quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dívida invadiu o Orçamento

Não é equivocada a informação de que a atual administração já conseguiu pagar 40% da dívida de R$ 34 milhões que recebeu de herança, mas é preciso ficar claro que o dinheiro foi tirado do orçamento de 2013. O que significa que as receitas deste ano ficaram com um rombo superior a R$16 milhões, como explica a assessoria do prefeito, ao confirmar que ele realmente foi surpreendido, no dia 1º de janeiro, ao saber do volume da carga que estava recebendo. Mas a questão de dívidas transferidas de um executivo para o sucessor não se limita a Juiz de Fora. Há queixas em vários municípios, o que pode suscitar uma nova discussão sobre responsabilidades em fim de mandato.
Transição
é o segredo
Se depender de alguns assessores do prefeito, a discussão deve estar centrada nas comissões de transição, através da criação de instrumentos e expedientes que tornem mais claros e imunes a maquiagens as informações sobre as responsabilidades transferidas. No caso recente, a queixa se refere a dados que foram sonegados, distorcidos ou longamente adiados para a avaliação da equipe que representou Bruno nesse transe. Atualmente, o que se informa ou deixa de ser informado fica à mercê do humor de quem está deixando o poder.
DEM pode
não resistir
O Democratas nunca se firmou definitivamente como partido, por causa de sucessivas suspeitas de que se encontrava em fase de extinção ou fusão. Volta a ser falado com insistência um projeto de agrupamento com outra sigla, como caminho para retomar as antigas forças. Sua origem estava na antiga Arena, partido do governo durante a ditadura militar. Depois, graças a cisões ou adaptação à realidade, foi PDS e PFL. Finalmente, DEM, que tem enfrentado desgastes, o mais recente dos quais completa um ano: o envolvimento do senador Demóstenes com o crime de tráfico de influência, decepcionando a crônica política.
Uma fase para
reformulação
A contar de agora, os candidatos a deputado em 2014 terão seis meses para definir sua filiação partidária, e é também o prazo para que os partidos se reorganizem e se ajustem rumo à eleição. Mas, independentemente de candidaturas próprias, os diretórios municipais têm de se ajustar. Poucos estão tratando disso. O PTB vem se reunindo para conversar.
Sigilo para
ter sucesso
Sem ser diferente de seus antecessores, o prefeito Bruno esforça-se para cercar de sigilo as negociações realizadas com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, visando a atrair projetos empresariais para o município, mas evitando a concorrência de outros postulantes. Além de um novo shopping, há dois investimentos industriais previstos, um deles na área de metalurgia.
Uma crítica
de Aécio
“Estamos vivendo uma equação extremamente perversa. Inflação saindo do controle, crescimento extremamente baixo e ineficiência do governo nas obras de infraestrutura. Essas sim, poderiam estar trazendo maior competitividade para a economia brasileira. Vamos comemorar uma safra recorde, 180 milhões de toneladas de grãos, e pelo menos 30% dessa safra não vão sair do território brasileiro porque há um gargalo de infraestrutura nas ferrovias, nas hidrovias, nas rodovias, nos portos e nos aeroportos. Essa é a herança maldita do governo do PT para o próprio PT”.
Os números
e os negros
É preciso que o Congresso Nacional e todas as autoridades executivas dediquem reflexão séria sobre dados levantados pelo Ministério da Saúde, revelando desigualdade racial no seu contexto mais cruel. Vale citar que, respeitada a proporcionalidade, é um quadro já confirmado também pelas estatísticas de Juiz de Fora. Segundo o Ministério, 53% dos homicídios registrados no Brasil atingem pessoas jovens, das quais mais de 75% são jovens negros (as), de baixa escolaridade, sendo a grande maioria do sexo masculino. Além disso, ao longo da última década, é cada vez maior a diferença entre o número de homicídios praticados contra jovens brancos e negros. Enquanto a morte de jovens brancos caiu de 9.248, em 2000, para 7.065 em 2010, a morte de jovens negros cresceu de 14.055 para 19.255 no mesmo período.
Presença de
empresários
Está para acontecer, talvez mesmo neste primeiro semestre, um esboço de movimento entre empresários, à revelia das entidades que os representam, destinado a aferir possíveis vocações para ingressar na política e disputar os votos dos eleitores em 2014. Foi assunto, em meio a informalidades, durante recepção de casamento no último fim de semana. Os empresários ainda não entraram com ânimo total em movimento dessa natureza, e, quando entram, retiram-se tão logo cessa a campanha eleitoral. Luiz Soranço foi a mais recente experiência que não teve prosseguimento. Ainda sobre a conversa no encontro social: empresários, não tendo nome de área, passariam a considerar simpática a candidatura do reitor Henrique Duque.
(( publicado também na edição desta quinta-feira do FOLHA JF ))

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