quarta-feira, 6 de julho de 2016






Eleições municipais e suas implicações


A partir do próximo dia 15 os partidos podem fazer suas convenções municipais para a escolha dos futuros candidatos à Câmara e à Prefeitura de Juiz de Fora. Com o afunilamento do prazo previsto no cronograma do Tribunal Superior Eleitoral as agremiações partidárias intensificam suas articulações internas para a finalização das chapas.

No caso dos candidatos à vereança o risco é ter o nome cortado, pois devido ao excesso de candidaturas ou devido às coligações proporcionais, alguns pré-candidatos são excluídos da lista. É um momento traumático na vida partidária, que deixa sequelas. O que o candidato preterido vai dizer aos correligionários? Outra situação difícil é a escolha do vice na chapa do candidato a prefeito, pois é preciso alguns cuidados no processo interno do partido que indicará o nome, de forma que ele não seja um estorvo, mas, ao mesmo tempo, contribua para o bom desempenho da candidatura majoritária.

Outro assunto importante nesse processo de eleições municipais é o chamado programa de governo. Algumas candidaturas se preocupam com esse instrumento, outras não. Um programa de governo é mais do que um rol de propostas de ação do candidato a prefeito. O programa pressupõe uma arquitetura de temas concernentes à administração pública, de tal forma que seja exequível ao longo do quadriênio vindouro. Os candidatos à Prefeitura encontram dificuldades na elaboração do programa, pois ele gera comprometimento com o futuro próximo da cidade. A experiência histórica tem demonstrado que alguns candidatos preferem a elaboração de um documento com o conjunto de intenções para governar o município, mas sem a preocupação de que suas palavras sejam apenas uma abstração.



Memória (XVI)


Se as ditaduras sempre foram adversárias de eleições livres, não é menos verdade que mesmo sem elas foram muitas as restrições. Graças às dificuldades de cada época os colégios eleitorais sempre estiveram muito aquém da desejada representação a que se destinavam, bastando lembrar um dos mais importantes pleitos da República Velha, a de 1910, quando – parece – o Brasil começou a desistir de si mesmo ao trocar Rui Barbosa por Hermes da Fonseca. Éramos 20 milhões de habitantes e apenas 800 mil eleitores. A ampliação dos colégios eleitorais veio ocorrendo ano após ano.

Tempos ainda mais remotos nos levam ao colégio eleitoral mais restrito de todos, o de 1846, quando só podia votar quem comprovasse renda mínima anual de 200 mil réis. Estavam impedidos de votar os escravos, as mulheres, os menores de 25 anos, os praças de pré e os  agentes de polícia pagos. 







Nenhum comentário:

Postar um comentário