terça-feira, 25 de agosto de 2020

 




Um governo militar


O atual governo é um governo militar. Não há dúvidas. Aliás, as evidências estão demonstradas nos fatos. É visível a presença de generais do Exército (da reserva e da ativa) na titularidade de ministérios e demais cargos importantes do primeiro escalão.

Já surgem questionamentos no Congresso sobre esse aparelhamento da administração pública federal pelos militares (do Exército principalmente ) e das outras armadas.


Outro fato registrado na imprensa é o incremento de recursos no orçamento do Ministério da Defesa. E já em 2019, quando se aprovou a reforma da Previdência, os militares ficaram fora das novas regras, consideradas pelos sindicalistas como retirada de direitos dos trabalhadores. E, pelo que se verificou, os militares conquistaram um novo plano de carreiras, com a melhoria do soldo.


As análises consignadas nas crônicas políticas dos principais periódicos são de que o presidente Bolsonaro privilegia esse segmento na expectativa de dar sustentação ao governo dele, quando isso for necessário. E os militares aproveitam a oportunidade histórica para conquistas corporativas, e um maior aporte de recursos orçamentários para os projetos das Forças Armadas.


Outro detalhe que fica suficientemente claro está no aumento em 48% das doações que elas terão no Orçamento de 2021. Com isto, pode-se antever que o segmento militar estará apostando tudo em mais um mandato para o presidente nas eleições presidenciais de 2022.



Código na berlinda


São tantas as divergências, que o Senado se viu obrigado a tirar de pauta o projeto de lei que pretende introduzir mudanças no texto do Código Nacional de Trânsito, com a promessa de unir as ideias, de forma que se aproximem do consenso. Aliás, para comprovar as divergências nem é preciso ir no texto, pois a retirada da matéria se deu por um escore apertado - 39 a 31.


É preciso reagir a certas propostas que não têm cabimento. Como, por exemplo, reduzir a punição ao motorista, nos casos em que pratica excesso de velocidade; o excesso que é mais grave entre todos. E os senadores não ignoram que temos um país onde é precaríssima a conservação das estradas. E o projeto não pode desconhecer o óbvio : qualquer excesso não põe em risco apenas a de quem dirige; também a vida de quem nada tem a ver com a imprudência.


Em todo o mundo o legislador quer pesar mais a responsabilidade de quem está ao volante. Aqui é o contrário.


Outro ponto do projeto que ajuda a aumentar as dúvidas esbarra no absurdo: quer a lei mais tolerante com as infrações do condutor que estiver em atividade remunerada. Motoristas de ônibus ou carretas, quando se transformam em assassinos, poderiam cometer absurdos, que teriam a lei generosa para tirá-los da cadeia.



O risco da normalidade



Entre prosseguir na liberação das atividades sociais e econômicas, na expectativa de uma trégua da parte da Covid 19, balança a decisão dos responsáveis pela política sanitária. Com uma certa tendência a restringir as liberalidades, por duas razões que fazem sentido. A primeira é que a propagação do vírus ainda não ofereceu sinais confiáveis de que está se preparando para a despedida. Tomando-se por base as principais cidades, o melhor que a pandemia oferece é que têm se estabilizando os níveis de agravamento. Não pioram nem melhoram; mas ficam as dúvidas.


O outro ponto – este também contribuindo para temer a retomada de alguma normalidade - é que boa parte da população (e a gente nunca sabe suficientemente se é desinformada ou irresponsável ) acha que qualquer concessão, a menor que seja, dá direito a festa: as ruas se enchem, os bares levantam as portas e prosperam as reuniões dispensáveis.


Tem sido assim em qualquer parte do Brasil. Desafiamos o vírus, que já matou 130 mil, provando que não e uma gripezinha qualquer.


Diante de tal cenário, conclui-se que, por mais que se deseja a volta da vida à normalidade, um passo nesse sentido é sempre uma temeridade.




Dúvidas é que não faltam


Com menos de três meses para o município eleger seu novo prefeito, as dúvidas que cercam o eleitorado são muitas. A primeira é saber exatamente quem vai disputar e quantos serão eles. Sendo poucos ou sendo muitos, como se tem propalado, quais os partidos que assumirão a responsabilidade de apresentá-los?.


Ora, se não sabemos quem será, muito menos as propostas que o eleitorado terá para julgar. E esses candidatos talvez não tenham como informar de onde pretendem arrancar somas fabulosas para cobrir as necessidades, que são muitas e vão se avolumando.


Outra indagação - esta suficiente para alterar o destino da prefeitura – é se nessa disputa teremos o concurso do presidente da República e do governador do Estado, que seriam grandes cabos eleitorais. O pleito municipal pode ter seu destino alterado com a participação de um dos dois, ou dos dois.


Sobram dúvidas para os próprios eleitores. Alguns - ou muitos – continuam alegando que não vale a pena votar. Outros estão inseguros quanto a isso. Nem falta quem estenda suas inseguranças para a pandemia. Seria ela uma razão para permanecer em casa, e deixar que os outros decidam o futuro de Juiz de Fora? Dúvidas e mais dúvidas.



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