segunda-feira, 22 de abril de 2013

Detalhe que preocupa

No sábado, quando pretende promover audiência em Juiz de Fora, para avaliar e atualizar os quadros da violência urbana, a Assembleia deve trazer números capazes de ampliar as preocupações. Por exemplo: se o índice de crimes em Belo Horizonte é maior, até porque se trata de capital e centro metropolitano, em Juiz de Fora a situação não é menos grave e intranquiliza, porque (um dado que precisa ser confirmado) aqui a participação de menores de idade, como agentes ou vítimas, é maior que em qualquer outra cidade de Minas.
Alegrias e sofrimento
Dados confirmados pela Associação Mineira dos Municípios revelam que 70% dos prefeitos que estavam em primeiro mandato disputaram a reeleição no ano passado, apesar de saberem das muitas dificuldades que teriam de enfrentar, se saíssem vitoriosos das urnas. O professor Leopoldo Braz, pesquisador em matéria eleitoral, acaba de publicar estudo a respeito, e conclui que “pesou para eles, principalmente, a convicção de que aprenderam muito com o primeiro mandato, e, portanto, haveriam de se dar bem no segundo”.
Hoje, quase quatro meses depois de empossados, os eleitos percebem que os problemas tendem ser maiores que a experiência.
Uma força retomada
Uma linha de reflexão que tem feito parte de reuniões isoladas de peemedebistas da cidade é a necessidade de o partido aproveitar a reconquista da prefeitura e a proximidade da eleição de deputados em 2014 para reorganizar suas forças. Num primeiro passo, garantir a unidade interna, como têm proposto alguns, entre eles o vereador Júlio Gasparete.
Tese que vem prosperando é que, bem sucedido na eleição do próximo ano, o PMDB se fortaleceria para apoiar a segunda metade do mandato do prefeito Bruno.
Em busca de definições
O segundo semestre tem sido apontado como marco de preocupações objetivas em relação ao processo eleitoral de 2014; e num primeiro passo, as candidaturas a deputado, porque é nesse ponto que podem ocorrer os maiores conflitos de postulações no município. No PSDB, sob a expectativa de que o presidente estadual, Marcus Pestana, poderia disputar a governadoria ou a vice, pergunta-se quem no diretório municipal, além de Lafayette Andrada, estaria em condições de se tornar candidato a deputado federal, com chance de bom desempenho.
Definição sobre filiação partidária é o que também se espera do reitor Henrique Duque, aguardado no PMDB e em outros partidos.
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Correndo o segundo semestre, vai ser preciso saber se Tarcísio Delgado realmente considera encerrada sua carreira como candidato. Ele já disse que está afastado, mas no caso de ex-prefeitos sempre há espaço para retorno, principalmente quando se trata de uma vaga na Assembleia.
Para começar a se posicionar, o segundo semestre também pesará para o esquema político que gravita em torno do prefeito Bruno. E disso vão depender muitos outros desdobramentos.
O PT conta com a candidatura da deputada Margarida para um segundo mandato, mas terá de iniciar avaliações em relação a um nome para a Assembleia.
Na mira do Judiciário
Uma advertência antecipada: quem tiver contas a ajustar com a Justiça em Minas vai se dar mal e sobre ele a principal preocupação é impedir que seja candidato a deputado. A procuradoria-geral em Minas do Ministério Público Federal já manifestou disposição de agir com rigor, e considera que a Lei da Ficha Limpa é instrumento importante e suficiente para conter o avanço dos maus.
Primeiro desafio para os partidos
Estava na conversa de políticos com jornalistas, na manhã de ontem: se em 2014 a preocupação dos partidos estiver centrada na necessidade de Juiz de Fora ampliar sua representação parlamentar, o primeiro passo haverá de ser o entendimento entre eles, para que se atenham a duas questões: o controle do número de pretendentes, evitando-se a pulverização dos votos, e o banimento de aventureiros.
Disso já se sabe desde eleições passadas. O problema é fazer que os dirigentes entendam.
Copa ainda corre risco
No Congresso, há muitas preocupações quanto ao risco de as obras financiadas pelo governo não estarem concluídas para a Copa do Mundo. É o que também afirmava ontem o deputado mineiro Eduardo Azeredo. Na opinião dele o governo federal gasta muito tempo fazendo propaganda. “É preocupante a situação das obras e os prazos estão começando a vencer. Temos, portanto, uma ação que exige maior explicação do Planalto. O Brasil não pode passar vexame pela falta de planejamento”.
Fartura de ministros
Correm o mundo, via internet, duas fotos, ambas oficiais, mostrando reunião ministerial nos Estados Unidos e no Brasil. A diferença, que tanto pode ser motivo de perplexidade como de deboche, é que lá o ministério tem 15; aqui são 35!
Eleitorado em estimativa
Em outubro do próximo ano, quando serão escolhidos presidente da República, governador e deputados, Juiz de Fora terá 435 mil eleitores, segundo trabalho realizado pelos professores Dalmo Diliesi e Randolfo Paes Trigo, ambos de Belo Horizonte. Não revelaram para qual partido realizaram o levantamento, a não ser que o objetivo é a próxima eleição.
A previsão toma por base as médias do crescimento dos colégios eleitorais nos cinco últimos pleitos.
(( publicado também na edição desta terça-feira do FOLHA JF ))

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