quinta-feira, 3 de julho de 2025

 

A Pauta é Política

4 julho 2025


PRESSA COM 2026


A recente derrota do governo na Câmara dos Deputados, quando tentava abiscoitar R$ 20 bi do Imposto sobre Operações Financeiras, serviu para expor, mais do que já estava exposta, a intenção de lideranças partidárias de antecipar a discussão do processo sucessório de 2026. Derrotando a intenção do presidente Lula, os parlamentares revelaram que ele e seu governo têm de rever as bases de alianças e dos acordos para a tramitação de projetos de interesse maior. Isso ficou ainda mais claro quando a votação do IOF mostrou que os próprios partidos da base foram os primeiros e se insurgir, desafiaram o governo, mesmo tendo ministérios e centenas de cargos no primeiro e segundo escalões federais.

Os partidos querem deixar claro, com a devida antecedência, que a candidatura de Lula a um quarto mandato não vai correr em águas mansas, como deseja. O recado parece ir, por extensão, para o ministro Haddad, certamente o candidato do PT à presidência, caso a prioridade de Lula não se sustente.


HADDAD NO ALVO


Ainda sobre a derrota do IOF: sentindo a fragilidade do diálogo com o Executivo, o Congresso ampliou as maldades, fazendo uma espécie de pique-esconde com o ministro da Fazenda, que, incansável, transitou por plenários e engoliu jantares, tentando vender a ideia de que a um país, tão machucado pela maior carga tributária do mundo, a breve sangria sobre os ricos não seria tão dolorosa, como, à primeira vista, se possa imaginar. Mesmo sentindo a derrota inevitável, o ministro Haddad, como ferreiro, insistiu, passou dias e noites martelando no ferro frio da bigorna que os deputados haviam preparado. Honrou o sangue. A propósito, a palavra haddad, em árabe, significa ferreiro.


ESTILO DE ZEMA


O governador Zema age, no exercício de sua gestão, como um político ultraliberal, concede vultuosas isenções fiscais para empresários (questionadas pelo Tribunal de Contas), não concede reajustes salariais equivalentes à inflação do período, e pretende privatizar as estatais mineiras. Deve ser a plataforma política de possível candidato à Presidência da República, que pretende apresentar ao eleitorado.

Para uma parcela de eleitores ele é detestado, mas para uma parcela maior, conforme pesquisas recentes, seu governo é muito bem avaliado. Aliás, quase todos os governadores dos estados são bem avaliados nas pesquisas de opinião, com exceção de Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, considerado regular. A avaliação positiva contrasta com avaliação negativa do governa federal, segundo o mesmo instituto de pesquisas de opinião. Será por quê?

ARDIL DE PACHECO


O senador Rodrigo Pacheco dá sinais de que ser candidato ao governo de Minas pode não estar entre suas opções para 2026. Talvez um ardil de político mineiro, ou o desejo de seu grupo político de tentar a reeleição para o Senado.

Dizia Leonel Brizola: quando político esconde o jogo, “está costeando o alambrado", metáfora que compara essa ação à de um animal que se aproxima da cerca do terreno, indicando que está prestes a pular para o outro lado...



FIOS SOLTOS


Vereadores de Belo Horizonte já discutem projeto para punir empresas que trabalham nas ruas com fiações, tanto de energia como telefonia, e, displicentes, quando terminam os serviços deixam restos de fios pendurados, prejudicam pedestres. Queixam-se, talvez sem saber que em Juiz de Fora esse problema é pior, mais grave, mais desafiador. Aqui, como não se toma providência, na Câmara a explicação é que já existe lei municipal para combater o mal. Mas, se existe, por que não aplicá-la?


RARA DISCUSSÃO


Concessão de título de Cidadania Honorária é assunto que sempre passa em águas mansas pelos vereadores. Nunca discutem, muito menos se insurgem quanto ao mérito das proposituras. Aprovam a homenagem, mas não tomam conhecimento da solenidade de entrega dos diplomas. Agora, fato raro, a bancada do PT busca apoio no regimento da Casa, para impedir que se conceda a homenagem ao deputado Nikolas Ferreira, do PL. O projeto é da vereadora bolsonarista Roberta Lopes, também do PL

Os petistas reagem a um deputado totalmente hostil ao presidente Lula. Ao contrário, Nikolas é simpático a milhares. Basta lembrar que, na última eleição, teve 29.404 votos em Juiz de Fora, batendo quase todos os candidatos locais.



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