terça-feira, 5 de julho de 2016






Registros


1)  Agora com a certeza de que sairá do período provisório, com o afastamento definitivo de dona Dilma da presidência da República, Michel Temer anuncia que não terá como evitar alguns remédios impopulares. Já se pode ter como certo que se trata de uma advertência aos novos candidatos à aposentadoria. O acesso daqueles que ainda estão em condições de trabalhar será limitado, como caminho único para evitar o colapso total da Previdência. Se esse desastre ocorresse, não apenas os antigos como também os novos e os futuros aposentados ficariam sem receber o benefício. É o preço a pagar.

O presidente também devia entrar firme na seara dos bancos, que continuam acumulando lucros exorbitantes.


2) Muitos minutos dessas últimas noites têm sido ocupados pelos partidos políticos para sua propaganda em rede nacional. Em sua maioria não se acanham de colocar na tela figuras das quais nunca ouvimos falar. Buscam vereadores e prefeitos de cidades não menos desconhecidas, protegidas por paisagens que não são delas, mas apenas para ilustração. Quando muito, os programas e as inserções vêm cheios de boas intenções, nenhuma realização de interesse nacional. Mente-se muito.

Lembremo-nos de Von Bismarck: nunca se mente tanto como na campanha eleitoral, durante a guerra e depois da pescaria...


3) O Tribunal Superior Eleitoral vai presidir o pleito de outubro sem responder as suspeitas de vulnerabilidade cada vez mais numerosas em relação aos sistemas e aos  programas de processamento. Neste ano, também desconfiada,a Justiça dos Estados Unidos recusou-se mais uma vez a adotar a experiência brasileira do voto eletrônico.
       

4) Um fato histórico que liga a cidade às Olimpíadas: em 6 de julho de 1936, 80 anos passados, Hermógenes Neto estava embarcando para Berlim, onde tomou parte, como ciclista, da delegação representou o Brasil no grande certame que ficou marcado pelo episódio da irritação de Hitler. De Juiz de Fora ao Rio ele viajou de trem com sua bicicleta, numa jornada de 10 horas. Depois, mais 28 dias a bordo do Alcântara.

Quando, em maio último, a cidade foi incluída no roteiro da tocha olímpica, o blog sugeriu aos promotores da festa que a condução do símbolo olímpico incluísse um descendente de Hermógenes, o que acabou não acontecendo. Seria homenagem à memória de um pioneiro.



Memória  (XV)
 

Em dezembro de 1890, reunido em Juiz de Fora, o PRM – Partido Republicano Mineiro se dissolveu, em protesto contra os adesistas da monarquia. Nota anterior deste blog de memória falou da facilidade com nossos barões e outros nobres esqueceram com rapidez os deveres e gratidões com o Império.

O PRM foi, naquele período de nossa história, grande força política. Em 1930, quando já se reorganizara, reunido na casa de Antônio Carlos, na Rua do Espírito Santo, o partido divulgou nota em que denunciava fraude na eleição, não aceitando a vitória da corrente política do presidente Washington Luiz, e criou a Aliança Revolucionária com o Rio Grande do Sul. Foi ali, pela primeira vez, citado o nome de Getúlio Vargas para chefe do governo provisório que viria depois da Revolução.



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