terça-feira, 9 de abril de 2013

A fórmula da performance

O assunto de ontem foram as queixas do prefeito e seu secretariado, em uma entrevista coletiva, sobre dívidas herdadas da administração anterior, sem que faltasse estranheza pelo fato de assunto tão grave não ter sido detectado pela comissão de transição. Outro dado que restou do encontro do prefeito com os jornalistas, e que espera melhor explicação, é que nos primeiros 100 dias da gestão de Bruno foi possível eliminar 40% das dívidas, o que, com base nesse dado, permite prever que estarão totalmente resolvidas antes do fim do ano. Uma performance, considerando-se que os compromissos herdados constituem o calcanhar de aquiles da atual administração.
Campanha sem
grandes pressas
O prefeito Bruno segue os mesmos passos adotados pelo governador Anastasia e líderes experientes do PMDB, quando o assunto em tela é a eleição de deputados. É cedo para se tratar de nomes, ainda que as previsões indiquem que serão muitos os que disputarão seu apoio. Se desse sinais, desde agora, que aceita antecipar a discussão de nomes e alianças, ele não teria sossego para trabalhar, além de atrair ressentimentos dos que não receberem suas bênçãos.
Decisão que não
pode ter riscos
A questão do momento adequado para se tomar decisão na política faz lembrar o que já se discutiu em relação ao projeto presidencial do senador Aécio Neves. Quando se reelegeu governador de Minas, com Anastasia de vice, já era para ter iniciado a caminhada pelo País, pregando o ideário de pré-candidato. Estava garantido o comando em Minas com o vice Anastasia, que seria o chefe do Executivo de fato. Mas, a convicção de que o momento seria aquele, e sim mais adiante, fez com que só agora assumisse o projeto nacional. Político mineiro prefere eliminar os riscos, tanto quanto possível.
Reforço para
a rede escolar
Quem escreve é o líder da bancada do governo na Assembleia, deputado Lafayette Andrada, para garantir que o governador Anastasia está atento às exigências da rede escolar no município. E cita 4.600 carteiras padronizadas, que estão sendo distribuídas entre 23 escolas. O estado vai agora receber dos setores competentes um relatório sobre obras na rede escolar que não podem ser adiadas, objeto de recentes manifestações de estudantes e professores.
PMDB por
mais espaço
À medida em que vão se aproximando as conversações para a disputa presidencial os peemedebistas dos estados com maior poder eleitoral preparam-se para exigir do vice-presidente, Michel Temer, mais espaço no governo. Acham que ainda é muito grande a distância dos níveis de prestígio em que são colocados, e consideram que seu partido tem pouca participação nas decisões. Na verdade, essa queixa vem sendo feita desde o início do governo Dilma, mas sem grandes ameaças.
Jogo duro para
os devedores
Deputados mineiros continuam se revelando pessimistas quanto ao futuro do projeto que, como desejam os prefeitos, altera o índice de correção das dívidas dos municípios com a União. No ano passado, o deputado Marcus Pestana foi relator do projeto, mas, antes mesmo que chegasse ao plenário, já sabia que a presidência da República preferia continuar discutindo os débitos, mesmo que em muitos casos a dívida venha rotulada como impagável. O quadro não sofreu alterações.
PMN já tem
rumo traçado
A propósito de nota recente da coluna, tratando da previsão de muito interesse na disputa de cadeiras na Assembleia, políticos consultados confirmam tal expectativa. Os principais partidos terão trabalho em administrar interesses, menos o PMM, onde o vereador Isauro Calais há muito é o candidato à Assembleia, sem que tenha de disputar espaço com outros pretendentes.
Assunto que
vai render
O Ministério Público cumpriu as formalidades para propor a abertura de investigações sobre possível responsabilidade do ex-presidente Lula com fatos e pessoas envolvidas no mensalão, que já prometeu cadeia para alguns. Formam-se, a partir daí, duas correntes. Uma, admitindo que não há mistério a ser desvendado, porque se os amigos e colaboradores cometeram o crime, é pouco provável que Lula desconhecesse tamanha gravidade. Outra corrente joga com o argumento de que ele apenas sabia, e seu erro foi a omissão. Seja como for, o mensalão promete continuar rendendo.
Ainda sobre um
ano histórico
Já se disse que o abril de 1933 teve para Juiz de Fora importância que devia ser melhor estudada, pois envolveu fatos históricos que alçaram uma repercussão nacional. Depois que a Fazenda da Floresta foi sede daqueles episódios, onde Getúlio e Olegário tramaram o governo provisório, também foi ali e naquela hora que o governador Israel Pinheiro começou sua vida política. Olegário e Antônio Carlos haviam se reunido para formar a lista de candidatos do PRM na Constituinte de 36, quando manifestaram interesse em lançar um “jovem engenheiro, filho de João Pinheiro, que cuidava da cerâmica da família em Caeté”. No dia seguinte, o delegado Pedro Mendes viajou para convocar Israel a Juiz de Fora, onde ele foi lançado. E venceu.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do FOLHA JF ))

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