quarta-feira, 1 de março de 2023

 

Eleições 2024 em pauta (VIII)


1 - Duas obras urbanas, nos últimos 50 anos, não puderam ser contestadas ou sujeitas a reformas. A nova Avenida Rio Branco, de Mello Reis, e o calçadão da Rua Halfeld, executado na curta gestão do prefeito Saulo Pinto Moreira, sepultado anteontem. Mais longevo entre os ex-prefeitos mineiros, aproximava-se dos 101 anos. Médico, Saulo entrou na política em 1972 com vice-prefeito na chapa de Itamar Franco, com 42.066 votos. Conta-se, sem desmentido dele, que, estando Itamar na Presidência da República, só aceitou ser ministro da Saúde por imposição de uma amizade fraternal. Desafeito a formalidades, diariamente dizia ao presidente que gostaria de ser substituído.


2  O senador mineiro do PSC Cleiton Gontijo de Azevedo (Cleitinho) recebe pressão de bases da direita para elaborar a PEC do voto impresso, já com vistas às eleições municipais de 2024. Os militantes direitistas, acreditando que as eleições podem ser fraudadas, clamam por essa mudança.


3 - A direita está mais forte agora, mesmo com o incidente de 8 de janeiro, segundo avaliam políticos do PL (partido que elegeu a maior bancada em 2022). Nas eleições municipais de 2020 os bolsonaristas não foram bem nas capitais, pois havia a pandemia, e a condução do governo estava sob fogo cruzado na imprensa.


4 - À frente dos mineiros, os paulistanos pensam, com antecedência de 20 meses, na eleição do futuro perfeito da cidade. Psol e PSC já disputariam o primeiro lugar numa pesquisa que hoje nada significa. Mas serve para mostrar o inconveniente de eleições de dois em dois anos. O país nunca desce do palanque.


5 - A Câmara Municipal autorizou a prefeitura a contrair empréstimo de R$420 milhões para obras pontuais contra enchentes. É operação financeira junto ao Banco Latino-Americano de Desenvolvimento, com projetos destinados aos bairros Santa Luzia, Industrial, Mariano Procópio e Democrata, além de intervenções menores no Granbery e nas ruas Cesário Alvim e Luiz Fávero.


6- No período pré-eleitoral a dimensão do que poderá ser realizado em obras faz parte do cálculo eleitoral dos vereadores, desejosos de sua própria reeleição. Querem ser copartícipes dos dividendos políticos junto à prefeita. Atentos observadores acham que os vereadores favoráveis ao empréstimo agiram de afogadilho. Talvez temeram a acusação de descompromisso com as vítimas dos desastres climáticos.


7 - Já a população espera que as obras realmente sejam eficazes. A expectativa dos críticos ao projeto é a atenta fiscalização da Câmara sobre o grande empreendimento, que vai gerar volumoso endividamento para o município. Os eleitores sabem que o projeto é realmente necessário, e desejam que haja sucesso, mas o Legislativo é corresponsável pelo efetivo resultado das obras.


8 – Ao encerrar, fevereiro já teve pesquisa do Paraná Pesquisas publicada para a prefeitura de São Paulo (a mais cobiçada do país pelos partidos). Essa primeira aferição demonstra que nomes conhecidos na cena política são lembrados pelos entrevistados.


Caso fosse feita uma pesquisa eleitoral para PJF o primeiro nome a ser lembrado, certamente, seria o da prefeita Margarida. Mas outros não seriam mais cogitados, pois já declinaram da possibilidade de concorrer: Wilson da Rezato e deputada Sheila Oliveira.



Na década de 30, quando Getúlio Vargas, preocupado com o “industrialismo político”, inventou a bancada classista na Assembleia Nacional Constituinte, da qual participariam 11 mineiros, o único de Juiz de Fora a ser contemplado foi Alberto Surek. Tenentista ativista, credenciou-se como organizador do I Congresso Sindical Proletário, em outubro de 1933. Na cidade, foi um dos fundadores do Sindicato dos Bancários. Era um dos propagandistas da ideia do bicameralismo.



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