quinta-feira, 17 de março de 2011

Posse sem ressaca

Não é de hoje que se discute mudança no calendário de posse de eleitos para cargos executivos, alegando-se as inconveniências do 1º de janeiro. No caso do presidente da República seria a dificuldade da presença de estadistas estrangeiros. Mas o que realmente desagrada é uma solenidade de posse, com todas as formalidades, vir poucas horas após o reveillon e os sinais da celebração etílica...
Há anos, os prefeitos assumiam em 31 de janeiro e os presidentes em março. Livres dos incômodos da ressaca, ainda hoje os deputados só começam a trabalhar em 1º de fevereiro.
No bojo da reforma político-eleitoral o que se propõe é que as posses fiquem para 10 de janeiro. Mas aí esbarra-se num óbice constitucional: fixada tal data, subtraem-se dez dias de quem vai começar o mandato, ao mesmo tempo em que são contemplados os detentores dos mandatos findos.
Ainda não se ofereceu razão objetiva para se eliminar o 1º de janeiro do calendário eleitoral.



A lição vem do Japão

Não se conhece na história das aventuras humanas tragédia da qual não se possa extrair uma lição. O desastre que acaba de se abater sobre os japoneses, despertando compaixão e preocupações de todo o mundo, logo mistura boa dose de advertência à poeira tóxica que se levantou depois do terremoto. Preocupação justa, pois, sendo o Japão detentor dos mais altos padrões de tecnologia, nem por isso foi capaz de evitar a tragédia; e riscos maiores sofrerão outros países que se valem da energia nuclear, sem faltar entre eles o Brasil, que sempre ouviu suspeitas de que Angra não é de segurança absoluta.
As usinas e os governos são instados a reestudar garantias para conter o vazamento mortal e reduzir ao máximo o perigo de contaminação.
É singular outra lição que vem do mesmo país que há 66 anos vive as consequências de um desastre atômico: a tecnologia será sempre ridiculamente insuficiente, quando a natureza reage e resolve inverter os trovões, colocando-os sob a terra.


Chamando às falas

A campanha contra a dengue é hoje a visibilidade operacional da prefeitura, que foi capaz de mobilizar sua estrutura, interagir diretamente com a comunidade e, apoiada pela Igreja Católica e pelas escolas, conseguiu mostrar o grave perigo que bate à porta.
Há sinais de que muitas famílias conscientizaram-se de sua responsabilidade, advertidas de que 85% dos casos de dengue resultam de descuidos dentro de casa. Mas falta atacar outra área importante, ainda dependendo de iniciativa da prefeitura. É convocar os síndicos dos prédios do centro da cidade e cobrar limpeza e conservação das marquises e coberturas, que represam a água das chuvas e facilitam a proliferação do mosquito transmissor.

2 comentários:

  1. Caro Wilson,
    sobre a data das posses, é assunto que se arrasta há anos. Já vi de perto mais de uma posse em outras datas e em 1 de janeiro. A posse no primeiro dia do ano é de fato uma coisa muito pouco prática, tanto do ponto de vista público, como já apontou, quanto do pessoal, pois é um feriado festivo e universal com características familiares e pessoais. Não dá boa mistura.
    Quando se passou as posses para o dia primeiro de janeiro alegava-se que isto visava evitar que o mandatário de saída executasse o orçamento do novo exercício, fizesse despesas. Bastante razoável.
    Porém, um pouco de bom senso resolveria tudo: se as posses fossem para o dia 10, como apontou, ou que seja, para o dia 2, bastaria que a lei impedisse a autoridade em fim de mandato de fazer qualquer despesa naqueles dias. Pronto, a cidade não ficaria sem adnministração, mas esta se limitaria, por curto período, a tarefas de rotina, sem nada gastar. Resolvido.

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  2. Prezado Wilson,
    A campanha de enfrentamento a dengue liderada pela Prefeitura é muito importante. Considero muito válido o esforço da administração na sensibilização da comunidade para o alto risco de epidemia no município. As consequências da epidemia seriam desastrosas, uma vez que não há rede hospitalar na cidade com capacidade de atender as eventuais vítimas. Destaco aqui a questão dos condomínios dos edifícios, tão bem lembrados por você. Quantas marquises e coberturas sem cuidados com a limpeza frequente nós podemos verificar no cotidiano. São estes, exemplos dos locais privilegiados para desenvolvimento dos focos do mosquito transmissor da dengue.

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