domingo, 6 de outubro de 2013

Quem ganha?

Talvez seja um pouco precipitado concluir, como querem muitos, que a adesão da ex-senadora Marina Silva ao PSB tenha sido o golpe de sangue para o PSDB e, consequentemente, para o projeto do senador Aécio Neves de disputar a presidência da República em 2014. Pode ser que ocorra exatamente o contrário, porque Marina e o governador Eduardo Campos, este decidindo em nome do partido, têm largo prestígio no Nordeste, e é com esse prestígio que os dois, novos aliados, podem fazer balançar bases eleitorais até agora francamente favoráveis à reeleição da presidente Dilma.
Não há como negar que uma chapa Eduardo – Marina é fato altamente complicador para o governo.
O castigo
Evidentes os sinais de que o governo jogou sua força para inviabilizar o Rede Sustentabilidade, com que Marina Silva pretendia lançar-se à presidência da República. Cartórios eleitorais de alguns estados foram estimulados a contribuir no sentido de que o Rede não alcançasse o número mínimo de assinaturas, e sua constituição não se operasse em tempo hábil.
Em 2010, quando somou 20 milhões de votos, a ex-senadora cometeu o equívoco de não fixar posição no segundo turno, mesmo sabendo que tamanho volume deixou de ser mero número de mapa eleitoral para ser uma proposta política séria e de ampla aceitação. Mas ela não pensou assim, e lançou ao vento aquela invejável votação, liberando tão expressivo patrimônio político. Ora, votação liberada em segundo turno corre quase naturalmente para o mais forte. Ela acabou ajudando, indiretamente, o PT, que agora decepou seu projeto pessoal.
Pouca surpresa
O fechamento da temporada das acomodações confirmou o que estava previsto, até com uma larga antecedência. Entre os fatos antecipados aqui, citam-se três: o reitor Henrique Duque preferiu não trocar a experiência de executivo pelo tédio dos plenários parlamentares; o ex-prefeito Custódio Mattos não deixou o PSDB; e, também esperado, o ex-prefeito Tarcísio Delgado aproveitaria o ensejo para retomar as atividades partidárias,ingressando no PSB.
Lento progresso
Quando chegarem as eleições de 2014 pouco mais de 22 milhões de brasileiros poderão votar com o recurso da biometria. Portanto, em torno de 10% de um colégio eleitoral estimado em 210 milhões. Serão 850 municípios com a inovação. Juiz de Fora não estará entre eles.

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