Havelange
Em abril ou maio de 1988, num
jantar em casa do ex-deputado José de Castro Ferreira, no Rio, fui apresentado
pelo anfitrião a João Havelange – Jean Maria Faustin Godofred Havelange, o legendário dirigente da CBF, que acaba de falecer aos 100 anos. Soube ele
que estava diante de alguém sem qualquer intimidade com o futebol, o que não
impediu um atrevimento do recém-apresentado. Sugeri a Havelange que
aproveitasse o seu poder de decisão e acabasse com essa infâmia chamada gol
contra.
Disse: “o gol contra é o momento
da mais alta humilhação do ser humano. O pobre diabo que acidentalmente o
acomete é execrado, condenado à morte estando vivo. Pior: amaldiçoado
pelos companheiros, recebe aplausos dos inimigos, para não se falar de sua
pobre mãe”...
Havelange limitou-se a rir.
Campanha
Nem bem iniciada, já a campanha
eleitoral inaugurada hoje sabe que vai se inscrever entre as mais pobres que o
País conheceu. As propostas e os projetos dos candidatos estão reduzidos
a 40 dias mais ou menos úteis. Muros, faixas, cartazes e festas musicais
promovidas pelos partidos estão fora. A propaganda eleitoral fica
reduzida às inserções na TV e no rádio. Predominam os minutos na telinha, que,
agora ainda mais valorizados, também valorizam os partidos nanicos, que
os vendem a peso de ouro.
Não é preciso acabar com os
nanicos, bastando que a legislação impeça que eles se transformem em gigantes
gulosos e vendilhões.
Antecipação
Não há embasamento, garantem os
juristas, para o Congresso acolher a proposta da presidente afastada, Dilma
Rousseff, de antecipar a eleição presidencial. Não há como colocar o
calendário eleitoral a serviço do revanchismo.
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