terça-feira, 6 de março de 2018







O troca-troca partidário


O calendário eleitoral de 2018 tem no período de 30 dias, a partir desta quarta-feira, um importante valor, devido à precedência definidora para o processo de escolha que acontecerá em outubro; as eleições quase gerais, sendo o episódio maior deste ano no tribunal federal competente. Os eleitores escolherão membros do poderoso Congresso Nacional (deputados federais e dois terço do senadores), o presidente da República e seu vice; os governadores e seus vices, e os membros das Assembleias Legislativas estaduais. Mesmo sabendo-se que boa parte do eleitorado não vota em ninguém, os políticos serão eleitos. A regra (lei) é clara.

É a oportunidade que o eleitor terá de fazer sua escolha dentro dos parâmetros legais da democracia brasileira. Mas  ao eleitor são disponibilizados nomes dos candidatos que os partidos selecionam internamente, segundo seus regimentos. Acontece que neste mês de março está a possibilidade legal para os políticos com mandato alterarem suas filiações partidárias, sem correrem o risco das sanções pela infidelidade ao partido pelo qual  tenham sido eleitos.

Na busca pela reeleição, os deputados fazem o chamado 'troca-troca partidário', procurando escolher qual a agremiação partidária mais favorável para sua reeleição. Um jogo de momentânea conveniência.

Visualizamos, a partir de agora, a face mais visível de um processo político onde o interesse particular dos candidatos prepondera sobre o interesse coletivo da sociedade brasileira. A hipocrisia no comportamento da maioria dos políticos nesta época atinge o seu ápice, pois moldam-se os discursos para realizar o pragmatismo eleitoral.

Dentre as frases que viraram clássicos entre os eles uma é apropriada ao momento:  “em política o feio é perder”, frase é atribuída Agamenon Magalhães, que foi um dos mais habilidosos políticos da história de Pernambuco. Então, estamos na temporada do vale-tudo.

No entanto, para a eleição de outubro surgem algumas novidades, decorrentes da mudança na legislação eleitoral. 

O impedimento do financiamento empresarial das campanhas traz um impacto forte para os candidatos acostumados com a abundância de recursos carreados para sensibilizar os eleitores. Os resultados nefastos para alguns políticos alcançados pela operação lava-jato assustam os que queiram usar o chamado caixa-dois, e, também, os doadores clandestinos, com medo de no futuro serem descobertos.

Para compensar a perda do financiamento empresarial consegue-se a lei do fundo de financiamento eleitoral, que, somado ao fundo partidário, garante recursos para os caciques partidários, que, na prática, é que vão determinar onde será aplicado o dinheiro. Por consequência, acredita-se que haverá uma parcial renovação de parlamentares, e não da grande maioria deles, o que é ansiedade nacional.





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