quinta-feira, 7 de março de 2013

Um dia para a luta da mulher

O Dia da Mulher não entrou festivamente no calendário internacional, nem foi para consagrar artistas célebres ou gente famosa dos salões societies, mas para honrar a memória de pobres operárias moças e senhoras condenadas a morrer queimadas em uma fábrica, quando apenas manifestavam o desejo de alcançar benefícios salariais mínimos. Portanto, sendo uma data que congrega, une, renega diferenças e propõe a confraternização, ela pertence, antes de tudo, àquelas que são vítimas dos males e das limitações que ainda não puderam superar. E são muitas, são milhares de vítimas anônimas das diferenças, algumas crudelíssimas. Tais questões, de cuja pertinência não se duvida, surgem mais estimulantes neste dia, como a despertá-lo para discussões sérias, menos românticas e sem as raivosas feministas de carreira. É preciso refletir sobre o que as mulheres esperam, sabendo-se que em relação a elas a sociedade será cada vez mais devedora que credora.
xxxxxxx
Há quantos séculos elas lutam para ter acesso a decisões dos grupos humanos de que são parte? Muitos anos certamente, porque vêm de longe as restrições e discriminações, criadas até mesmo por alguns gênios da Humanidade, como Platão, que dizia ser o nascimento das mulheres uma punição dos deuses. O discípulo Aristóteles também negava a elas a condição de pessoa, assegurando que não tinham alma. E por aí andaram os desprezos sociais e a negação de direitos elementares, a ponto de se ouvir na Alemanha dos tempos de Guilherme II que a mulher se definia com três Ks - kirch, kitch e kinder: igreja, cozinha e filhos. Deturpações ressuscitam de quando em vez. Hoje, o que está em pauta, de uma terrível atualidade, é a violência física e moral contra elas praticada em casa por homens deformados. E é neste ponto que certamente se ajusta uma reflexão nesta data, que não pode nem deve se limitar a um buquê de flores ou ao jantar sofisticado. É preciso conversar sério o muito que ainda tem de ser feito para o fim da violência contra elas.
xxxxxxx
Uma palavra final em memória das grandes mineiras, corajosas e às vezes desafiando a própria morte, mas sem perder a suavidade dos ventos que sopram de nossas montanhas. Como Bárbara Heliodora, pungente dama do amor, que morreu louca, vagando pelas ruas de São João Del-Rey, declamando versos do namorado inconfidente, ou a bela Ana Joaquina de São José, Dona Beja, que administrou com talento o amor que dedicava a Joaquim da Silveira, e com isso conseguiu reverter para Minas 94.500 quilômetros do Farinha Podre, em Goiás. A ela e aos seus favores ficamos devendo o hoje próspero Triângulo Mineiro.
Cerco político
O prefeito Bruno trouxe, de Brasília, a notícia auspiciosa. Foi possível incluir no PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, recursos da ordem de R$ 138 milhões para obras viárias, reurbanização e preservação ambiental. Segue-se a segunda fase, que é a montagem de uma base política de apoio para que se torne realidade a promessa do governo federal; porque, não raro, as boas notícias caem no esquecimento por falta de pressão política para que as verbas se concretizem.
Querer e poder
É comum ouvir alguém afirmar que no Brasil, mais ainda na área política, nada de resolve com protesto, o que não é exatamente uma verdade nem exatamente uma falsidade. Tome-se como exemplo o que acaba de ocorrer com a indicação pelo PSL do deputado Marcos Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias. Em pouco menos de cinco horas, uma chuva de protestos procedentes de todo o País inviabilizou a posse.
Como Herodes
Marcos Feliciano, um evangélico fundamentalista, tornou-se conhecido por atitudes preconceituosas, exatamente contra as minorias que teria de defender naquele cargo. A Câmara foi aceitando essa esquisitice, confiando à Comissão de Feliciano um papel bem parecido com uma maternidade que fosse administrada por Herodes.
Morosidade
Casos de morosidade conivente não faltam, quando se discute o destino de políticos corruptos. Um exemplo que de imediato ocorre é a Operação Pasárgada, que descobriu e conseguiu pôr a nu sujeiras na administração pública. Já vamos partindo para seis anos, e a Justiça permanece amarrada em si mesma, enquanto os bandidos ficam soltos, e alguns, mais afoitos, debocham da Lei e da sociedade, insinuando sua volta à vida pública.
Preventivamente
O segundo trimestre, exatamente em razão das dificuldades conhecidas, e por termos grandes interesses na Europa, sugere que seja recebido com devidas cautelas. As lideranças políticas estarão corretas se tomarem em conta o fato de nós, brasileiros, ainda que não sejamos os atores principais, também deixamos de ser meros figurantes no drama do Velho Mundo. Dessa situação, decorre que algum tipo de problema pode atravessar o oceano e bater à nossa porta. Da mesma forma que não convém o catastrofismo, é preciso adotar cautela, a começar pelo governo, sendo mais prudente e menos generoso nos gastos com as engrenagens burocráticas.
Composição regional
Sobre nota da coluna que nesta semana previu participação de políticos de expressão da Zona da Mata na eleição majoritária do próximo ano, o leitor Evandro, que não deseja ser identificado por completo, diz estar muito ligado a cientistas políticos, de quem teria ouvido que a previsão feita aqui tem fundamento parcial. Em suma: a chance da região estaria apenas em Marcus Pestana como vice de Márcio Lacerda.
Em crescendo
Se couber alguma credibilidade nas apostas que fazem políticos mineiros, pode ser tomado em conta que o deputado federal Antônio Andrade, presidente do PMDB estadual, voltou a figurar como o nome potencialmente pronto para ser convidado a assumir uma cadeira no Ministério de dona Dilma.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Nenhum comentário:

Postar um comentário