terça-feira, 23 de fevereiro de 2016






TESTEMUNHA


O ex-deputado Milton Reis, que morreu no Rio, aos 86 anos, não gostava de falar sobre isso, mas ele testemunhou um fato raro: tiros e morte no Congresso Nacional. Há anos, ao entrevistá-lo na antiga Rádio Sociedade, consegui alguma coisa, com esforço.

Milton conversava num dos acessos ao plenário da Câmara com o colega Souto Maior (pai do piloto Nélson Piquet), que, vendo aproximar-se o deputado Nélson Carneiro, não conteve a ofensa, chamando a atenção  do mineiro que estava ao lado: ”Lá vem o mulato baiano”. E repetiu isso até que o ofendido pudesse ouvi-lo. Resultou daí um tiroteio, com as balas passando perto de Mílton, que nada podia fazer além de tentar escapar. Souto Maior, que foi ministro da Saúde no governo Jango, morreu meses depois de complicações que começaram com a bala que o atingiu no peito.

O jornalista Hélio Fernandes, da Tribuna da Imprensa, escreveu sobre o episódio, que, como se disse, figura entre as raridades da vida parlamentar. Outros tiroteios narrados tiveram como protagonistas o deputado Gilberto Amado, que matou o colega Anibal Teófilo, e o senador Arnon de Mello (pai de Fernando Collor) que atirou em Silvestre Péricles com a intenção de matar, mas acertou Jorge Cailara, que nada tinha a ver com o caso.



NO ESQUECIMENTO
 

As campanhas educativas no trânsito não têm oferecido resultados satisfatórios. Condenam-se os pedestres por abuso e desatenção, mas a fiscalização sempre se mostra muito tolerante com os ciclistas, que fazem o que bem entendem sem serem admoestados. Motoqueiros há que também ofendem as leis do trânsito, mas estes, ao contrário dos ciclistas, costumam pagar com a vida.

Chegamos agora ao ponto em que o sujeito desce o Calçadão da Rua Halfeld, fazendo piruetas na bicicleta sem que seja advertido pelos agentes da lei. Duas pessoas já saíram gravemente feridas. Uma delas morreu. Mas foram tragédias que caíram no esquecimento.






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