terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O que a Zona da Mata quer?

A conclusão das obras de ligação da BR-267 com a BR-040, como forma de descongestionar o tráfego urbano em Juiz de Fora e Matias Barbosa; a construção de uma ponte ligando Rio Preto a Valença, como parte da esperada rodovia que sai de Orvalhos, encurtando em 80 quilômetros a ligação com S. Paulo e contornando Volta Redonda e Barra Mansa; a operacionalização do aeroporto de Goianá e a construção de três contornos em relação a ele.
Estas foram as principais preocupações que prefeitos da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paraibuna – Ampar encaminharam, ontem à tarde, ao senador Itamar Franco, em reunião da qual ele não pôde participar, acamado com resfriado, tendo sido representado por seu assessor José Carlos Righetti. Estavam presentes os prefeitos de Pequeri, Descoberto, Chácara, Mar de Espanha, Maripá, Itamarati de Minas, Coronel Pacheco, Piau, Bicas, São João Nepomuceno e Rochedo. Também participou o vice-presidente do INDI, João Vítor Garcia.
Mas nos 90 minutos da reunião, no 5º andar do Credireal, além de muitas queixas, uma questão política essencialmente objetiva foi proposta pelo prefeito de Pequeri, Raul Sales, considerado a melhor revelação das gerações de lideranças mais recentes da Mata. Tomando por base que nada se consegue sem eficiente articulação política, e que há hoje um “vácuo de liderança”, Raul quer que Itamar reedite o seminário de desenvolvimento regional integrado, que promoveu na década de 60, quando prefeito de Juiz de Fora. Desse seminário poderia sair um fórum permanente de lideranças.

Sem investimentos

Mais espertos e perspicazes que seus colegas de outros tempos, os atuais prefeitos, ainda que comandando pequenos municípios, não deixam de denunciar o governo e suas armadilhas. Em próxima reunião vão apresentar detalhes ao senador Itamar Franco. Por exemplo, as enganosas propostas para creches comunitárias, base de uma falsa parceria, porque o governo federal espera que a prefeitura antecipe a contrapartida, mas adia indefinidamente a cota que caberia a Brasília.
Por causa da ausência de verbas federais e estaduais para o interior, e a exaustão dos recursos próprios dos municípios, o prefeito de Maripá, Wagner Fonseca, informou que não passa de 3% a 6% sua capacidade de investimentos em obras.
Outra queixa generalizada é contra a Copasa, que controla os serviços de água na região. Os prefeitos denunciam que a companhia os trata “como cães”.
No governo ainda encontram outros desestímulos, como os gastos com veículos do estado. São obrigados a financiar gasolina e ajudar a manter a Emater.
Para finalizar, e ainda mais grave: os municípios vizinhos nâo têm conseguido vagas nos hospitais de Juiz de Fora de acordo com suas necessidades. Há gente morrendo na região por não conseguir vaga. No caso de ressonância magnética: em Pequeri, uma requisição é atendida por ano. São apenas cinco para nove municípios.


O “anjo” da Mata

A unanimidade dos prefeitos que vieram falar com o senador eleito também levou à mesa uma reivindicação política. Eles querem ter representante no gabinete de Itamar em Brasília, e indicaram Silvana Itamara de Castro, que já serviu nos gabinetes dos ex-deputados Maria Elvira e Marcello Siqueira, e atualmente trabalha para o deputado Vitor Penido. Os prefeitos a definem como “o anjo da Mata”, por causa de sua disponibilidade para resolver problemas das prefeituras no Congresso e nos ministérios. Righetti informou que ainda hoje levará esse pleito ao senador.

Um comentário:

  1. Caro Wilson,
    Ótima reuniao essa. Tomara que renda os frutos necessários, pois no meio da letargia que tem dominado JF após Melo Reis, é gratificante ver novas lideranças que enxergam que o futuro da região passa obrigatoriamente pelo novo aeroporto e pela diminuição das distância JF-SP. A GE tem interesse em montar no novo aeroporto uma unidade de reparos de turbinas, mas enquanto não removerem o morro que dificulta pousos e decolagens, não tem conversa. Espero que a união dos prefeitos da Zona da Mata faça a devida pressão para que os novos governos estadual e federal coloquem essas obras com prioridade dentro de um plano de crescimento regional, estadual e nacional.

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