segunda-feira, 22 de abril de 2019

Reforma em risco

Chegado de sua viagem a Israel, se tomou conhecimento do clima em que se desenvolveu a visita do ministro Paulo Guedes à Câmara dos Deputados, hoje à tarde, o presidente Bolsonaro deve ter percebido que a tramitação da reforma da Previdência pode se tornar mais acidentada do que se imagina. O bloco oposicionista, que se mostrou agressivo em relação ao visitante, sem que tenham faltado ofensas pessoais a ele, deixou claro que alguns pontos essenciais do projeto estão, desde já, condenados ao fracasso. É o caso, por exemplo, da alternativa da capitalização, que gera suspeita de se tornar mais um instrumento de enriquecimento dos bancos.

A bancada governista preferiu recolher-se. Fez breves e discretas incursões em favor da reforma. O ministro foi, durante cinco horas, condenado à solidão e ao bombardeio.

Muitos parlamentares acham que a proposta deve ser adiada, antecedida por
ampla discussão com a sociedade, alegando-se que o país ainda não saiu completamente do clima eleitoral. O adiamento significaria o fim da tramitação, considerando-se que o ano eleitoral já vem chegando, e nele as questões muito polêmicas são consideradas inconvenientes.

Um detalhe que ficou claro: o ministro da Economia insistiu em que a responsabilidade pela falência do sistema previdenciário – desastre que se avizinha – é do Congresso Nacional; e apenas dele.


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