quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Em Minas uma aliança para 2014

As composições partidárias que estão sendo articuladas a partir de Minas podem se tornar um importante ensaio para a disputa presidencial que virá dentro de dois anos, a começar pela aproximação em torno do projeto de reeleição do prefeito de Belo Horizonte. Por esta razão, o resultado de outubro na capital mineira terá significado nos planos para a sucessão da presidente Dilma. O sinal mais evidente do entendimento que se arma entre PSDB e PSB, que são peças do projeto, está na boa convivência entre o senador Aécio Neves, pré-candidato tucano à presidência, e o governador do Pernambuco, Eduardo Campos. É o que torna o governador nordestino e seu partido uma espécie de noiva amplamente cotejada pelo tucanato, sobretudo as lideranças do partido que querem se desvincular da dependência de São Paulo. Em Minas, o que ainda não está definido, talvez nem mesmo cogitado, é se a união entre os dois partidos, que em Belo Horizonte se faz em torno de Márcio Lacerda, poderia ter reflexo no interior do estado. Mas esta é uma questão que virá à tona proximamente, pois já conduziria sua influência na eleição dos prefeitos das principais cidades.


Paraibuna é modelo
contra tributação

É quase certo que Juiz de Fora criou uma norma para a reação de proprietários de imóveis junto aos rios, sobre os quais o governo federal vinha pretendendo cobrar impostos atrasados, a título das “marinhas”, que consideram propriedade da União as áreas situadas nos primeiros 15 metros das margens. Como o caso local, há muitos em Minas em que os terrenos, hoje quase sempre com edificações, foram adquiridos há décadas. Em relação ao Paraibuna, não foram os proprietários os invasores, mas o rio que invadiu seus espaços, quando o leito teve seu curso corrigido. O prefeito Custódio Mattos e o coordenador da Biblioteca Murilo Mendes, Vanderlei Tomaz, foram as vozes que se levantaram contra a incidência do imposto, em cartas ao Palácio do Planalto, e já se sabe que quatro municípios da região vão se defender com base nos mesmos argumentos.


Tendência para
a polarização

Os políticos, e entre eles alguns vereadores mais experientes, já perceberam que a polarização na sucessão municipal entre PSDB e PT faz parte das estratégias dos tucanos, porque admitem que, nesse caso, chegado o segundo turno, poderiam levar vantagem sobre os petistas. Mas não falta quem avalie pela ótica do bumerangue: da mesma forma como o PSDB espera poder atrair os adversários da candidatura de Margarida Salomão, o PT pode ter o mesmo poder de atração sobre os que querem negar a reeleição do prefeito Custódio Mattos. Tão certo do esforço da polarização dos dois principais adversários, o PMDB, se acompanhar o raciocínio de deputado Bruno Siqueira, seu pré-candidato, vai argumentar em favor da renovação. Já se conhece um dos motes da campanha peemedebista: há 30 anos só três homens administraram a prefeitura.

Quórum fica
mais difícil

A tradição diz respeito a todas as casas legislativas, desde o Congresso Nacional até a câmara municipal mais modesta. Começa fevereiro, quando é ano eleitoral, e fica difícil a votação de matérias que dependem de dois terços para aprovação, porque vereadores, senadores e deputados estão cuidando da campanha, e sabem que voto só se consegue com empenho pessoal. O caso da Câmara de Juiz de Fora não será exceção, porque todos os vereadores vão disputar a reeleição. Em Belo Horizonte foi rechaçada a ideia do “vereador-tampão”, que serviria para entrar em exercício nessas épocas.


Grupo de Itamar
perde espaço

Oito meses depois sepultadas as cinzas do senador Itamar Franco, já vai se apagando a presença de seu grupo político em posições de destaque. O mais recente caso é a saída de Henrique Hargreaves da chefia da representação de Minas em Brasília. Ele esteve com Itamar durante toda a vida e foi seu chefe da Casa Civil. O ex-deputado Marcello Siqueira não é mais da assessoria de Zezé Perrella, que ocupou a vaga deixada por Itamar no Senado, onde os colaboradores diretos também foram substituídos, além de ter sido antecedido na morte por dois dos colaboradores mais prestigiados em todos os gabinetes por onde passou: José Aparecido de Oliveira e Jamil Haddad. Muito ligado ao ex-senador, José Pedro de Oliveira, que presidiu Furnas, não tem sido mais citado como possível ocupante de cargos no governo. Do grupo, permanece em destaque o deputado Bruno Siqueira, que o próprio Itamar já havia reconhecido como seu herdeiro político.

__

De memória

O sonho do teleférico

Em 14 de março de 1973 o prefeito Itamar Franco abriu concorrência pública para a construção de um teleférico, cujo projeto estava dividido em duas etapas: a primeira ligaria o Parque Halfeld ao Morro do Redentor; a segunda, o Morro ao campus da Universidade Federal. No dia 11 de junho, abertas as propostas, venceu a alemã Pohling Heckel, com custo de 7,5 milhões de cruzeiros, contra a segunda colocada, representada pelo consórcio italiano Agual, que pediu 10,7 milhões. A empresa vencedora anunciou que a primeira fase do teleférico funcionaria dentro de nove meses. A obra nunca foi iniciada e não se tocou mais no assunto.

__

(( estas e outras notícias no TER NOTÍCIAS desta quinta-feira )))

Nenhum comentário:

Postar um comentário