quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

 


Eleições 2024 em pauta ( LVI)

COBRANÇAS

Empresários dispostos a interferir no processo eleitoral esperam a passagem do carnaval para uma primeira reunião, destinada a traçar linhas de ação. Não há cogitação imediata para o lançamento da candidatura de um deles, porque a prioridade é relacionar sugestões e cobranças. Uma preocupação acentuada é o declínio de Juiz de Fora como referência para empreendimentos industriais. Nesse particular, permanecendo a tendência, dentro de uma década seremos superados pelo Jequitinhonha, a região mais pobre do Estado.

TRANSPARÊNCIA

O jornal Tribuna de Minas noticiou que a prefeitura promoveu coletiva de imprensa para tratar do contrato firmado com a UFJF, em março de 2022, destinado ao estudo do transporte público. Técnicos presentes detalharam resultados do estudo “Ciência de dados aplicada à gestão contábil-financeira do transporte coletivo urbano do município de Juiz de Fora”.

A apresentação foi importante, pois o sigilo de dez anos colocado pelas instituições envolvidas alimentava especulação sobre possível irregularidade.

A iniciativa procurou demonstrar transparência aos atos administrativos, sobretudo neste ano eleitoral, quando a prefeita vai se candidatar à reeleição

JANELA PARTIDÁRIA

A janela partidária é aberta em qualquer ano eleitoral, seis meses antes da votação. Neste ano, a troca de legenda poderá acontecer de 7 de março a 5 de abril, data final do prazo de filiação exigido em lei para quem pretende concorrer. Assim informa o TSE.

Pelo que se notícia nos bastidores da Câmara, há muita conversa e cálculos eleitorais ocupando o tempo dos vereadores. Na federação partidária que uniu PT, PC do B e PV o clima de apreensão cresceu para os petistas, após a filiação ao PV do líder comunitário Jefferson da Silva Januário, o Negro Bússola.

Como Negro Bússola já teve na eleição de 2020 em torno de 5.000 votos, caso repita a votação poderá ocupar a cadeira de algum vereador do PT ou do PV.

O PC do B não elegeu vereador na última eleição, mas nos bastidores se diz que o partido está pretendendo filiar Cido Reis (PSB), que teve cerca de 5.500 votos há quatro anos, e quer deixar o partido, esperando a janela partidária.

A federação amarra os partidos por um período de quatro anos. Então, na eleição municipal esse arranjo vai ser testado, pela primeira vez.

Um dos problemas da federação é o da autonomia partidária para filiar quem desejar, mas com esse ato acarretar perdas eleitorais ao outro partido federado. Como se resolve isto?

JANELA PARTIDÁRIA (II)

Os que vão disputar cargo eletivo em outubro têm prazo de um mês, a partir de março, para mudar o domicílio partidário. Consideradas as expectativas de uma eleição que promete estar temperada pelo radicalismo, espera-se grande revoada. O que permite admitir e antever o destino das grandes câmaras municipais, como as do Rio, S.Paulo e Belo Horizonte, condenadas a legislaturas carentes de autenticidade partidária: pois os que vão levantar voo sairão desobrigados dos programas aos quais juraram fidelidade; os que se filiarão a novas siglas certamente não terão com estas maiores deveres. Até porque apenas acabam de chegar, e nem se sabe até quando ficarão.

Essa faculdade concedida pela legislação nos coloca diante do fenômeno que se convencionou chamar de “janela partidária”, definição que até sugere menoscabo, porque, sem ter a largueza das portas, abre apenas uma janela, através da qual saltarão candidatos incomodados.

SUPERLIVE CONSERVADORA

Pelas redes sociais, é noticiado que a família Bolsonaro está organizando a "Super Live Conservadora", evento previsto para sábado, como um marco na preparação para as eleições. 

A iniciativa proporcionará oportunidade a candidatos e lideranças políticas para aprimorarem suas estratégias e conhecimentos em relação ao pleito deste ano. 

Diz a postagem que, além de visar a preparação para as eleições, o evento busca consolidar uma base política forte e unida em torno dos princípios conservadores. Contando com a participação de nomes tais como Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro.

CABOS ELEITORAIS

Analistas mostram-se divididos quanto à polarização política influenciando a campanha eleitoral deste ano. Para um segmento, nem Lula nem Bolsonaro serão cabos eleitorais com influência. Em cada cidade há uma realidade diferente, assim analisa.

Para outro grupo, a interferência do ex-presidente, liderando a oposição ao seu sucessor, vai proporcionar uma novidade nas eleições de todos municípios brasileiros. A penetração das redes sociais vai fazer a diferença nesse pleito.

CABOS ELEITORAIS (II)

Outros analistas veem as eleições nos EUA, em novembro, com repercussões no Brasil. Elas sempre são acompanhadas de perto, em todos os seus episódios, pela imprensa brasileira. O pleito presidencial daquele país certamente terá políticos brasileiros interessados.

Há uma polarização entre Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump. "Qualquer semelhança com o Brasil é mera coincidência", pontua, com ironia, um analista. Entretanto, não há dúvidas que a família Bolsonaro vá se engajar, com fervor, na campanha de Trump, e será uma forma de ela manter mobilizados os seguidores bolsonaristas. E esperam influir no processo de escolha municipal em favor dos candidatos do PL ou apoiados por ele.

Se, na recente campanha da Argentina os "Bolsonaros" foram cabos eleitorais do presidente eleito Milei, é de se esperar a mesma performance na campanha de Trump, nos EUA. Mesmo que haja ainda uma certa dúvida quanto a essa candidatura, devido aos processos judiciais que Trump responde em vários estados.

Caso vença a eleição norte-americana, não se poderá negar o benefício político para a direita bolsonarista, que certamente vai comemorar como vitória própria. E, pelo que se lê nas redes sociais, um certo desconforto para a esquerda brasileira, que sabe, de antemão, das consequências no Brasil.

O jornal “O Pharol”, que Thomaz Cameron havia trazido de Paraíba do Sul, foi, em 1887, o primeiro jornal a mergulhar na campanha de transformação de Juiz de Fora em capital da província, logo seguido por políticos aventureiros. O que haveria de nos causar as antipatias de Ouro Preto. A ideia principal era o fato de a antiga Vila Rica não comportar mais os encargos de sede administrativa, o que seria também o principal argumento para a posterior transferência da capital para Belo Horizonte. Argumentava o jornal, ainda a favor da escolha de Juiz de Fora, ter sido, em 1888, a mais importante localidade da província em renda, acima de Ouro Preto, São João Del Rei, Cataguases, Mar de Espanha, Diamantina, Leopoldina e Barbacena.

Em 1891, o Congresso Mineiro anunciava que cinco localidades seriam avaliadas para tornar-se capital. As três últimas julgadas foram Várzea do Marçal (região de São João Del Rei), Juiz de Fora e Curral Del Rei, que, afinal, foi escolhida.

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