segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Faltam dois meses

Dentro de dois meses, em 7 de outubro, os eleitores estarão elegendo seus vereadores, prefeito e vice-prefeito. Estão inscritos 386.662, mas as decisões serão tomadas, talvez, pelo voto de cerca de 310 mil, considerada nossa tradição de abstenção, votos nulos e brancos. Desses que vão chamar a si a responsabilidade de eleger, considera-se que, quando faltam 60 dias, de 35% a 40% não sabem em quem votar para prefeito. Mas uma boa parcela até que sabe, mas prefere não opinar nas pesquisas. A partir de agora (sempre acontece assim nos dois meses antecedentes) vão se tornando mais nítidas as chances dos três principais candidatos. Os petistas afirmam, com razão e com base em todas as pesquisas, que se a eleição fosse hoje, Margarida Salomão venceria no primeiro turno. Mas seus adversários já vão se preocupando com o segundo turno, que é uma eleição inteiramente diferente, quando os números podem mudar. As duas votações se separam por apenas quinze dias, mas são independentes. Não foi diferente o que ficou de 2008. No primeiro turno, Margarida 41 pontos e Custódio 28. No segundo turno Custódio subiu 24 pontos, indo para 52, e Margarida, subindo 7 foi para 48.
Precipitação
As tentativas de colocar as pesquisas atuais a serviço das previsões para a sucessão presidencial em 2014 devem ser tidas na conta de uma precipitação, segundo a ótica do presidente do PSDB de Minas, deputado Marcus Pestana. Ele se refere ao fato de os governistas pretenderem projetar a aceitação popular da presidente Dilma como indicativo para a eleição seguinte. Com permanente e favorável exposição, Dilma estaria levando uma vantagem que talvez não consiga conservar nos próximos dois anos na avaliação tucana.
Outra suspeita
Não bastasse o envolvimento de tantos mineiros no mensalão, a começar pelo operador, Marcos Valério, surge agora a denúncia de envolvimento direto da Fiemg - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Para contribuir no esquema de financiamento de deputados do PT, teria destinado quase meio milhão de reais. A entidade ainda não se pronunciou.
Novo debate
Fazem-se algumas previsões sobre os temas políticos que poderão voltar à discussão, quando o Congresso já não estiver com todos os seus olhares voltados para a sucessão municipal deste ano. Poderá voltar à cena um projeto do deputado Eduardo Azeredo, que pretende a unificação das datas de eleição. Não mais de dois em dois, mas de quatro em quatro. A partir de 2018, o eleitorado estaria votando, de uma só vez, para o preenchimento de todos os cargos, de vereador a presidente. É um dos temas mais polêmicos, sustentado por argumentos que se chocam. E exatamente por ser tão polêmico é que não prospera no Congresso.
Reeleição
A Confederação Nacional dos Municípios reconhece, indiretamente, que os prefeitos que tentam um segundo mandato, sem terem de se ausentar do cargo, contabilizam certa vantagem sobre seus opositores. No levantamento que fez em todo o País, concluiu que 75% pretendem continuar. São 2.736 candidatos à reeleição. Em Minas, dos 863 municípios há 461 prefeitos lutando por mais um mandato.
Compensação
“Vou dar um pau nesse cancerzinho”, disse o ex-deputado Roberto Jefferson, depois de se constatar o maligno no pâncreas, antes tido como tumor benigno. Visível seu abatimento no pós-operatório, ele vai se preparando para ouviu a sentença do STF, onde figura como réu do mensalão, mas já se dizendo compensado: ajudou a fulminar a carreira de José Dirceu.
Azedando
Com a propaganda que está começando em rádio e televisão, com a tendência dos candidatos de procurar defeitos nos adversários, pode-se dizer que a campanha eleitoral vai se tornar acescente. Isto é, começa a azedar.
((publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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