terça-feira, 28 de julho de 2020





Importância de um bom vice

Quando começa a esquentar o período eleitoral - e nós já vamos caminhando para isso – as atenções voltam-se primeiramente para os candidatos a prefeito; o que tem lógica, porque trata-se de escolher o administrador da cidade em que vivemos e nela esperamos ficar.

Pois bem, a definição das candidaturas é precedida por uma série de articulações políticas para a construção de alianças, definição dos cargos a serem ocupados pelos aliados, e também algo que muitas vezes acaba batendo de frente com os melhores interesses da população – é a escolha dos candidatos a vice, os que ajudam a compor as chapas. Mas -para mal dos pecados – não raro o nome do vice é apenas resultado da ditadura de conveniências.

Ignora-se que o vice-prefeito não é e não pode ser peça figurativa, mas tem de estar competentemente pronto para assumir o comando do município, muitas vezes em momentos graves e circunstâncias adversas. Nem se pode dizer que é um eventual. Desde Dilermando Cruz, primeiro prefeito, em 1947, substituído por Eudóxio Vieira, sete prefeitos tiveram de ceder a cadeira ao vice. E se vamos mais longe, basta lembrar que metade de nossa história republicana foi escrita pelos vice-presidentes. Para ilustrar, lembremo-nos que um brasileiro, José Sarney, entrou para a História política do mundo como o vice que mais tempo ficou na Presidência.

Portanto, tenham os candidatos e candidatas a prefeito cuidado, probidade, espírito público e segurança para evitar as ciladas e as armações na hora de escolher o vice. Porque depois a população é que vai pagar o pato.



Vírus a caminho


Não deixa de preocupar. O ex-ministro Mandetta, que não conseguiu conviver com Bosonaro, enquanto dirigiu a Saúde, tem uma previsão sinistra: para os mineiros os problemas com a Covid 19 vão se acentuar nos próximos dias. Não disse exatamente o que o leva a pensar assim, mas ele sempre pareceu preocupado com o problema da subnotificação dos casos da doença confirmados.


Partido esvaziado

Em 2011 o MDB promoveu uma avaliação de sua estrutura no interior de Minas, constatando que, mesmo tendo representação em todos eles, em 100 os diretórios ou comissões provisórias encontravam-se totalmente desativados. Depois de passar por três governadores de outros partidos, o quadro deve ser mais desalentador.

Circula em Belo Horizonte que na região de Juiz de Fora o MDB deve ter cerca de dez representações desativadas.


Eleição mais difícil

Para se ter à mão o volume de votos necessários para o partido assegurar uma cadeira na Câmara Municipal, onde são 19 as vagas em disputa, é preciso avaliar os números do colégio eleitoral participante. Neste ano as previsões têm se revelado ainda mais difíceis, porque são sombrias as expectavas quanto à participação dos eleitores idosos. Se o colégio eleitoral fechar seus mapas em torno de 450 mil títulos é possível que o quociente exigível fique em torno de 15 mil votos. Não é uma previsão agradável para as legendas mais modestas.


Mandatos sinistros

Em uma de suas últimas aparições para saudar os apoiadores o presidente Bolsonaro não foi muito claro, mas insinuou que tem planos de disputar a reeleição. Se for assim, deve trabalhar para interromper os azares do segundo turno. Lula e Dilma tropeçaram ao retornar ao poder. Antes deles, Fernando Henrique teve melhor desempenho na primeira gestão.

A lista das maldições do segundo turno vai longe: Lincoln foi assassinado, Nixon caiu com o impeachment, um câncer interrompeu o mandato de George Pompidou, De Gaulle teve de renunciar e Getúlio suicidou-se.


Aliança sob comando

É o critério em moda: eleições em municípios com mais de 200 mil eleitores (como Juiz de Fora) as alianças partidárias devem ser orientadas pelas executivas estaduais, que, por sua vez, consultam os dirigentes nacionais. O critério certamente é inspirado no interesse dos deputados, que não abrem mão de influir.



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