terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Matéria intocável

Para 2012, ninguém tem dúvida, são raros os pontos passíveis de mudanças na legislação eleitoral. E, se houver algum, vai se referir a questão de somenos. No ano passado e nos primeiros meses de 2011 alguns deputados ensaiaram, sem êxito, uma campanha para rever o instituto do segundo turno, o que significaria mexer na Constituição. A reação contrária foi suficiente para deixar claro que se trata de matéria intocável.
A Constituição de 88 definiu o segundo turno em eleições majoritárias, mas o argumento que o sustentou era bem mais antigo. O executivo quando eleito pelo voto popular – presidente da República, governador de estado e prefeito - precisava ser legitimado pela preferência de maioria inquestionável. Há muito se desconfiava do mandato obtido em minorias. No atual modelo eleitoral o candidato só se elege com maioria dos votos válidos, não considerados os brancos e nulos.
Mas, ainda assim, restou uma preocupação para quem se fixa na isonomia das oportunidades: quando chega o segundo turno o candidato governista leva uma dose de vantagem, pois, quando a disputa se concentra em apenas dois nomes o poder de pressão dos palácios e dos gabinetes é muito maior, quase sempre irresistível.

Harmonia

De onde haverá de partir o esforço do PSDB para evitar que o partido fique comprometido com as lutas internas de tucanos de Minas e de São Paulo, que se dividem entre Aécio Neves e José Serra? Há quem aposte que a tarefa ficará a cargo dos paranaenses, embora não sejam exatamente pacificadores históricos.

Campanha
Na entrevista na edição de sexta-feira deste jornal, quando fez o balanço de atividades nos três anos de sua administração, o prefeito Custódio Mattos repetiu: a campanha para a reeleição será inspirada exatamente nas obras. Seus opositores não duvidam que seja essa sua intenção, mas acham que o prefeito não terá tempo suficiente para realizar tudo que pretende e promete. Entre seus inimigos, as chuvas, que já estão em cena.

Confusão geral

A senadora gaúcha Ana Amélia faz um favor aos brasileiros, especialmente aos jornalistas, ao propor, em fevereiro, a realização de audiência pública no Congresso para se discutir o acordo ortográfico, essa inutilidade que vigora desde 2009. E tem razão. O acordo, solenemente desconsiderado em Portugal, está recheado de exceções, que confundem, além de mudanças posteriores que a própria Academia de Letras adotou. Tudo sem ouvir o Congresso.

A sete chaves
Melhor que seus antecessores, e mostrando que mulher sabe guardar segredo, a presidente Dilma tem conseguido manter a sete chaves os nomes dos novos ministros que vão acompanhá-la em 2012. Exceção apenas para Aloysio Mercadante, que está com seu destino definido: sai do Desenvolvimento para assumir o Ministério da Educação.


Breve descanso

Não para quem vai disputar a prefeitura, porque no caso deles a campanha começa em junho; mas os candidatos a vereador têm de garimpar os votos desde janeiro, porque não há disputa mais difícil e mais longa que a deles. O que significa que têm apenas os próximos cinco dias para descansar. No dia 2 já terão de estar carregando o fardo.

(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Nenhum comentário:

Postar um comentário