sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018







Carnaval e política


    Fernando Henrique Cardoso tem feito declarações de apoio a uma eventual candidatura de Luciano Huck à presidência da República. Ontem, ele afirmou à Folha de S.Paulo que o apresentador de TV tem “o estilo do PSDB”. Com esse comportamento o presidente de honra dos tucanos desonra o governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do partido.  Alckmin, que oficialmente é o plano A dos tucanos para a eleição presidencial, tenta minimizar a situação adversa: “Não me sinto sabotado”, disse o governador.

    O apresentador, jamais acusado de ser uma figura simpática, teria até o início de abril para se filiar a um partido político, se quiser concorrer ao Palácio do Planalto em  outubro. Huck já havia anunciado a desistência da campanha, em novembro do ano passado. Agora poderá retomar o projeto de candidato, estimulado por FHC.

    A experiência histórica mostra que desde a reintrodução das eleições diretas para presidente,em 1989, foram eleitos quatro pessoas para o cargo  (Collor, FHC, Lula e Dilma), e somente dois políticos terminaram o mandato. As habilidades para lidar com o Congresso Nacional são pré-requisitos necessários para os eleitos governarem. Seria bom relembrar isto aos postulantes ao maior cargo político do País.

    O lançamento de candidatos 'outsiders' (fora da política) pode significar uma carnavalização da política com ruins consequências para o Brasil. Ocorre a banalização daquilo que é sério, a profanação do rito democrático, e a inversão dos valores estabelecidos. Parece uma ironia grotesca de FHC com a conjuntura política brasileira. Logo você, Fernando?



Risco de acidentes 


    O advogado José Maria de Souza Ramos, que foi um dos organizadores da Associação dos Municípios do Vale do Paraibuna, elaborou amplo estudo sobre  acidentes de trânsito. Há dias, falou sobre o tema durante palestra no Rotary Club, para concluir que clubes de serviço e entidades comunitárias devem se mobilizar numa ampla campanha de conscientização dos motoristas.

    Os dados referentes baseiam-se, em particular, nas estatísticas obtidas na Zona da Mata. Mas a verdade é que aqui, como em qualquer outra parte, as tragédias e os prejuízos materiais resultam de imprudências e veículos não apropriados. Poucos motoristas sabem, segundo José  Maria, que os pneumáticos sem a devida calibragem concorrem para muitos acidentes nas rodovias.

    Outra causa comum de acidentes, de acordo com dados levantados, continua sendo, principalmente na zona urbana, o descuido em relação à distância quanto ao veículo anterior. Daí resultam 95% dos acidentes.

    O autor da exposição conclui que melhor, e antes de tudo, é a observância dos 80 quilômetros por hora. É meio caminho para evitar um acidente.



Fim de linha 


    Relator da reforma da Previdência Social na Câmara do Deputados, Arthur Maia (PPS-BA) apresentou, na quarta-feira, um novo texto sobre as mudanças das aposentadorias. A votação em plenário, que era para ocorrer dia 19, foi adiada para o fim do mês. A constatação é de que presidente Michel Temer não tem os 308 votos necessários para a aprovação. Dificilmente haverá a aprovação dessa proposta de emenda constitucional ainda neste ano.

    Parece que a equipe econômica já não conta mais com a aprovação da reforma. Diante de tal cenário, o governo deve focar em outros pontos de sua agenda, como a privatização da Eletrobras e a reforma tributária. É para manter o discurso reformista do Governo Temer, evitando-se o surgimento de um clima sombrio de final de governo de modo antecipado.

    A iminência das eleições e a falta de um forte candidato governista a presidente também dificultam a aprovação de agenda alternativa à reforma da Previdência. A campanha eleitoral subtrai de deputados e senadores a vontade política de votar medidas que possam desagradar aos eleitores.

    O que se vislumbra em Brasília é um fim melancólico do governo, que foi iniciado em 2015 com Dilma Rousseff, e em conclusão por Michel Temer. Para corroborar com essa situação de paralisia na agenda de reformas temos no calendário (no meio do ano) a Copa do Mundo, com a seleção brasileira gerando expectativa de boa performance no torneio, desviando o foco das atenções dos brasileiros.




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