quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vereadores reagem

Tirante Juiz de Fora, Santos Dumont, Cataguases e Ubá, além de mais alguns poucos centros, os vereadores da região vão engrossar, a partir de segunda-feira, a campanha contra projeto do senador goiano Cyro Miranda, que manda eliminar a remuneração do mandato de vereador em município com menos de 50 mil habitantes. Como a reação em 90% deles é contra o projeto, sua aprovação parece totalmente impossível.
Prós e contras
A gratuidade de mandato público é, em princípio, inadequada, por se supor que só se pode cobrar por um serviço quando vem acompanhado de justa remuneração. Mas, por outro lado, o mandato exercido sem subsídio permite admitir que estarão de fora os que pensam apenas em ganhar dinheiro. Houve época, coincidentemente com as legislaturas mais ilustres, em que vereador nada recebia. Na de 1947 o faltoso ainda era multado.
Socorro
O prefeito Bruno volta a Brasília, na próxima semana, quando terá audiência com o vice Michel Temer, presidente licenciado do PMDB. O que vai pedir são gestões de Temer junto ao governo para que as obras viárias de Juiz de Fora sejam incluídas no PAC - Plano de Aceleração do Crescimento. Não parece haver outro caminho, porque o Ministério dos Transportes, de onde se esperavam os R$ 80 milhões necessários, está disposto a enviar apenas R$ 12,5 milhões.
Logística
Em nota recente, opinamos que, para se sair bem sucedido nas incursões como a que vai empreender em Brasília, o prefeito fica dependendo mais da boa vontade política que propriamente do poder das urgências e dos argumentos técnicos. É exatamente o caso do PAC acudindo o plano viário urbano. Se a rota é essa, o jeito é organizar uma base de apoio de políticos cujo prestígio tenha fôlego para ir além de Benfica.
Ao trombone
Quem assistiu, ontem, à solenidade de apresentação do Plano de Saneamento Básico e ouviu o discurso preocupado do prefeito, saiu com a impressão de que ele não pretende se calar sobre as dificuldades que diz ter recebido de seu antecessor. Talvez alguma condescendência tivesse de ser respeitada se o ex-prefeito Custódio fosse integrar (como se esperou) o primeiro escalão do governo estadual, porque nesse caso poderia haver constrangimento nas relações. Mas o cuidado deixou de existir, depois que o ex foi ser secretário do prefeito de Belo Horizonte.
Desconforto
Diante dos riscos de que em breve o ex-prefeito e o atual estarão trocando farpas sobre dívidas, consolidadas ou não, e obras que não deviam ser interrompidas, pode ser que acabem em situação desconfortável os colaboradores imediatos que serviam antes e continuam servindo agora. Como transitar entre os fogos sem comprometer a lealdade?
Dois Fernandos
Na TV Câmara, durante debate com Carlos Zaratini, o deputado Marcus Pestana discordou e ironizou quando o colega paulista atribuiu a Fernando Haddad, hoje prefeito de S.Paulo, todos os méritos no setor educacional. Para o mineiro, o que melhor se fez nesse campo deveu-se “ao outro Fernando”, referindo-se a FHC.
Esquecidos
Uma nova pesquisa em curso nas principais capitais deverá confirmar o que todos sabem: cerca de 70% dos eleitores brasileiros não são capazes de dizer, quando consultados nas ruas, em que candidato a deputado votaram na eleição anterior. Reconhecendo, antecipadamente tal realidade, alguns deputados já sugeriram que a Câmara trabalhe muito na divulgação das atividades parlamentares.
Questão grave
É preciso incorporar o discurso político ao debate sobre o recrudescimento da violência envolvendo cada vez mais os menores, como agentes ou vítimas. É preciso que o problema tire o sono do Congresso, porque já saiu do campo das tragédias eventuais e isoladas para ganha dimensão sistêmica. Os moços se organizam em quadrilhas e partem para a violência, mesmo quando enclausurados nas entidades de recuperação.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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