sábado, 4 de junho de 2016






TEMPO ESCASSO 

Com a previsão de uma campanha de apenas 45 dias, fato inédito na crônica eleitoral do País, os partidos e futuros candidatos têm de andar ligeiro para organizar seus planos de trabalho. Com um eleitorado que se aproxima de 400 mil títulos, um tempo escasso e as previsíveis dificuldades para obter ajudas financeiras das empresas, as dificuldades se ampliam de tal maneira, que não seria exagero prever que alguns candidatos talvez nem se animem a ir até o fim.

Entre os que correm o risco da desistência estão os que não conseguirão alianças para lhes dar bons segundos de propaganda na TV, como também os que se sentirão desestimulados frente ao grande desafio que representa a descrença do eleitor com os políticos. Quando se pratica essa injusta generalização - ”político não presta” - quem sofre mais é a representação. O eleitor deve separar o joio do trigo, mas não optar pelo joio, como tem feito frequentemente.

Sempre é bom lembrar que os Cunhas, os Calheiros, Jucás, Dilmas, os Lulas e outros da mesma tropa não tomaram o poder de assalto; chegaram lá na garupa do voto das maiorias.



VIRA-CASACAS?


Paira em Brasília, entre setores políticos mais responsáveis, o temor de que alguns senadores, não muitos, estariam dispostos a reconsiderar sua posição favorável ao impeachment da presidente Dilma. Há dias votaram pela admissibilidade da denúncia, aceitaram as razões do relatório Anastasia, mas agora poderiam votar a favor da volta da presidente afastada. Estariam nessa lista vira-casacas dois dos mais conhecidos senadores, Cristovam Buarque e Romário. 

Melhor é não acreditar nessa possibilidade, pois se eles tivessem dúvida em relação ao crime imputado a ela já o teriam revelado no início do processo. Ora, quando se opta pela admissibilidade, mormente em questão de tamanha gravidade, é forçoso admitir a existência, ainda que preliminarmente, de base para os argumentos acusatórios. A afirmação de que Michel Temer tem enfrentado dificuldades  é pueril. Ninguém neste País teve ou tem direito de achar que o novo presidente seria capaz de criar uma paisagem de mil maravilhas em pouco mais de um mês.

Esses que votaram uma coisa e agora votariam algo tão diferente precisam medir também as consequências do atropelo de uma sucessão de presidentes em meio a crises agravadas. Seria, no mínimo, brincadeira de mau gosto. 



DESPRESTÍGIO



Os banqueiros, que neste País fazem o que querem, o que podem e não podem, acabam de sofrem um ato de desprestígio. São inconfiáveis até mesmo para guardar dinheiro de corrupção. É o que se depreende da denúncia do famoso  Bené, o homem que se encarregava de levar dinheiro de propina ao atual governador de Minas, Fernando o Pimentel. Sem confiar nos bancos, Bené, que está preso, disse que preferiu alugar um quarto-e-sala para esconder R$ 12 milhões do dinheiro escuso...  





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