terça-feira, 5 de maio de 2015


Fora da pauta


Nesta altura dos acontecimentos, quando os poderes constituídos não sabem exatamente aonde ir para buscar a solução da multifacetada crise nacional, o que se tem como certo é que o impeachment da presidente Dilma não traria qualquer contribuição para remover os impasses; pelo contrário, viria com todos os ingredientes capazes de agravar com tintas pretas uma paisagem já sombria. Portanto, o PSDB afasta essa via. Os que advogam o impedimento lembram o caso Collor, mas longe de servir de modelo, porque com ele a metade do mandato já havia sido cumprida, No caso da atual presidente, ela só tem cinco meses de gestão. Há um mandato inteiro pela frente.

Acresce, ainda na linha das diferenças, que contrariamente ao que se viu em 92, não dispomos hoje de um organismo estatal suficientemente forte para resistir ao tranco de um remédio tão forte. O Brasil está raquítico, doente, sem condições de absorver os efeitos colaterais de um remédio poderoso como o impeachment. Suas instituições não resistiriam. (Numa comparação grosseira: a pessoa pode curar a dor de cabeça como 200 gotas de novalgina, mas logo logo a pressão vai a zero e ela morre...)

Sob o aspecto político da indesejável medida, há que se observar que, apeada a presidente, a consequência imediata seria a transferência do discurso de oposição para o PT, que teria mais de três anos para bombardear o novo governo, sem mais a obrigação de realizar, mas apenas criticar; e com isso preparando-se para voltar em 2018. Eis um régio presente aos petistas, ainda que ao preço do sacrifício daquela senhora, a quem continua faltando qualquer cacoete de estadista.

Cinto apertado


A quem pretender examinar as condições financeiras dos 5.500 municípios brasileiros será fácil constatar que serão raríssimos os casos em que as prefeituras não estão mergulhadas na mais comovente indigência. Fácil de explicar. O governo federal, também empobrecido, não quer abrir mão do que ainda tem em seus cofres, de onde seria possível tirar um pouco para dividir melhor a miséria. O desenvolvimento industrial estancou, reduzindo a capacidade de empregos e afogando o recolhimento de impostos. O ICMS está falido. E se a União enfrenta dificuldades, elas têm reflexo direto nos estados, e destes sobre os municípios. Uma bola que vem ladeira abaixo. No caso de Juiz de Fora, o prefeito Bruno Siqueira recomendou que as secretarias pratiquem economia rigorosa de gastos, até que a tempestade passe.


Cordialidade


O governador do Rio, Luiz Fernando Pesão, passou feriado e fim de semana em Juiz\de Fora, onde visitou familiares. Certamente sem intenção de conversar sobre política, foi cordial com os que deles se aproximaram, como José Elias Valério, do PMN, durante ocasional encontro no Bar do Bigode.


Novo partido


O Solidariedade, que tem sido apontado como um dos mais promissores nessa leva de novos partidos, terá em breve sua comissão provisória em Juiz de Fora. Quem está trabalhando com esse objetivo é Marcelo Barra, nome conhecido na organização de clubes sociais e entidades carnavalescas.



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