terça-feira, 4 de outubro de 2016







Segundo turno


O que se costuma dizer, “segundo turno é outra eleição”, tem sua cota de razão, porque nem sempre os candidatos perdedores na primeira rodada têm força suficiente para transferir boa quantidade dos votos que recebeu. Recomeçamos no zero. E à medida em que os anos passam -  é uma  constatação -  o eleitor vai se sentindo cada vez mais à vontade para fazer uma segunda opção sem a interferência ou obediência a quem dias antes recebeu seu apoio.  

No caso de Juiz de Fora, consolidados os números que favoreceram a  Bruno Siqueira e Margarida Salomão,  o que virá em acréscimo no último domingo do mês fica na dependência do discurso que puderem levar aos quase 40 mil eleitores que preferiram outros, mas nem por isso estão condenados à  marginalização. Merecem muita atenção. O primeiro item desse discurso é “o que passou, passou”, sem ressentimentos e sem feridas. Nesse particular, se Bruno e Margarida independem totalmente do apoio que tiverem dos concorrentes derrotados, certo é que estes, ainda que não transfiram todos os votos que receberam, têm importância nas articulações que devem estar começando hoje. São articulações que vão render muito no futuro.  

Detalhe que não pode escapar no leque das atenções do segundo turno é combater certa tendência para a indisposição de eleitores que advogam a fatalidade, isto é,”meu voto não vai adiantar nada, porque já se sabe quem vai ganhar”. E preferem aproveitar o domingo em Cabo Feio ou Ibitipoca. Lembrem-se que foi o comodismo de um fim de semana somado ao dia da eleição, e o “já ganhou” que permitiu à cidade eleger um bejani em detrimento de Custódio Mattos.  Os resultados desse civismo periclitante são conhecidos.




Olho na história


Quando passa o calor eleitoral e as poeiras voltam ao chão, o melhor que fazem as lideranças políticas é manter a cabeça fria e os olhos voltados para a frente. Leite derramado não alimenta ninguém. O Partido dos Trabalhadores escorregou feio nas urnas, sai muito machucado, mas o que convém aos seus dirigentes pensar agora é que a Historia é assim mesmo, feita de tramas e acidentes, destino do qual os partidos não escapam. O que pode salvar, e a muitos tem salvado, é a autocrítica. A disposição de descobrir novos caminhos.

Para os petistas humilhados nas urnas de nada adianta o saudosismo dilmista, muito menos o improdutivo “fora, Temer”. É ficar agarrado no passado, imobilizar o presente e comprometer seu futuro. 





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