Rio R$ 70 bilhões por 10 anos".
O Rio sempre teve esse direito, o que não significa que conquistá-lo seja fácil.
Recorda-se que a mesma preocupação da deputada povoou a imaginação de algumas lideranças de Juiz de Fora, quando a capital se transferiu para o Planalto Central. Acidade acabara de perder a ilustre vizinhança, com a qual mantivera estreita ligação desde os tempos imperiais. Antes, como parte de um esvaziamento progressivo, ainda no governo JK, com a Rio-Bahia havíamos perdido o papel de principal empório para abastecimento do Nordeste.
Nada de compensações.





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