sexta-feira, 17 de outubro de 2025

 A Pauta é Política

17 outubro 2025

VEREADORES

Vereadores à Câmara Municipal preparam-se para as eleições de 2026. Um terço da composição do Legislativo será candidato a deputado federal ou estadual. Há quem considere a possível candidatura do presidente da Câmara, vereador José Márcio Garotinho, a uma vaga na Assembleia Legislativa.
Nem todos os vereadores têm acesso aos caciques partidários para conseguir vaga e disputar o apoio financeiro do fundo de financiamento eleitoral. Alguns até conseguem a vaga, mas não os recursos, forçados a captá-los em campanha com doações de apoiadores. Mas, mesmo assim, se entram na disputa, é vantajoso, pois já fazem pré-campanha para 2028, quando ocorrerão as eleições municipais. A vantagem é para aquele que vai disputar tendo apoio financeiro do fundo.
Por falar em fundo eleitoral, há uma proposta na Câmara dos Deputados de reservar cerca de 5 bilhões do orçamento da União de 2026 para o financiamento público eleitoral. Proposta considerada indecorosa por boa parte dos observadores políticos. Afinal, para garantir esse escândalo é preciso promover cortes em recursos para as políticas sociais.

DESEMBARQUE

Notícia que surpreendeu os políticos na semana passada, ainda não totalmente digerida, deu conta de que o ex-deputado Eduardo Cunha, uma das mais complicadas biografias da Lava Jato, escolheu Minas, e depois Juiz de Fora, para retomar a vida política. Já desembarcou aqui para os primeiros contatos. Teria estado com Alberto Bejani. Se ambos não dispõem de votos, não se sabe o que Cunha pode esperar do ex-prefeito, e o ex-prefeito esperar dele. Em Leopoldina, Cunha já tem negócios comerciais.

CARGO ALUGADO

A construção de uma bancada governista no Congresso, aritmeticamente suficiente para facilitar tramitações, continua levando a implicações e complicações: a oferta de cargos em troca de votos, velho modelo de barganhas, não raro, resulta em desacertos. Costuma que, na contingência do desenlace, todos saiam chamuscados, como no recente episódio envolvendo os ministros Celso Sabino, do Turismo, e André Fufuca, dos Esportes, quando os partidos fizeram soar a campainha, dão por terminada a temporada de apoio ao governo Lula, exigem que os ministros renunciem, e os colocaram sob ameaça de expulsão. Sob esse clima, a pasta confiada a Sabino ganhou maior expressão no presente momento, em que se ultimam preparativos para a Cop30, em novembro. O encontro terá enfoque nas políticas climáticas, traz ao Brasil centenas de autoridades e especialistas, que, trabalhando ou não, serão ilustres visitantes e turistas, algo que guindou o titular a uma linha de responsabilidades no êxito do evento. Não é de hoje: afeiçoados aos cargos, neles projetando aspirações eleitorais imediatas, os que se hospedam no primeiro escalão resistem em cumprir ordem partidária para entregar cadeiras, gavetas e mordomias.


O VICE DETONI

No domingo, dia 12, dedicado à padroeira do Brasil, estavam juntos o padre Pierre Maurício, o vice-prefeito Marcelo e o vereador Garotinho, presidente da Câmara. De helicóptero, sobrevoaram a cidade com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, pedindo bênçãos para todos os fiéis, para a cidade, para o país. É como descreveu o vereador.
Comentaram os observadores, nas rodas de conversa durante a semana, após o evento, que àquele episódio somaram-se outros, já registrados, onde a visibilidade do vice-prefeito é uma evidência de que há com ele um projeto político para futuro próximo. Na política, os símbolos no cenário revelam intenções. O vice, desde o início do mandato, em janeiro, tem se mostrado onipresente nos atos do governo municipal.

SUCESSÃO MINEIRA

Para as próximas eleições são conhecidas as preliminares, já agora. Sobre a disputa para governador há uma variedade de pré-candidatos. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) tanto pode ser candidato à reeleição como entrar na disputa pelo governo de Minas. O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) lidera as pesquisas para o governo estadual desde o início do ano. O Senador Rodrigo Pacheco (PSD), se quiser ser o candidato, com apoio de Lula, deverá ir para o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. E o vice-governador Mateus Simões (Novo), também pretendente ao Palácio Tiradentes, recebeu convite do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para se filiar ao partido, e ser o candidato. Agora, surge no conturbado cenário a filiação do ex-prefeito de BH Alexandre Kalil ao PDT com vistas à disputa do governo estadual. Caso as pré-candidaturas citadas se mantenham, teremos em Minas uma disputa acirrada, fora da polarização política nacional.


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