sexta-feira, 18 de julho de 2025

 

A Pauta É Política


18 julho 2025


PRECIPITAÇÃO


Pelo menos em um detalhe é possível reconhecer razão no senador Rodrigo Pacheco, virtual candidato a governador de Minas, segundo a preferência do grupo mais chegada ao presidente Lula. Ele acha que a antecipação do processo eleitoral é prejudicial aos interesses do país. É verdade. Tome-se por base o comportamento das bancadas de oposição e situacionista no Congresso, onde todas as ações são orientadas em função de esquemas que estão de olho em 2026. Os projetos em tramitação, quanto mais importantes, mais dependentes dos esquemas da próxima eleição.


AS QUEIXAS


Quando se está sob fogo cruzado, é conveniente não disparar contra o inimigo argumentos que ele pode transformar numa espécie de bumerangue. Devolvê-los do jeito como os recebeu. Convém o governo deixar para mais tarde a queixa de que estamos sendo vítimas do intervencionismo, ofendidos na soberania, se lembrarmos que, há pouco, Lula desembarcou feroz em Buenos Aires, desafiou a Justiça e o governo argentinos, festejando a ex-presidente Cristina Kirchner, humilhada com tornozeleira, condenada por corrupção deslavada. E abriu campanha internacional para inocentá-la. Antes, como se reinaugurasse, sem cerimônia, o sinédrio de Jerusalém, condenou e crucificou os judeus por culpa de genocídio, o que lhe valeu o desconforto de ser tratado como persona non grata em Israel. Para não se falar na mais nova chegada a Moscou, onde não teve como negar simpatia à Rússia invasora contra a Ucrânia invadida. Melhor não tratar desse assunto; por ora.


GENEROSIDADE


O governador Romeu Zema não perde oportunidade para elaborar queixas quanto ao estado financeiro deplorável que herdou do PT, gestão Fernando Pimentel. Queixa-se com razão. Mas, se contradiz, quando leva o Estado a cometer a generosidade das renúncias fiscais, que andam pela casa dos R$ 25 bilhões, em favorecimento de empresas. Essas renúncias também constituem um dos escândalos na área do governo federal. Em Minas, o prejuízo ficará em torno de 18% da Lei de Meios.



OS SENADORES


Em 2016 serão renovadas 54 das 81 cadeiras do Senado Federal. Projetando conquistar uma boa parcela delas, a direita procura armar-se, desejando não apenas obter maioria, mas com uma expressão consagradora. Para os bolsonaristas isso seria muito bom, como passo concreto para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em véspera de ser condenado, sob acusação de tramar golpe de estado.



OS SENADORES (II)


Afora isso, há algum exagero na avaliação de lideranças políticas ao julgar estarem as eleições parlamentares do próximo ano credenciadas a um papel mais importante que a própria eleição do presidente da República. Avaliação igualmente atribuída ao ex Bolsonaro, desde agora empenhado em garantir cadeira no Senado para três de seus filhos, o que, a se confirmar nas urnas, seria realmente um passo para cuidar da derrubada da inelegibilidade do pai, castigo determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Mas, para quem espera que a eleição de congressistas passe à frente, convém não esquecer que um presidente, por mais desgastado e enfraquecido que seja, ainda é quem governa, nomeia e demite. Não devemos nos esquecer que foram por terra as tentativas plebiscitárias de enfraquecê-lo.



CONSTITUCIONAL?


Tarefa dos serviços jurídicos da prefeitura, na atualidade, é, contrariando posição do empresariado, provar que não há ofensa a princípios constitucionais na criação de um fundo municipal de transportes, mantido por empresas com mais de 10 empregados, como forma de financiamento do serviço de ônibus urbanos, que passaria a ser gratuito. O assunto é predominante nas reuniões de entidades da indústria e comércio.



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