sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Em defesa do idioma

A notícia vem de Americana, no interior de São Paulo. A Promotoria Pública, através de ação civil, pediu a proibição do uso de placas de sinalização com expressões em inglês. Acolhida pelo juiz, a ação começa pela placas de trânsito; até porque não se pode cobrar atenção e obediência a elas, se no Brasil as pessoas têm direito de não conhecer idioma estrangeiro. Não há como cobrar obediência ao que nelas foi inscrito.
Desconhecem-se precedentes no País, salvo a velha Juiz de Fora, que com a Resolução 817, de 28 de julho de 1919, decidiu, como forma de combater os estrangeirismos, cobrar “imposto especial de um conto de réis” das empresas industriais e comerciais que desejassem usar vocábulos em outras línguas nos anúncios, placas, letreiros e tabuletas. Naqueles mesmos tempos já Rui Barbosa advertia que a pátria que perde seu idioma já nada mais tem a perder.
No princípio do século era o francês que dominava. Mas há anos que a macaquice nacional se voltou para inglês. A propósito, o deputado dito comunista Aldo Rebelo, que sonha em voltar a presidir a Câmara, precisa informar em que gavetas adormece projeto de sua autoria que trata da promoção, defesa e proteção da língua portuguesa, antes que ela sucumba de vez na avalancha dos “made in”, “honding”, “recall”, “for sale” “franchise”, “cooffe-break”, “clipping”, “fashion mall”. Até o Banco Brasil, parecendo pretender esconder que é brasileiro, adotou o “personal banking”. Para não se falar na pizza humilhada pelo pedante “delivery”.
A cidade, onde também se leem essas expressões, teve até um caso de abuso do S apostrofado dos americanos. Foi no Vitorino Braga, onde um modestíssimo salão de cabeleireira ostentava na placa “Sebastiana's Hair...

Notas

1- Ainda neste mês a prefeitura publica edital de licitação para contratar a empresa que vai instalar no Morro do Redentor a torre única para todas as emissoras de televisão. Vai ser aproveitada a helicoidal da pioneira TV Industrial.

2 – O prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, encontrou uma forma singular de definir a situação de discriminação das prefeituras da região:
“ Elas são como toucinho na linguiça. Primeiro, ocupam os espaços aej deviam ser da carne. Depois, são as primeiras que choram na hora da fritura”...

3 - no TRT de Minas o promotor Marcos Neri conseguiu fazer com que duas empresas readmitissem empregados dispensados por serem alcoólatra. O empregado que faz uso de bebidas alcoólicas, ainda que habitualmente, não é passível de dispensa “por justa causa”. Não se configura o caso de desvio de conduta.

4 – Em Juiz de Fora, o maior caso de ausência no emprego por causa de bebidas fica com o Demlurb. Há época em que o abstencionismo chega a 20%.

5 - Ouve-se nos corredores do Fórum que investigações sobre as atividades de um promotor vão respingar na Câmara e em um vereador amigo.

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