quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Salvo melhor juízo

É muito agradável a leitura das estatísticas e relatórios dos órgãos de segurança pública, quando se esforçam para anunciar que os índices de criminalidade vêm caindo, embora sem ousar dizer que o tráfico está sendo vencido. Seria demais para as evidências, pois não houve um único dia deste ano em que as drogas deixassem de ser notícia. Por causa delas, centena mataram e morreram. E quantos taxistas perderam a vida?
Esses relatórios falam de importantes medidas a serem tomadas em 2014; e quanto a isto não há como duvidar de véspera. Mas entre essas medidas, para que a população conheça os números reais da violência que cresce, seria necessário, entre outras coisas, instruir melhor os policiais responsáveis pelos chamados BOs - boletins de ocorrência. Não se pode admitir que tentativa de homicídio fique registrada nas delegacias como lesão corporal. E as vítimas da violência que acabam morrendo nos hospitais? Em que estatísticas elas entram?
 
Da mesma forma, os que sofrem acidente de trânsito. A polícia registra os feridos, sem saber que dias depois morrem nos hospitais, longe dos números.
 
Convenhamos, também no campo da segurança pública a estatística é como o biquini: mostra alguma coisa, mas esconde o essencial.
 
Pobres partidos
Tema privilegiado nas expectativas políticas, o fortalecimento dos partidos foi mais uma vez relegado a segundo plano em 2013, não só por causa dos escândalos nos altos escalões do governo, mas também porque estão se tornando cada vez mais numerosos, o que significa uma certa pulverização de seu poder. A reforma política, que podia ter tratado do assunto, não vingou.
Criadas tais situações, os partidos fecham o ano sem sair da encruzilhada, de onde poderiam seguir três caminhos. O menos acidentado pode ser o cumprimento fiel da decisão do Supremo Tribunal de que pertence a eles os mandatos que viraram propriedade privada de deputados e senadores.
Dois outros caminhos seriam tema de discussão no Congresso, a fidelidade e as listas fechadas em eleição proporcional. Ambas apontadas como remédio para fortalecer as legendas, mas cercadas de dúvidas. A fidelidade é tema de unanimidade hipócrita: todos sempre a defenderam, mas sem praticá-la, porque seria a maneira de reduzir o poder de negociação dos parlamentares.
 
As listas fechadas, também apontadas como remédio para a robustez dos partidos, levantam uma poderosa resistência. É que, antes de atingir o objetivo desejado, elas servirão aos caciques, os donos dos partidos, confiscando ao eleitor o direito de livre opção.
 
Sutileza
A ação que o presidente do PSDB de Minas, Marcus Pestana, move contra a presidente Dilma, acusando-a de promover propaganda enganosa e eleitoreira, comporta uma discussão que para alguns pode parece eufemismo. Diz o deputado que, maldosamente, a presidente elabora em confusão a expressão “investimento”, quando na verdade o que o governo federal está oferecendo a Minas é “financiamento”.
Convenção
O PPS mineiro está convocando seus convencionais para o dia 23, em Belo Horizonte, esperando-se que ocorram mudanças no comando estadual. O que não muda é o partido engajado no projeto do senador Aécio Neves de disputar a presidência da República em 2014.
Ainda sobre o PPS: em dezembro o secretário de Saúde, Antônio Jorge, deixa o cargo para intensificar sua candidatura a deputado estadual.
Mudanças
Janeiro é, geralmente, mês em que muitos prefeitos que completam o primeiro ano no cargo promovem mudanças na máquina administrativa. É o caso em que os primeiros meses foram para contemplar com cargos os partidos que os apoiaram. Passada essa fase de gratidão, chega a hora de arrumar a casa e deixar onde estão apenas os de comprovada competência.
Expectativa
O diretor do Museu Mariano Procópio, Douglas Fasolato, retorna amanhã de S.Paulo, onde esteve a convite da ministra Marta Suplicy, para assistir à solenidade de entrega do prêmio nacional de cultura. A expectativa é que traga mais informações da ministra sobre os prometidos R$ 2,2 milhões para obras na casa de Mariano, que, por causa de promessas não cumpridas, está fechada há cinco anos.

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